Um almoço nunca é de graça
A frase aplicada nos círculos económicos (que penso ser de John E. Moles, mas agradeço a eventual rectificação), foi-me apresentada pelo título da tradução portuguesa de Nice Work (1988), de David Lodge.
Andei longos momentos a desejar e a fantasiar o almoço de hoje. Quando alguém passa um determinado tempo partido é natural que sobrevalorize certos aspectos simples e quotidianos (acho que é a isto que se chama hipersensibilidade). Porque durante muito tempo me privei destes devaneios, ansiei-os, recriei-os por antecipação, imaginei uma história com todos os pormenores.
Tinha decidido terminar a manhã de trabalho por volta da uma e assim fiz. Despachei-me da rapaziada e como o escritório é perto do Centro Comercial das Amoreiras, aí entrei espontânea e distraidamente. Pensando que estava a ser conduzido pelo acaso, entrei no Sushi Café e sentei-me ao balcão, mesmo em frente ao cozinheiro que prepara o acepipe.
Quando há semanas atrás descobrimos este restaurante, não fiquei com boa impressão: sushi num centro comercial? Todos os lugares ocupados? Não, não me satisfaz. Mas o atendimento e a concepção alteraram por completo a minha visão. No último caso fiquei mesmo a achar que é melhor que nos outros que já experimentei em Lisboa! Daí o meu desejo: à primeira oportunidade, escapar-me-ia à vidinha e voltaria lá.
Assim mantive a minha premonição. Entrada de ostras e suhi to sashimi como conduto. Uma taça de saké, embora frio ao contrário do que tinha imaginado, longa e detalhadamente.
Poderia o meu desejo por sushi ser adiado? Faz alguma diferença efectiva entrar no Sushi Café, amanhã, ou daqui a uma semana? Quem faz planos tão detalhados, quem deseja tanto, não consegue perder a oportunidade de os realizar.
É claro que este lonely urban lunch serve para me baldar a futuros desejos emocionais, resistir com unhas e dentes às tentações da carne, perdão, do peixinho e voltar a colocar a razão na ordem do dia. Porque como devem imaginar There is no such thing as a free lunch, ou melhor dito: Nice Work.
Andei longos momentos a desejar e a fantasiar o almoço de hoje. Quando alguém passa um determinado tempo partido é natural que sobrevalorize certos aspectos simples e quotidianos (acho que é a isto que se chama hipersensibilidade). Porque durante muito tempo me privei destes devaneios, ansiei-os, recriei-os por antecipação, imaginei uma história com todos os pormenores.
Tinha decidido terminar a manhã de trabalho por volta da uma e assim fiz. Despachei-me da rapaziada e como o escritório é perto do Centro Comercial das Amoreiras, aí entrei espontânea e distraidamente. Pensando que estava a ser conduzido pelo acaso, entrei no Sushi Café e sentei-me ao balcão, mesmo em frente ao cozinheiro que prepara o acepipe.
Quando há semanas atrás descobrimos este restaurante, não fiquei com boa impressão: sushi num centro comercial? Todos os lugares ocupados? Não, não me satisfaz. Mas o atendimento e a concepção alteraram por completo a minha visão. No último caso fiquei mesmo a achar que é melhor que nos outros que já experimentei em Lisboa! Daí o meu desejo: à primeira oportunidade, escapar-me-ia à vidinha e voltaria lá.
Assim mantive a minha premonição. Entrada de ostras e suhi to sashimi como conduto. Uma taça de saké, embora frio ao contrário do que tinha imaginado, longa e detalhadamente.
Poderia o meu desejo por sushi ser adiado? Faz alguma diferença efectiva entrar no Sushi Café, amanhã, ou daqui a uma semana? Quem faz planos tão detalhados, quem deseja tanto, não consegue perder a oportunidade de os realizar.
É claro que este lonely urban lunch serve para me baldar a futuros desejos emocionais, resistir com unhas e dentes às tentações da carne, perdão, do peixinho e voltar a colocar a razão na ordem do dia. Porque como devem imaginar There is no such thing as a free lunch, ou melhor dito: Nice Work.
8 Comments:
Greets to the webmaster of this wonderful site. Keep working. Thank you.
»
Os desejos vivem-se no PRESENTE e querem-se satisfeitos no AGORA! No entanto, esperar (ou adiar) aumentará o desejo e a satisfação com que se frui a sua concretização! Certo?
E cuidado com o ?colocar a razão na ordem do dia?... muita razão, muita razão... por vezes funciona de forma inversa... é como uma bola de desejo, ops, digo, de neve!!... Lol...
Maria João... uma conhecida... desconhecida... *=)
Errado. É isso que nos distingue dos animais. Fantasiar não é concretizar. Adiar é viver saudavelmente com o desejo.
Sim, os animais vivem de instintos... nós de intuição e racionalidade! Mas tens de concordar comigo... se vivermos somente da razão enlouquecemos!! Agir por instinto, de vez em quando, sabe tão beeemm...
Claro que fantasiar não é concretizar... mas ir fantasiando para mais tarde concretizar... pode ser positivo! Tal como dizes, adiar é viver saudavelmente com o desejo... e eu concordo!
Maria
Para uma "conhecida, desconhecida" esticas-te pouco, esticas... Eheheheeh! Beijos.
Pois, pois... lol... estes comments foram deixados por instinto... lol... pela razão, acho que não os teria feito!!
lol lol ...
Beijinho... tudo de bom para ti!! e, quem sabe... até um dia!! **;))
Maria, a "conhecida desconhecida"... lol...
I love your website. It has a lot of great pictures and is very informative.
»
I really enjoyed looking at your site, I found it very helpful indeed, keep up the good work.
»
Enviar um comentário
<< Home