Eu já sabia
Numa fervorosa, contudo afectuosa, conversa com uma jornalista foi-me explicado que estética pretendem as redacções das estações televisivas.
Repliquei dizendo, não só, que tinha consciência, como procurei manifestar que isso não era forçosamente um elogio aos responsáveis. Pelo contrário. O gosto piora, envelhece, estupidifica e, mais assustador, unifica-se. Ao contrário do sentido da vida, as cores, alinhamentos, temas, formas de abordagem, assuntos, motivações… De olhos fechados ninguém se individualiza, de olhos abertos é impossível.
Nem a propósito, hoje, as estações (ainda não vi se RTP incluída) mostram o assassinato de um homem num aeroporto canadiano, pelas autoridades, recorrendo ao uso de uma arma de aparente persuasão, mas que afinal é uma mortal instrumento de tortura e morte. O tazer, para quem quiser saber.
É esta “estética”, esta lógica, esta ditadura do gosto que urge combater. Resta-me, enfim, alguma esquerda no meu espírito.
Repliquei dizendo, não só, que tinha consciência, como procurei manifestar que isso não era forçosamente um elogio aos responsáveis. Pelo contrário. O gosto piora, envelhece, estupidifica e, mais assustador, unifica-se. Ao contrário do sentido da vida, as cores, alinhamentos, temas, formas de abordagem, assuntos, motivações… De olhos fechados ninguém se individualiza, de olhos abertos é impossível.
Nem a propósito, hoje, as estações (ainda não vi se RTP incluída) mostram o assassinato de um homem num aeroporto canadiano, pelas autoridades, recorrendo ao uso de uma arma de aparente persuasão, mas que afinal é uma mortal instrumento de tortura e morte. O tazer, para quem quiser saber.
É esta “estética”, esta lógica, esta ditadura do gosto que urge combater. Resta-me, enfim, alguma esquerda no meu espírito.