sexta-feira, agosto 12, 2005

Peter e Dana

Passavam dois dias sobre o falecimento de Peter Jenning (07-08-2005), vítima de cancro no pulmão, pivô do noticiário da ABC, líder de audiências durante 20 anos e a América ficava de novo em choque: Dana Reeve, mulher de Cristopher Reeve, que durante 9 anos, lutou lado a lado com o seu companheiro contra a fatalidade de que foi vítima, emitiu um comunicado a confirmar que lhe foi diagnosticada a mesma doença.

As estações de televisão não falam de outra coisa, uns melhor, outros pior. Aaron Brown da CNN, por exemplo, procura realçar estes exemplos, como representantes das milhares de vítimas anónimas.

Efectivamente a situação de Dana Reeve é comovente. Lembro-me também eu de achar que pior não me podia acontecer e acontecer. Os cientistas vêem uma ligação directa entre as mulheres na pré menopausa e o cancro no pulmão. 80% dos doentes são fumadores e 17% nunca tocaram em cigarros. Destes, 80% são mulheres (números dos EUA).

Conforta alguns, revolta outros, que estes exemplos nem serão as pessoas que sofrem mais. O cidadão comum não dispõe de meios que lhe permitam ter uma morte o mais descansada possível. E se é assim na América, imaginem nos países de terceiro mundo, como o nosso. Os familiares e as vítimas da doença fatal lutam contra o sofrimento e contra o sistema que procura a todo o vapor afastá-las o mais possível.

O cancro no pulmão é um pouco como aquele desafio infantil: se soubesses que o mundo acabava amanhã, que farias?
É a doença com maior taxa de mortalidade: 98% se tiver metástases e 50% se ainda estiver circunscrito ao pulmão. A questão é que quase não tem sintomas, nem caroços, nem tosse, nem dores de cabeça, nada. Na maior parte dos casos manifesta-se precisamente quando a sua propagação começa a incomodar outros órgãos, ou ossos.

Por irónico que possa parecer, seria bom se a América despertasse para esta problemática. Podia ser que a Europa também viesse a perceber o drama e o sofrimento na sua maior dimensão.

Uma cientista na área da oncologia disse-me que daqui a dez anos o cancro do pulmão, já não vai matar ninguém, simplesmente ficará alojado de forma perpétua, mas não nociva. Assim esperamos. Até lá resta-nos sofrer com os doentes e suas famílias uma dor sem cura e sem piedade.

2 Comments:

At 10:58 da manhã, Anonymous Anónimo said...

Mas até lá, talvez valha a pena minimizar o risco e tentar deixar de fumar. Sem esquecer que o cancro no fígado também é altamente mortal. Vale a pena cuidar dos nossos órgãos o melhor possível... naquilo que depende de nós. :-)
OB

 
At 12:52 da tarde, Anonymous Anónimo said...

As pessoas também podem fazer alguma coisa por elas próprias e deixar de fumar

 

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