sexta-feira, agosto 13, 2004

Hiper Nacionalistas

Anteontem José Moreira declarou que os jogadores nacionais foram advertidos para a arma mais forte dos adversários iraquianos: eles são hiper nacionalistas. E pergunta ingenuamente, o Estado: quem consegue suportar equipas que desenvolvem o seu futebol a partir de uma táctica invencível como esta? Eles são hiper nacionalistas.

Quem avisou os nossos jogadores foi o precavido treinador, José Romão, ele próprio vítima de dois mini nacionalistas, Tiago e Hélder Postiga.

Já tinha observado que o pessoal do Iraque é de facto um pouco exagerado, no que toca ao nacionalismo. Não gostam de ser invadidos, detestam estar ocupados e odeiam os inimigos. Sinceramente um pouco de fair-play não lhes fazia nada mal.

José Moreira nem tem muita culpa disto tudo, afinal só se chibou do tipo de mentalização que é praticada na selecção nacional olímpica. É um rapaz de vinte e poucos anos, desligado das questões do intelecto, mas sugere-se que reveja essa área da sua vida. José Romão, afinal, utilizou um género muito apreciado nos comandos técnicos do futebol nacional: já Oliveira mandava Dominguez dar cabo dos Nazis, num jogo contra a Áustria e anos mais tarde assegurava que não há homossexuais no futebol.

O que descansou o Estado foram as declarações de Jorge Perestrelo, no final do jogo que relatou para a TSF. Relembrou que quando os africanos começaram a ganhar as medalhas quase todas, no fundo e meio fundo, o mundo ficou surpreendido. Perestrelo, que não é estúpido que nem uma porta, explicou que os africanos (seus patrícios) eram treinados da seguinte forma: iam para a mata e depois soltavam-se os leões. E então concluiu que para correrem assim os iraquianos se tinham fartado de fugir das balas, método provável de treino.

Nem sobre as declarações de Moreira (apesar de serem da autoria de Romão), nem sobre as de Perestrelo, se ouviu ou ouvirá uma palavra. Estava mesmo a precisar de alguma inspiração. Desculpem a expressão, mas tem de ser. F*&#-x$