quinta-feira, agosto 24, 2006

Cintra outra vez

Eis um bom exemplo de alguém tripolar. Nas pausas dos fracassados e chorudos projectos que vende à RTP, Eduardo Cintra Torres escreve crítica. E na mais recente polémica acusa que os noticiários da RTP só dedicaram 3,8% do seu tempo aos incêndios por ordem expressa do gabinete do primeiro-ministro.
Apesar de ter havido mais ignições, da área ardida ter passado de 300 mil hectares em 2005 para 50 mil este ano, é bom esclarecer que ninguém está contente com isso. Seria bom que nenhum hectare ardesse. O que preocupa Cintra Torres é o tempo de antena dos incêndios. E o tempo de antena das maiores broas de milho? E o tempo de antena dos crimes passionais? E o tempo de antena das negociatas da bola e da competição profissional e já por si sponsorizada? E a ausência de tempo de antena ao que verdadeiramente importa (a arte, a ciência, a pedagogia e educação, etc.)?
Cintra Torres, qual Gobern, o estoira jornais e Castrim, garantiu na SIC que as suas fontes lhe revelaram o envolvimento do gabinete do PM.
Portanto: há jornalistas e políticos a emitirem opinião, há críticos que têm fontes, são portanto também jornalistas, escrevem seriados para a RTP e ainda são reconhecidos críticos de TV.