De tirar o chapéu
A estratégia política deste senhor é de se tirar o chapéu. Digo-o sem nenhuma ironia.
Acontece que em Sintra a população activa, aquela que mexe com este país, que se desloca diariamente para Lisboa, que faz fluir a economia portuguesa, refiro-me a uma grande franja de pessoas da classe média baixa e que constituem a força das decisões da autarquia, está hoje confrontada com graves problemas: requalificação urbanística e ambiental, acessos, transportes, infra-estruturas.
Mas permitam-me que hoje aborde a problemática social. O concelho de Sintra está confrontado com um grande choque social. Muitas pessoas com muitas dificuldades imigraram para o concelho. Gente pobre, sem trabalho e sem ninguém que lhes dê a mão. Gente de múltiplas etnias com especial enfoque para os negros, mas também ciganos e pessoas do leste europeu.
A alteração da paisagem social é de tal ordem que temo a médio prazo uma situação idêntica à que ocorreu recentemente na periferia de Paris. Isto não é um desejo, é um alerta.
O que é que este senhor tem feito para minorar o problema? Pois bem, uma visita à web page da autarquia contém a resposta. SIC:
"Apoio aos imigrantes e minorias étnicas
O trabalho desenvolvido na área do apoio aos imigrantes e minorias étnicas pauta-se por dois grandes eixos de intervenção:
I - Acesso dos imigrantes e minorias étnicas ao exercício efectivo dos direitos e deveres nas diferentes dimensões da cidadania
II - Promoção dos valores da Diversidade junto dos munícipes em geral, prevenindo a emergência de atitudes racistas e xenófobas"
Ou seja, nada.
Agora vejam onde quero chegar: como é que um candidato do PS à Câmara Municipal de Sintra pode abordar este assunto? É aqui o eixo da estratégia do Sr. Fernando. Porque, tal como no resto do país, ao eleitor flutuante comum é muito difícil fazer chegar a mensagem da sólida integração social, que como sabemos é a única resposta séria à problemática. O eleitor flutuante e mesmo o de esquerda na hora da verdade teme sempre este tipo de caminho. Prefere que se acabe (deportando, prendendo, exilando em favelas) com a presença destas pessoas. Pensa que é mais prático e mais eficaz.
Portanto um regime de direita numa Câmara Municipal convive muito bem com a insatisfação da população em relação aos temores sociais. Não tem a culpa, é um mal nacional, não ajuda os que precisam porque só assim confortaria os que se sentem prejudicados e adia consientemente o problema. Porque um pouco astuto candidato de esquerda cairá direitinho na esparrela: colocará o dedo na ferida e assustará os que lhe podem garantir a eleição. Até à eleição esta questão tem de ser gerida com pinças, depois de eleito, aí é outra conversa...
É claro que falo no PS, porque na minha qualidade de eleitor em Sintra, nunca refiz essa condição, gostaria de ter um Presidente do meu partido à frente do concelho. Mas talvez fosse útil pensar na sempre adiada coligação de esquerda que se tivesse sido feita, neste e noutros concelhos, teria tido outro impacto nos resultados das últimas autárquicas e acima de tudo, nas presidenciais. Este é um problema para José Sócrates e Joaquim Raposo (Presidente da FAUL). Eu fico contente se o meu amigo Barbosa de Oliveira, presidente da Junta de Freguesia de Queluz, eleito pelo PS, tiver um Presidente que não o queira excluir de cerimónias como a da inauguração da Biblioteca Municipal no Pendão, Queluz. No entanto não esquecer que é sempre possível fazer mais e melhor. Não há impossíveis, malta.
3 Comments:
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