quinta-feira, março 13, 2008

Sonhar com o Benfica é...

... ir a Getafe, racionalmente consciente da impossibilidade da passagem, mas emocionalmente certo da eliminação dos espanhóis.

Acabo de chegar, numa viagem única à boleia de um amigo convidado pela equipa. Várias coisas senti, percebi e observei.

A mais engraçada foi descer as escadas, na Portela, ao lado de Chalana. Há mais de vinte anos atrás, então aluno no Passos Manuel, sonhava com algo semelhante, mas sabia da impossibilidade de tal proximidade.

Será que daqui a vinte anos estarei a subir (analogia com descer) as escadas de um outro aeroporto de Lisboa, com... Rui Costa? Duvido que sim, mas acredito :)

segunda-feira, março 10, 2008

Mais do mesmo

Não me surpreende a saída de Camacho. Como Santos, nunca devia ter vindo.

A solução é obviamente colocar Rui Costa como treinador do Benfica. Pena que vá acontecer nestas circunstâncias...

Mesmo assim, como diz Toni, Rui Costa, é o homem com capital de esperança dos adeptos. Força, pois!

sábado, março 08, 2008

Mudar Portugal



1.
As manifestações são um direito inalienável do povo português. O direito à manifestação é das maiores conquistas de Abril e uma demonstração da participação cívica. Assim representam as fotos da manifestação do PS, na Alameda em 1975 (300 mil pessoas! Desculpem a qualidade da primeira foto, pode ser vista no site da Fundação Mário Soares).
Esse momento, demonstrou o desejo legítimo do povo português em viver num estado de direito democrático, ao contrário do que era a vontade de alguns de ver o país mergulhado numa revolução socialista que levasse a um estado comunista.
Na ex. União Soviética, na China, em Cuba, na Coreia do Norte, não há manifestações. Não há o direito a demonstrar publicamente o descordo com determinados actos de governação.
Em Portugal, felizmente, há. Como lembrou Augusto Santos Silva, esse direito foi sugerido e, em grande medida, alcançado, graças ao esforço de muitos lideres políticos. Mário Soares à cabeça, mas também Zenha, Sampaio, Eanes, Sá Carneiro, Freitas e tantos, tantos outros democratas!

2.
A manifestação da FENPROF, de hoje, é uma respeitável acção de demonstração de desagrado com medidas do actual governo. Saúde-se e saiba-se viver democraticamente com essa manifestação.
Mas, em democracia, entendam os lideres comunistas e sindicais, tal como existe o direito à discordância com determinada reforma do governo, também é possível, discordar dos motivos de qualquer manifestação. É verdade: como cidadão, discordo totalmente dos motivos que levaram à concentração de hoje. Sim, em Portugal, também se pode discordar dos sindicatos e dos partidos do arco do comunismo, estalinismo, marxismo, maoísmo e afins.

3.
Na manifestação de hoje, o centro do problema, da discórdia, são as políticas relativas aos professores. Não são questões de política educativa, como tentou “spinnar” Carvalho da Silva. Quem não concorda, actualmente, apesar das ridículas greves que algumas medidas suscitaram, com as aulas de substituição, introdução do Inglês obrigatório, as Novas Oportunidades, a colocação plurianual dos professores, a simples colocação atempada? É ou não seguro, que a maior parte da população entende necessária a avaliação da prestação profissional dos trabalhadores do estado, salvaguardando as diferenças específicas de cada profissão e independentemente de se procurar a melhor e mais rigorosa forma de o fazer? Entendem ou não os especialistas em matérias de educação, professores responsáveis acima de todos, que cada escola é um micro universo próprio, com exclusivas necessidades, portanto, com clara vantagem em poder auto gerir-se de acordo com a especificidade do contexto em que está inserida?
Concorda ou não a totalidade do povo português, com excepção daqueles que entre os professores moral e eticamente prevaricavam, que as circunstâncias em que alguns (poucos, muitos? Aceitam-se apostas: mais de metade?) exerciam as suas funções, não se coadunam com um projecto educativo contemporâneo, competitivo e profissionalmente exemplar? Acumulação de director de turma, com coordenador de disciplina, topo de carreira, igual a duas horas semanais na escola, por 400 contos limpos por mês, mais todas as benesses, ao longo dos anos estropiadas ao estado português.

4.
Legítima do ponto de vista estritamente jurídico, condenável na perspectiva política, a usurpação partidária que o comunismo sempre procurou nos, certos ou errados, anseios populares. Não obstante, ontem pela segunda vez na história da democracia uma cambada de trauliteiros manifestou-se à porta de uma reunião de um partido, confirmando a ideia de tentativa de condicionamento democrático, defendida por José Sócrates. Isso é perigoso. Mais tarde que cedo e especialmente porque a luta vai obrigatoriamente aquecer, é bom que parem imediatamente com essa estupidez. Virá o dia em que uma reunião numa sede de militantes do PS mais acalorados, vai trazer dissabores a essa gentalha, ao pleno respeito democrático e aos defensores da civilidade moderna.

5.
A denúncia feita por Zita Seabra, no seu conjunto de palavras e páginas, devidamente encadernadas como se de um livro de tratasse, intitulado “Foi Assim”, carecem hoje mais que nunca de uma resposta clara a uma franca pergunta: a acção do PCP, de destabilização do sistema, é, ou não, sustentada numa estratégia de esvaziamento da democracia, para a criação de condições para a emergência de um Processo Revolucionário?

6.
Relembro bem o que tentaram difundir sobre a governação de António Guterres. Na realidade, acho que todos os socialistas não esquecem.
E depois do descalabro Durão/Santana ninguém tem dúvidas que o país tem de mudar. Tem de avançar! Não pode continuar tudo na mesma. As reformas se pecam, é por escassez. Concorde-se, ou não, este é um tempo de mudança. Um tempo de acreditar nos portugueses, em nós. O mote do comício do Porto, está dado: Mudar Portugal!

UM MURRO NA MESA
"Faltava escolher o local para a manifestação na capital. Quando alguns colegas de direcção do partido sugeriram um recinto de média dimensão, Soares deu um murro na mesa: ele, pelo contrário, apostava no maior espaço disponível de Lisboa. "Mandem já marcar a Alameda!" No dia 18, os comunistas e alguma esquerda militar procuraram barrar os acessos no Porto. Sem êxito: o comício no Estádio das Antas, que abarrotava de gente, foi um sucesso. E o melhor dos ensaios para a concentração de Lisboa. Na própria edição do dia 19 o Diário de Notícias – dirigido pela dupla Luís de Barros – José Saramago – dava o mote no bloqueio do comício da capital, com esta larga manchete: "Povo e militares nas barricadas em defesa da Revolução". A Intersindical convocava os trabalhadores a "integrarem-se nas barreiras". O PCP em comunicado, ia mais longe: "É preciso cortar o passo à reacção! É necessário levantar barragens para impedir uma marcha sobre Lisboa.
Apesar das barricadas, a Alameda transformou-se num mar de gente – da Fonte Luminosa às imediações do Instituto Superior Técnico. Falando na instalação sonora, Manuel Alegre garantia que se encontravam 300 mil pessoas. (...) Mas o mais inspirado foi Soares, que fez talvez o discurso da sua vida. "Nós não temos medo", bradou. (...) "Não pode impunemente mentir-se ao povo português." Insurgiu-se contra os dirigentes do PCP, que queriam "amordaçar a voz do povo", e arrancou prolongados aplausos ao garantir: "Uma marcha sobre Lisboa só existia na cabeça desses paranóicos." Lembrou "os dois milhões e meio de portugueses que votaram no PS" e exigiu a demissão imediata de Vasco Gonçalves. A multidão gritava slogans que não se escutavam noutras manifestações: "É preciso respeitar a vontade popular"; "O povo não está com o MFA". Virava-se uma página da revolução: a rua deixava de ser monopólio dos comunistas e da extrema esquerda. (...)".
In DN, 12 de Junho de 2005, Armando Rafael, e Pedro Correia.

domingo, março 02, 2008

Change, we can believe in. (MUDANÇAS EM QUE PODEMOS ACREDITAR)

Será possível empacotar a nossa vida em duas caixas de cartão?
Tanto não é preciso. Uma mão cheia de recordações. É isso a nossa vida.