terça-feira, setembro 11, 2007

Verdadeiramente Triste

É o estranho e misterioso desaparecimento de uma criança.

Segue-se um inqualificável espectáculo dos Srs. Jornalistas, portugueses, ingleses, espanhóis e de toda a parte. Os comentadores, mais zangados, mais assertivos, mais especialistas, mais técnicos, ajudam esta merda toda.

O pobre país olha para o lado incrédulo, enquanto o infernal show contínua. A Fátima, a Júlia, A Clara, a Judite, o Zé Alberto e todos os outros, bebem o sangue da menina e constroem e destroem a família conforme se lhes dá na gana.

Felgueiras a filha, trata o caso por tu, desconhecendo que deveria estar eticamente afastada, mesmo que temporariamente, dos casos de justiça. Marinho, o justicialista, apregoa inocência e culpa da polícia, dos pais, dos jornalistas, do sistema e de Cavaco Silva, tratando-o de animal para baixo, por nunca ter dúvidas. É um verdadeiro, agoniante, macabro, esfuziante circo grotesco. Martim analisa a forma como a imprensa britânica lida com o caso, dando exemplos de coments na Internet para justificar o bom senso do povo inglês. O alinhamento é surpreendente: corta para uma peça sobre uma gincana de burros. Uma senhora lá da Aldeia, confessa: “O Burro não é nenhum animal de diversão. É como eu. É para trabalhar.”
Moita Flores aparece cirugicamente em momentos chave e é assustador. Parece um porta-voz não oficial da polícia. A polícia tem um director de comunicação sem assumir?

E com esta metáfora se entala um país à beira de um ataque de estupidez irreversível.
Os portugueses. Custa-lhes dar uma opinião, tal é o disparate. E eles continuam. Sem perceber a figura ridícula que estão a fazer.

‘Bora fazer “o dia sem jornais?” Um dia de protesto contra o estado a que chegámos.

2 Comments:

At 12:24 da manhã, Anonymous Anónimo said...

Bernardo, uma dúvida: continuas como assessor do Governo ou não?

 
At 12:34 da tarde, Blogger HB said...

Dá a cara cobardolas.

 

Enviar um comentário

<< Home