Em grande!
Toquem os zé pereiras, mantas à janela, traçadinhos arrefinfados, fanfarras, purpurinas, lantejoulas e o discurso de inauguração.
Decepe-se o touro combalido, minutos depois do tal discurso, que pode até ser em flash interview. A televisão do estado envia os saloios de serviço para regurgitarem seborreia para uma dispendiosa e complexa cadeia de feixes hertzianos alugada um dia inteiro.
Não se trata de um parque de estacionamento, nem de mais um centro comercial para a falência dos dias próximos. Trata-se de uma feira de estética e valores engasgados. Trata-se de adornar, criar vectores de âncora para o discurso, sempre haverá esse momento.
De resto, cirugicamente até se evita falar muito da tourada. Choca algumas sensibilidades é verdade. Fala-se mais no senhor Lá Feria que no fundo, no fundo, proporciona aos que executam as suas ideias e aos que vêem e se "divertem" o mesmo tipo de humilhação a que um touro é sujeito, com diferenças físicas claras: Lá Feria grita com os actores e os heróis cavaleiros espetam ganchos no lombo do animal.
O dia de ontem, parece tirado de um livro antigo. Um povo na miséria dos seus valores, das suas prioridades e da sua cultura desata todo a cuspir para o céu. Ninguém detecta o problema e esta festa colectiva visceral é tida com um grande momento de união e celebração. O povo sacrifica animais. Mas são sacrifícios compreensíveis porque enquadrados semanticamente: a arte da tourada, a caça desportiva.
Esta decadência abismal não tem point of no return. Pôs a brilhar Marialvas, Duquesas e Valetes. A mediocridade venceu outra vez. Uma criança pode ficar triste ao ver estocadas. E a tradição, a tradição. Um copo de JB com gelo é que é tradição.
Queria falar de desligar a TV, de jamais usar o parque ou as lojas, de não contribuir para "animar" um edifício que deveria ter sido demolido e em seu lugar criado um jardim que arrefecesse o stress ambiental da Avenida da República. Por falar em República, claro que tenho tanta curiosidade como todos os outros em saber qual o chapéu que a Infanta, a senhora casada com Dom Duarte, nem sei se é Infanta que se diz, ou Rainha consorte, usou.
Mas isto depois degenera sempre. Eu queria falar do RiR e como se deve boicotar um evento de milhões só por apelar a "Um mundo melhor". Eu queria falar do mundo de pernas para o ar, mas não tem air play.
O deslumbramento colectivo ou individual cria barreiras ao compromisso. Estamos desligados uns dos outros, como a minha Televisão.
Decepe-se o touro combalido, minutos depois do tal discurso, que pode até ser em flash interview. A televisão do estado envia os saloios de serviço para regurgitarem seborreia para uma dispendiosa e complexa cadeia de feixes hertzianos alugada um dia inteiro.
Não se trata de um parque de estacionamento, nem de mais um centro comercial para a falência dos dias próximos. Trata-se de uma feira de estética e valores engasgados. Trata-se de adornar, criar vectores de âncora para o discurso, sempre haverá esse momento.
De resto, cirugicamente até se evita falar muito da tourada. Choca algumas sensibilidades é verdade. Fala-se mais no senhor Lá Feria que no fundo, no fundo, proporciona aos que executam as suas ideias e aos que vêem e se "divertem" o mesmo tipo de humilhação a que um touro é sujeito, com diferenças físicas claras: Lá Feria grita com os actores e os heróis cavaleiros espetam ganchos no lombo do animal.
O dia de ontem, parece tirado de um livro antigo. Um povo na miséria dos seus valores, das suas prioridades e da sua cultura desata todo a cuspir para o céu. Ninguém detecta o problema e esta festa colectiva visceral é tida com um grande momento de união e celebração. O povo sacrifica animais. Mas são sacrifícios compreensíveis porque enquadrados semanticamente: a arte da tourada, a caça desportiva.
Esta decadência abismal não tem point of no return. Pôs a brilhar Marialvas, Duquesas e Valetes. A mediocridade venceu outra vez. Uma criança pode ficar triste ao ver estocadas. E a tradição, a tradição. Um copo de JB com gelo é que é tradição.
Queria falar de desligar a TV, de jamais usar o parque ou as lojas, de não contribuir para "animar" um edifício que deveria ter sido demolido e em seu lugar criado um jardim que arrefecesse o stress ambiental da Avenida da República. Por falar em República, claro que tenho tanta curiosidade como todos os outros em saber qual o chapéu que a Infanta, a senhora casada com Dom Duarte, nem sei se é Infanta que se diz, ou Rainha consorte, usou.
Mas isto depois degenera sempre. Eu queria falar do RiR e como se deve boicotar um evento de milhões só por apelar a "Um mundo melhor". Eu queria falar do mundo de pernas para o ar, mas não tem air play.
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2 Comments:
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