quarta-feira, fevereiro 11, 2009

O outro estímulo

O senado e o congresso aprovaram o plano de estímulo à economia do Presidente Obama. Dennis Kucinich, representante do Ohio ao Congresso e Presidente da Subcomissão de Política Interna, manifestou já a intenção de fazer audiências ao anterior “Baillout”, que injectou 700 biliões de dólares na banca. Um dos motivos: só este ano a banca americana vai gastar 400 milhões de dólares em “naming” de estádios de desporto.

1ª Ideia: Dennis Kucinich é o meu preferido às primárias democratas de 2016. Será muito difícil escolher um candidato que detém o maior respeito da esquerda do partido democrata e à esquerda do mesmo. Mas veremos os ciclos económicos mundiais nos próximos anos. Não foi por isso que não esteve com Barack Obama, nunca abandonando o seu partido e discursando no DNC, em Agosto passado (farpa para alegristas e rosistas deste país).

O Plano de Estímulo de Obama foi celebrado na Florida, num evento cujo anfitrião foi o Governador Charlie Crist.

2ª Ideia: Charlie Crist é, em meu entender, o “front runner” dos republicanos em 2012. Quiçá, inteligentemente, não se resguardará para 2016.

Ontem, o decano Senador Democrata do Vermont, Patrick Leahy, Presidente do Comité Judiciário do Senado, propôs a criação de uma comissão de “Verdade e Reconciliação”, a exemplo do que aconteceu na África do Sul pós Apartheid. A ideia é trazer a público e à justiça as atrocidades cometidas pelos responsáveis norte-americanos durante a era Bush.
A única matéria que une alguns democratas e a esquerda radical americana, comandada por Ralph Nader, é a ideia do apuramento da verdade em relação à barbárie protagonizada por Bush, Cheney e Rove, o homem que comandava o aparelho e o ideólogo da máquina de morte e tortura.

3ª Ideia: Em Agosto passado em Denver assisti a uma conferência de Dennis Kucinich, no Hotel Sheraton, organizada pelos Árabes do Partido Democrata. Entre outras propostas, fixei a de perseguir judicialmente a administração anterior, perante a evidência do chumbo do “impeachment” tentado por alguns democratas e chumbado por outros e pelos republicanos, durante o exercício da administração Bush. Nos próximos anos, não teremos dúvidas: será uma das mais importantes missões dos americanos e da humanidade. Julgar e, eventualmente, condenar os responsáveis pela morte de mais de um milhão de pessoas, conforme informou, Kucinich.

Confrontado com a proposta de Leahy, na conferência de imprensa de ontem, o Presidente Obama preferiu dizer que olha com mais enfoque para o futuro que para o passado, que a sua administração não patrocinará quaisquer actos de tortura e que não conhece a proposta, mas quando conhecer, lhe dará resposta. Isto é muito mais que a anterior reacção de Nancy Pelosi e outros chefes, em relação ao problema.