quarta-feira, novembro 03, 2004

Que chatice a democracia

Privado por razões éticas escuso-me a qualificar os dois programas portugueses sobre as eleições americanas (emitidos na SICN e RTP1).
Passei a noite (até às três, hora em que percebi o desfecho) a fazer zapping pelas estações nacionais e estrangeiras, para poder aprender alguma coisa?

O Sr. Luís Delgado deixou a sua cadeira vazia na SICN, à uma e meia da manhã. Compreendo. Primeiro é chato ser contraditado (na ocasião por Rui Oliveira e Costa) ou seja, o Sr. LD estava a perder tempo pois a sua mensagem não saía sem o ruído incomodativo do debate. Apesar disso ele só estava ali a limpar as nalgas (expressão do amigo Zé António, alentejano) dos imbróglios fascisóides em que anda metido e que o levaram a depor, na tarde de ontem, na AACS.
Segundo, é difícil gerir a vida profissional do amigo público no. 1 de Santana. Uma roda-viva da Lusa para a Lusomundo e daqui para as reuniões em que é informalmente instruído, sob a aparência de que é consultor? Enfim ocupação não lhe falta.

Mas não é só por isso que a democracia é uma chatice.

Temo que o efeito Bush se transporte para Santana, ainda mais porque a fasquia de Sócrates foi colocada muito alta (dica do amigo André F.) no congresso de Guimarães. Mas para este aspecto só temos de estar atentos.
O problema é o de alguém tão incapaz, tão fraco e tão errado nas políticas gerais e específicas (carapuça para Bush/Santana), que cria um efeito de solidariedade no seu eleitorado natural, que se une de uma forma muito mais consistente que o do adversário.

Não que os portugueses sejam tão estúpidos como os americanos.