Envolvimento
Deito-me na marquesa e a senhora diz: "O senhor dava na televisão". Eu respondo que sim e penso: "Ela é que nunca me deu nada".
Propício a ficar encalacrado com massagens e afins, desta nem por isso. Um envolvimento de chocolate remete, ao invés, para a infância. Será que crescer é fazer oficialmente aquilo que em criança nem nos sonhos mais remotos poderíamos aspirar?
Todo besuntado em chocolate sou envolvido em papel de prata. Desconhecedor contudo da manufactura gastronómica imagino que algum doce de chocolate passa pelo mesmo processo.
Assim que a senhora termina o manuseamento diz qualquer coisa, apaga a luz e sai. Não demoro dois minutos a perder contacto com consciência.
Em frente a José Sócrates, digo-lhe que compreendo a necessidade de fazer uma lei que promova o uso de granadas, mas esclareço a dificuldade em explicar tal acção e que vai causar muitos inconvenientes públicos ao governo. A contestação será generalizada e dificilmente se conseguirá suster a sua escalada. Acena com a cabeça mas não intenta compreender os meus argumentos. Sustento que entendo que a provável origem de uma medida tão drástica se prende com a necessidade de escoar a produção nacional de pólvora e que afinal não é o que aparenta, uma solução puramente belicista que aumentará a violência pública, mas uma política de protecção à nossa industria que culminará em vantagens economicamente úteis ao país.
José Sócrates responde-me que nem a ele o Ministro da Defesa explicou o altamente secreto motivo de decretar necessário o rebentamento de granadas por parte da população. Procura descansar-me que tal utilização será monitorizada e contextualizada. O uso de granadas será circunscrito a determinadas situações. Insistiu: o Ministro da Defesa simplesmente lhe exigiu que confiasse, sem explicações concretas e ele, Primeiro-ministro, assim fez.
Acordo com a voz inconveniente da senhora e percebo a mensagem do âmago: é, pois altura, de rebentar granadas.
Propício a ficar encalacrado com massagens e afins, desta nem por isso. Um envolvimento de chocolate remete, ao invés, para a infância. Será que crescer é fazer oficialmente aquilo que em criança nem nos sonhos mais remotos poderíamos aspirar?
Todo besuntado em chocolate sou envolvido em papel de prata. Desconhecedor contudo da manufactura gastronómica imagino que algum doce de chocolate passa pelo mesmo processo.
Assim que a senhora termina o manuseamento diz qualquer coisa, apaga a luz e sai. Não demoro dois minutos a perder contacto com consciência.
Em frente a José Sócrates, digo-lhe que compreendo a necessidade de fazer uma lei que promova o uso de granadas, mas esclareço a dificuldade em explicar tal acção e que vai causar muitos inconvenientes públicos ao governo. A contestação será generalizada e dificilmente se conseguirá suster a sua escalada. Acena com a cabeça mas não intenta compreender os meus argumentos. Sustento que entendo que a provável origem de uma medida tão drástica se prende com a necessidade de escoar a produção nacional de pólvora e que afinal não é o que aparenta, uma solução puramente belicista que aumentará a violência pública, mas uma política de protecção à nossa industria que culminará em vantagens economicamente úteis ao país.
José Sócrates responde-me que nem a ele o Ministro da Defesa explicou o altamente secreto motivo de decretar necessário o rebentamento de granadas por parte da população. Procura descansar-me que tal utilização será monitorizada e contextualizada. O uso de granadas será circunscrito a determinadas situações. Insistiu: o Ministro da Defesa simplesmente lhe exigiu que confiasse, sem explicações concretas e ele, Primeiro-ministro, assim fez.
Acordo com a voz inconveniente da senhora e percebo a mensagem do âmago: é, pois altura, de rebentar granadas.
1 Comments:
Interessante...voltarei.
Cumps
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