sexta-feira, dezembro 10, 2004

Sr. Presidente




Ao humilde cidadão pouco importam os motivos concretos da sua decisão. Para uma grande maioria essa decisão só perca por tardia, como se poderá constatar em finais de Fevereiro.

O humilde cidadão não se preocupa com os chamados timmings, ou falta deles, para ouvir as suas comunicações. O que entender dizer deve ser feito quando exclusivamente V. Exa. quiser.

O humilde cidadão está farto de entender as suas razões, mesmo depois de ter decidido o que decidiu. Efectivamente como se já não bastasse ainda se acrescentam: a interrupção da virtual retoma no 3º trimestre (não são precisos mais de dois para ser considerado retoma?), o discurso do caudilho, o discurso do Sr. Jardim pela boca do Sr. Silva, a gestão na Figueira da Foz em determinada altura, a Bombardier e restantes bombardeamentos desta gente defunta.

Agora, Sr. Presidente, há uma coisa que incomoda o humilde cidadão.
Se o Exmo. Sr. Ministro de Estado e da Defesa, para já não falar nessa coisa vaga que é o mar, insistir em dar conferências de imprensa, a falar das suas opiniões políticas sobre a sua decisão, a conferir que já tomou uma qualquer decisão sobre uma coligação que não interessa nem ao menino Jesus e por trás estiverem estrategicamente colocados soldados e chaimites, aí sim. Aí um gajo fica chateado.

Portanto, Sr. Presidente. Eis a situação. Ou o dito ministro começa a ter cuidado e a não aparecer ladeado de tropa a falar de questões partidárias (embora seja útil que o faça, porque ajuda a causa comum, refiro-me expressamente ao contexto) ou o caldo entorna-se. Ou o Sr. Paulo Portas distingue, ele próprio, as Forças Armadas do seu partido, ou então como é que o cidadão comum os vai distinguir? Significa que estamos num impasse.

Eu não tenho medo de esclarecer que estou preparado para lutar contra esses senhores da forma que for preciso! Até aqui achava que era com o voto democrático. Mas se não for, tudo bem.
Agradeço a sua intervenção urgente neste esclarecimento. Não que a panóplia de comentadores e Opinion Makers cacicados do costume tenha referido o assunto mas, olhe Sr. Presidente, não passou despercebido ao cidadão comum.

Era giro que tudo se resolvesse com eleições, sem recurso à guerra civil.