segunda-feira, dezembro 04, 2006

Não pode ser só levar. Vamos lá dar umas cacetadas... e já agora, nas canelas, como convém!

Os Monty Python servem de inspiração para cópias, por esse mundo fora. Não há exemplos bem sucedidos. Os motivos reais prendem-se essencialmente com o talento genuíno da trupe. Também pelo enquadramento espaço/temporal e pela forma como os seus elementos se adaptaram individualmente ao espírito comum.

Por cá, depois de Gil Vicente, o humor cénico, teatral, cinematográfico ou, ainda mais recentemente, televisivo, atravessa reconhecida crise. Ninguém, ou quase ninguém, se ri verdadeiramente com os géneros sucedâneos. A revista, directamente herdeira de Mestre Gil, 500 anos retardada, o non sense, envergonhado e não estruturado, o Stand up, sem alma e sem assunto, e os costumes, sem costumes, levam os humoristas ao fracasso, com pequenas lufadas, tipo traque, circunstanciais, nem sempre mal cheirosos, mas sempre descontínuos. Quem se esforçou para rir de Rueff, rapidamente se arrependeu, por exemplo.
Acresce que uma geração nova procura fórmulas antigas: o non sense de há trinta anos e a entrevista simulada de há vinte, no "Not necessarily the news", hoje revista e melhorada em Jon Stewart.

Os Python tinham três actores geniais: Cleese, Palin e Idle. Um muito bom, Chapman, já defunto e dois, Gilliam e Jones, que se adaptavam a um circunscrito trabalho quase figurante, embora, sem sabermos se a relação do desempenho cénico tinha a mesma proporcionalidade da elaboração escrita, estes se dedicassem a outras meritórias funções, animação, realização e co-realização.

Tentar fazer um grupo que não respeite esta relação de talento, no humor, no rock, na política, na ciência, é uma morte à partida. Todos reconhecemos isto. Já todos falámos sobre isto. Quem o tenta fazer, arrasta-se e a única forma de se prolongar é ser medíocre.

1 Comments:

At 12:05 da manhã, Anonymous Anónimo said...

concordo plenamente

 

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