Bailarico no salão
Neste preciso instante José Sócrates acaba de encavacar Louçã. E já não era sem tempo! Aquela rapaziada tem que levar, de quando em quando, com o ferro pelas costas, para não andar sempre com o trauliteirismo na ponta da língua. Louçã e seus pares têm no PS e não na direita, têm em Sócrates e não em Mendes, têm no Grupo Parlamentar do PS e não na direita, o seu enfoque de combate. É assim quando o PS é governo, mas também durante as campanhas eleitorais, presidenciais, legislativas e locais, enfim, sempre que fazem política o cheiro que deitam é que estão tão longe do PS como dos partidos da direita. Faz lembrar os tempos de Cunhal: quem não é comunista é fascista!
No debate na Assembleia da República, Sócrates relembrou duas vezes Louçã sobre a recente marcha pelo emprego. O líder do Bloco bem tentou fugir à marcha vergonhosa que andou a fazer pelo país. Porque na verdade essa marcha não foi pelo emprego, foi pelo desemprego. E como os indicadores demonstram uma redução do desemprego, Louçã deu um tiro no pé.
Mas para mim o pior de tudo foi a forma como a marcha foi concebida. É que os copys de serviço, promoveram uma caminhada por empresas cujos trabalhadores vivem situações difíceis, com rapaziada a dançar ao som de Zé Pereiras, bandeiras, farra, cigarros para rir, t-shirts e outros produtos de merchandising chorudo, tudo devidamente sujo, como convém.
Concertação
Enquanto o Beato se reúne, inchado entre conversas de charutos, barcos e acções, a RTP promove uma entrevista. O centro dessa promoção, o protagonista, as frases chamariz, as afirmações de tranquilidade da opinião pública, são à volta de um homem: José Sócrates. O convidado, esse, é Marques Mendes.
Esta autopromoção, termo que designa a forma como um canal promove os seus programas, é na verdade uma despromoção. Mas que queria Marques Mendes? Para ser entrevistado, na precisa altura em que o Beato mostra os anéis no dedo mindinho, é preciso dar-lhe alguma dimensão. Tudo bem, "faça-se lá o frete ao Marques Mendes, mas promovemos isto com alguém conhecido e com impacto".
Será que está de volta?
A reentré de Joana Amaral Dias é forte e recomenda-se! Quem somos nós, socialistas, laicos e republicanos, para a criticar nos seus textos obsoletos e franciscanos? Temos esse direito, mas significamos pouco e consistimos o mesmo que as suas falhadas comparações entre Alberto João e José Sócrates, só para lembrar a mais hilariante.
Agora parece que as férias a revitalizaram: esteve no "Expresso da meia-noite" a defender a posição da ESQUERDA abrangente e da nossa área política específica, sobre a Guerra aventurista no Iraque. Defendeu a legitimação internacional da intervenção no Afeganistão, salvaguardando o falhanço da mesma. Da nossa rapaziada directa: Ninguém! Representa-nos, parcial (juventude) e globalmente, de forma digna.
Acresce que, como que por instinto político, escreve dois textos de bomba e lança um novo
blogue. O.k. Os conteúdos e a forma do novo
blogue, deixam a desejar... São circunstâncias de uma natural imaturidade política.
Mas os artigos (
aqui e
aqui e o
blogue,
aqui) fazem pensar que temos líder! A Joana marca pontos políticos a cada dia que passa! Certo, Mário Garcia? Ou queres discutir o próximo congresso?
Eheheheheheheh...
PS- espero que a própria, ou o seu querido berloque, não tenham uma posição clubista sobre esta observação. (No SL Benfica, quando o Pintinho nos elogia, desconfiamos da própria direcção. Aqui elogiei sincera e construtivamente).
Era uma vez
"Era uma vez, não. Eram duas eram três, são
Quatro, tu vês então, cinco porquês em questão
Sinto que tens a visão, sentes então, atenção(...)"
XEG in Hino ERA 2006
Era uma vez...
Foi esta a primeira vez...
tks alx. abraço.
Leitura das Almas
O assassinato de cerca de três mil pessoas em Nova Iorque a 11 de Setembro de 2001, é um Massacre.
O assassinato de quarenta e um mil, seiscentos e cinquenta civis (número mínimo, para um número máximo de quarenta e seis mil trezentos e dezoito) no Iraque, é um Genocídio.
Para os valores da humanidade ambos, massacres e genocídios, são absolutamente condenáveis. Têm, ainda assim, diferenças óbvias: dimensão, continuidade no tempo, dispersão do espaço.
Os Estados Unidos são um país com viravoltas históricas em relação ao tratamento dado a humanos. Foi assim com as minorias étnicas, com as mulheres, até com os refugiados políticos. Mais tarde que cedo deverão ser os primeiros a alterar as regras de tortura e assassinato dos seus inimigos, matéria onde são mais incidentes que a própria Al-Qaeda. É ou não verdade que já foram torturadas mais pessoas pela administração Bush que a mando de Ussama Ben Laden?
O sistema democrático americano necessita, mais que todos os outros, estados de inspiração muçulmana inclusive, de cuidados intensivos e tenho a certeza que as próximas eleições para o Congresso e para a Presidência disso mesmo darão conta.
Operações cirúrgicas militares não existem. Nem quando se planeia e executa um atentado ou uma guerra. Existirão sempre vítimas que nada têm a ver com a posição global dos seus líderes.
Nesta evocação dos 5 anos do ataque às Torres Gémeas fica um pormenor de espectáculo que não deixa de ser desagradável. A leitura dos nomes das vítimas. Ainda se fossem homenageados por escrito (lápide) é como o outro... Agora verbalizar. Esta repulsa deve ter origem no respeito pelo silêncio que implica a morte.
Porque repare-se. Se o Iraque viesse alguma vez a ser uma democracia consolidada e um estado de direito com uma economia de mercado como ambiciona e falha a administração Bush, a homenagem aos mortos inocentes desta guerra seria muito difícil. Como se organizava a leitura dos nomes de mais de quarenta mil almas?
As coisas que nos cegam
Tenho lapsos de pensamento e lembro-me de os ter desde pequenino.
O mais recente tem-me dado voltas à cabeça.
Só ontem percebi que o 11 de Setembro, que é para os americanos o 9/11, é justamente o seu número de emergência, nine-one-one.
Esta metáfora histórica será aquilo que as gerações depois de nós avaliarão: o dia em que o mundo ficou em estado de emergência.
Não basta!
O arquivamento do processo contra Pinto da Costa referente à investigação com base na escuta de conversas telefónicas com o empresário António Araújo, ex. sócio de Reinaldo Teles numa empresa de construção civil e actual empresário de jogadores, levanta questões extra jurídicas.
Em causa está uma visita de Augusto Duarte, acompanhado do auxiliar António Perdigão da Silva, a casa do Presidente do FC Porto a 18 de Abril de 2004, dois dias antes do jogo com o Beira-Mar.
A decisão jurídica revela que não obstante no contexto actual essa visita ser "sugestiva", com base no que se passou no jogo e de acordo com o parecer de três especialistas (Vítor Pereira, Adelino Antunes e imagine-se Jorge Coroado, o que revela bem até a seriedade das perícias) não houve indícios que tenha existido prejuízo ou benefício intencional de qualquer equipa, que influenciasse o resultado desportivo.
Após o jogo, Pinto da Costa ligou para Pinto de Sousa, na altura presidente do Conselho de Arbitragem da FPF, que jantava com a equipa de arbitragem, queixando-se de Augusto Duarte: "também não esteve mal, mas não deu cheirinho nenhum, nada! Só nos deixou passar uns livres, o gajo".
Pergunto-me se os três erros do árbitro a favor do FC Porto, de acordo com o acórdão que iliba todos, embora sem influência no resultado, não terão sido uns livres deixados passar.
Mesmo assim acredito que o acórdão possa estar juridicamente certo.
Mas este facto, a visita para "tomar café" e os telefonemas, quanto a mim não é um "cheirinho" como afirmou O Padrinho. É um cheirete!
O que está em causa é a atitude ética do Juiz Augusto Duarte. E o silêncio constrangedor da APAF (Associação Profissional dos Árbitros de Futebol), da Comissão de Arbitragem da Liga e do Conselho de Arbitragem da FPF não ajudam nada.
Não só é exigível a demarcação pública em relação ao comportamento do árbitro, como deveria ser elaborado um regulamento que punisse condutas anti-éticas que mancham a actuação dos agentes e dificultam a vida a quem os defende pública e particularmente.
Os árbitros e os dirigentes da arbitragem devem imediatamente repudiar a actuação de Augusto Duarte que ao visitar Pinto da Costa (e isso é um facto) dois dias antes de apitar o FC Porto cometeu um acto indigno e vigarista!
"À mulher de César não basta ser séria, é preciso parecer" e os agentes desportivos têm de castigar os prevaricadores, ainda que no plano ético, uma vez que o jurídico tem regras mais precisas.
Margarida e O Independente
A desgraça pública em que caiu Margarida Rebelo Pinto e o fecho de O Independente fazem-me pensar:
Afinal a vingança não é um prato que se serve frio. Espera-se que seja servido.