segunda-feira, agosto 08, 2005

Vieira vai demitir-se



A contratação de Ronald Koeman é a única coisa positiva com que a actual direcção presenteou os benfiquistas. Parece-me um bom treinador, que privilegia o passe certo, meio caminho para a boa consistência de uma equipa. É um up-grade em relação a Trap.

A grande alegria de termos sido campeões, encerra em si uma questão que poderá ser determinante no futuro próximo do clube. A entrada directa na Liga dos Campeões arrisca a delapidação do último capital que resta ao Benfica. Efectivamente, depois dos jogadores e do património, resta ao clube o seu inegável prestígio internacional. E espero estar enganado, mas temo seis humilhações nos confrontos internacionais. Repare estimado leitor, leu bem: não serão seis derrotas. Serão seis cabazadas! A acontecer (só ainda não começou porque Chelsea e Juventus foram simpáticos) nada restará a Luís Filipe Vieira senão a demissão, perante a contestação generalizada que sofrerá.

A questão de Beto, por exemplo. O que resta de fanáticos benfiquistas está em delírio com este jogador. É uma pura ilusão. Já aconteceu com centenas de jogadores e mesmo este ano Karyaka foi alvo do mesmo equívoco. Beto é lento, falha muitos passes e o pior é que não tem formação táctica: coloca-se muito mal. Tem tudo para vir a ser dos mais assobiados da história do clube. Acontece que veio melhor fisicamente que os restantes colegas. Isso até é positivo, cheira-me a que tenha passado todo o período de férias a dar no duro, mas não chegará. Beto (tal como Assis, Karyaka e a maioria do plantel do Benfica) servem para disputar jogos nacionais, de segunda. Nem sequer para os grandes desafios.

A notícia da penhora dos passes de alguns jogadores para pagar o estádio revela bem o estado em que o clube se encontra. É que isso nem é o mais importante: são jogadores de segunda, altamente sobrevalorizados. Grave é a penhora das receitas de bilheteira desta e próxima época, bem como os direitos televisivos de 2011 a 2013. Nem Vale e Azevedo foi tão longe.

Veiga é neste momento a anedota do país, que rejubila com a sua falta absoluta de importância no mundo do futebol. Pior só mesmo o FC Porto, que despedirá Adreense ao fim de um mês. Mas a sua estrutura encontrará soluções mais facilmente que a nossa: debilitada e ridícula.

Damásio caiu em desgraça por três motivos: falta de capacidade de investimento, más opções desportivas e comprometimento de receitas futuras. Já vi este filme.