Os Meus Amigos
Para melhor conhecer alguém, nada melhor do que perceber com quem anda metido. A lista de personagens que envolve o meu mundo não é nada apreciável. Quero aqui deixar claro que sou como sou por causa destes amigos que me prejudicam diariamente. Se por acaso alguém tiver um grupo de amigos aconselhável e que possa partilhar comigo, envie para hbproducoes@netcabo.pt. A gerência do Estado Negação agradece.O conjunto dos meus amigos forma um grande grupo que dificilmente se reúne todo. Aliás, acho que só se reuniu na celebração do meu trigésimo aniversário (20-6-2002), o que ainda é pior porque vivo uma verdadeira morte lenta, saltitando de pequeno grupo em pequeno grupo, em vez de levar com uma machadada definitiva.
O pequeno grupo dos irmãos
Este grupo é o mais importante e o mais pequeno. A Cris, irmã mais velha do grupo, que cuidou muitas vezes de mim quando eu era pequeno (portanto uma das mais responsáveis pelo estado a que isto chegou) que é uma pessoa extraordinária, muito afectiva e uma excelente pianista e professora dos cantores do Conservatório de Música de Lisboa. O Lápá, o mais novo, que tem ao longo dos anos sido um companheiro de muitos jogos de computador, projectos teatrais e outros devidamente arquivados nas pastas que consideramos como "as pastas que nunca se farão". O meu pai tentou alargar este grupo, mas não teve muito sucesso...
O pequeno grupo de Florisbela
Florisbela é a minha mulher. Eu juro que não tive culpa: apaixonei-me e quando percebi no que estava metido, já era tarde. Ela é muito obcecada pelas coisas da casa: obriga-me a fazer a cama todos os dias, despejar sempre o cinzeiro que se encontra na janela da cozinha (único sítio que se pode fumar, embora também isso vá ser proibido) e colocar sempre a loiça suja na máquina, mesmo que seja só a do pequeno almoço. Nunca deixar o carregador no hall de entrada, único espaço permitido para recarregar telemóveis, nem não deixar os estores devidamente semi fechados. Ela é uma pessoa muito querida e doce, que eu gosto muito e que me obriga a ficar com ela porque comecei a perceber há pouco tempo que sofre de problemas muito graves: apanhei-a um sem número de vezes a fazer companhia à sua própria roupa, ficando horas a olhar para a mesma depositada em cima da cama; passeia dois cães e um gato, que na realidade são duas representações em quadro e quando confrontada com este estranho movimento, respondeu que estava a ver como é que ficavam em diferentes sítios da casa e fala frequentemente para as pessoas da televisão, sem perceber que não a podem ouvir nem ver. Fala muitas vezes com pessoas não presentes (a senhora das flores e outras). Florisbela, dona de um óptimo sentido de humor, é actualmente recordista relacional absoluta, num período que chega aos três anos (!) com interrupções nunca superiores a cinco minutos. Arrastou para a nossa relação um conjunto de energúmenos dos quais não me consigo livrar: Lau Lau uma psicótica em estado grave, que habita no Reino Unido, que casou com um rapaz espectacular, inclusivamente do clã McGregor, que ela arrastou para o desemprego e consequente miséria com promessas de grandes projectos na imobiliária. Espinho um D. Juan dos nossos dias, em estilo hippie, devidamente credenciado no Bloco de Esquerda e frequentador de livrarias e associações subversivas como a Abril em Maio e outras e de espaços de divulgação cultural e da palavra do senhor (Karl Marx, entenda-se). Florisbela, Lau Lau, Espinho e eu, passámos um extraordinário e imemorável Agosto de 2000 e às custas de um operador telefónico!
Deste grupo fazem ainda parte a Careca, uma hipocondríaca que arranja problemas imaginários para chamar a atenção de Florisbela, exercendo uma influência muito negativa contra mim, o seu esposo Murphy, um inglês perito em intriga, que oculta a sua identidade política e a Minsten que aparece quase todos os dias em nossa casa para jantar e falar das novelas e do namorado, sem que eu possa sequer ouvir, quanto mais intervir, tendo-as inclusivamente apanhado na casa de banho a conversar, só para me manterem à parte!
Acrescente-se o Manel que é um amigão, fora as suas posições fascistas (é mais apoiante da direita que os próprios militantes) e um benfiquista dos sete costados, que deve ter alguma quota na Super Fute, pois apoia incondicionalmente o Sr. Dr. Vieira (o Dr. é uma piada para o universo benfiquista). O Manel infiltrou-se na minha empresa para me prejudicar, tendo dado como pretexto que viria ajudar, obrigando-me a despedi-lo com inúmeras justas causas. Sua mulher Psio, inventou uma história de depilações criativas (golfinhos, águias, xadrez e etc.) só para enfeitiçar malta de outros subgrupos. Essas depilações nasceram do universo criativo deste casal de embustes.
Outra malta se junta a estes, como a Seiçuna (taromante profissional), as primas, os primos (TB fanador de filmes), a Peixa (cujo marido é do FCP, se alguém acredita), a Orsen (mulher que desviou um promissor engenheiro informático, de seu nome Matos, para as ruas da amargura) a comadre Guida e esposo Luís (que têm uma filha excelente que é a Sofia e outra com três anos que é uma terrorista internacionalmente procurada, a Bui Bui) e mais uma série de malta que me tortura, como a Mary (mãe de duas crianças de cinco e três anos, Tomás e Diogo, ambos do Benfica, que me batem e me põem à baliza) e sua irmã Madalena que já me tentou matar duas vezes.
O pequeno grupo antigo
Aqui estão incluídos os meus amigos mais antigos, exceptuando os da escolinha. TC é um DJ no desemprego que dormiu muitas vezes em comboios estacionados na estação do Rossio e na sala da Associação de Estudantes de Benfica. Quando se embebeda é capaz de vomitar a andar e ainda continuar a conversar. Detém uma colecção infindável de CDs e cultiva bandas alternativas australianas que só gravaram um disco e colaboraram num filme também alternativo. Inscreveu-se na Escola Superior de Cinema aos trinta anos com o objectivo de engatar miúdas de vinte. Conseguiu e casou com Sara, dez anos mais nova. Ela é uma pessoa fixe mas trata-o muito mal, dizendo que ele quer esconder a careca e outros piropos do género e cultiva um mau perder assustador a jogar à batota.
Ana é a instigadora dos jogos de azar no seio deste pequeno grupo. Já fez várias tentativas para recuperar do jogo, mas sem sucesso. É mãe de duas crianças espectaculares, a Ritinha (aos cinco anos já assaltou várias estações de gasolina) e o Tomé (que finge ser bom aluno, tirando boas notas, mas na verdade é um marginal do skate). O Dr. Coutinho também me prejudicou: sugeriu-me que envergasse por uma carreira nas artes do espectáculo, desvinculando-me da saúde mental, para a qual sinto que nasci e para a qual sinto que tinha muito a dar, quando me curar! Dessa época fiz-me amigo do Silva, mas esse já desapareceu há muito e felizmente.
Conheci o TC num curso para aprender a ser especial e único, no qual também participou Gongas (e a Alcina, casada com Ló que ambiciona ser realizador de filmes no mínimo estranhos, que moram na Expo e quando convidam pessoal para jantar exigem que se leve os frangos), um cantor Rock, que me forçou a fundar uma banda e a conhecer o país, a dar concertos e a ganhar guita viva... Estragámos tudo quando fizemos um CD, o que é estranho para a história de uma banda de sucesso. Nessa altura conheci o Vilie (ex. tocador de órgão, actual craque de conteúdos), o Ruissól (baixista, encantador de fêmeas) e o Espanhas (uma mega estrela no mundo da TV). Passaram por lá outros músicos, mas estes foram os fundadores. O mánáger era o Mateus, que ajudou extraordinariamente nas questões comerciais porque era parecido com o Charles Bronson e vinha do mundo do trapo.
Depois entrei para esse meio maravilhoso da TV do qual quero urgentemente sair, mas que aqui e ali me vão tentando primeiro domesticar e enquadrar e depois convidar para pertencer e conheci o Carlos um realizador formado nos EUA, com méritos fantásticos, que me obrigou a pós produzir um programa em Barcelona e aí ir todos os fins-de-semana, durante quase dois meses. Foi uma ida lá baixo, bastante desgastante! Este é o meu único amigo no meio televisivo, embora conheça muita gente com quem me dou, profissionalmente, muito bem.
Paralelamente conheci a Ana R, que sempre apoiou a banda e as incursões no teatro, de forma provavelmente pouco generosa, portanto egoísta. Há uns anos partiu para Espanha onde trabalha e Portugal tem melhorado muito desde então!
O pequeno grupo da Escolinha
A Fi é a mais antiga, pertenceu a outro subgrupo, o do Passos Manuel e trocou-me pelo guarda redes de Andebol_ o Mosca! Felizmente não conheceu os de Benfica.
Primeiro o Zé, fiel companheiro da Associação, que não raras vezes me espetou uma faca nas costas nas diversas conspirações da política juvenil. Hoje é jornalista desportivo. Bem feito!
A Guida (outra que não a minha comadre) fez uns desfalques e foi viver para o médio oriente, transformando-se de mulher emancipada em mulher reprimida pela burka e outros costumes locais. Guida arrastou atrás de si Paulo, a quem sedou para o convencer a entrar nesta aventura. A Ana que passa a vida a investigar e a escrever, sem que nunca se perceba se ela própria vive ou não, a Sónia que fez de Julieta (eu era o Romeu) numa adaptação escolar, para depois denegrir e ofender o meu nome nos círculos teatrais e afins_ A Sónia é uma das pessoas com quem contracenar mais prazer me deu. O Tiaguinho que investiga sociologia, após uma adolescência dedicada a ser a própria matéria e o Tsé Tsé, que passou de bom aluno a um absoluto e irreversível marginal, tendo inclusivamente sido visto na companhia de más. O Trigueiros (que competia em brutalidade com a única pessoa decente deste subgrupo_ o Vá Vá, retirado no Algarve há muitos anos) que da última vez que o vi estava igual a si próprio, o que é bastante suspeito e o Luís que se dedicou aos computadores depois de uma adolescência a sonhar com a Patrícia F (desaparecida em combate), da qual nasceram danos irreversíveis como o de ter sido o primeiro e único a casar. Aliás, coincidência ou não, ninguém da restante malta casou, pois passam o tempo a mudar e enganar parceiros...
Aqui conheci o Mário P exilado também, em Paris, porque se dedicou à composição de música contemporânea, ignorando o simples facto de que, em Portugal, só alinhamos em actividades estritamente produtivas. Ele (juntamente com o Zé) foi o meu melhor amigo à época, pelo que a sua partida e consequente afastamento teve como principal objectivo desenraizar-me da minha adolescência, aumentando assim o meu estado depressivo.
Conheci ainda o Victor, com quem preparo um espectáculo de teatro, que é um péssimo companheiro, tentando sempre comer a cena e tendo-se lembrado de mim para o papel como segunda escolha e o Paulo, a quem estupidamente já dediquei um texto.
Alguns professores também considero "amigos da onça" (Zélia, Marcelo, etc.) mas não constam porque os tenho tentado esquecer.
Outros amigos da época (Isabel D., Tiago C., MK e João S.) meteram-me o gosto da política e também não merecem qualquer menção.
O pequeno grupo AAL
De todos o mais nefasto! Conheci-os quando pertenciam à Associação Académica de Lisboa e contrataram a banda para tocar, por volta de 1993 (afinal foi em 1995, dica do LP).
O General é quem comanda as tropas. Por ser brilhante, envergonha toda a gente quando se fala dos mais variados assuntos. O Sargento que só está bem se houver uma pequena mentirinha ao barulho, com o qual trabalhei alguns anos, deteriorando a nossa amizade, salva pela maturidade de ambos. Quer é Zambujeira do Mar e festanças e trata mal os filhos, colocando-os em actividades lúdicas, em vez de os fechar saudavelmente em casa (Fon Fon pratica surf e Nô Nô bailado). A sua mulher Ana ajuda-o a ser um conspirador, pondo defeitos em tudo sempre que é convidada para jantar! E finalmente o LP (já conhecido comentador do Feed Back do Estado Negação) que é um alcoólico em último grau, levando-me à desgraça todos os sábados, porque durante a semana trabalha (desde as oito da matina) e não sai. Empresta jogos de PC, fazendo demonstrações atractivas em sua casa, para depois entregar só o CD de jogar, omitindo o de instalar. Cabrões destes deviam ser fuzilados!
Com estes três farsantes passei um Junho de 2000 fantástico, na Holanda a assistir ao jogos de Portugal, quando na selecção se jogava à bola, em vez de rezar e ouvir o Roberto Leal. Aqui o Sargento surgiu com a ideia de que queria "mudar de grupo", uma vez que eu e o LP não queríamos beber por causa de uma chamuça que havíamos ingerido de véspera. Expliquei ao Sargento que não se pode mudar de grupo, uma vez que nascemos, crescemos e vivemos sempre no seio do grupo envolvente e jamais o poderemos abandonar ou trocar. Fiquei para sempre refém destas mesmas palavras. De qualquer forma, por esses excelentes momentos, obrigado ao João Pinto, ao Rui Costa e ao Figo (por esta ordem)_ vocês é que deveriam ser os meus amigos.
Deste grupo fazem ainda parte o Mendes (ex. cantor de metro, descobriu outra área interessante no subsolo_ os parques) e sua esposa Carla que manda nele e o agride fisicamente (têm um filho fantástico, o Ricardo, que espero não estraguem, o que será muito difícil). O Luís e a Anita (que também têm um bebé que nunca me mostraram, sabe-se lá porquê) e o Ricardo S (que tem a mania de me ir buscar ao hospital sempre que me estampo de carro_ uma única vez e não ia a guiar) fecham este subgrupo de criminosos.
Como qualquer pessoa nesta situação tenho tendência a tentar procurar novos grupos que me salvem deste. Daí que no Brasil tenha descoberto o António e a São que me pareciam espectaculares e afinal são iguais aos outros todos (aliás a sua filha Susana pôs em causa a segurança nacional tendo feito amizade com malta de Israel e da Palestina ao mesmo tempo).
Tentei também ser caddy para ver se conhecia outro tipo de malta, mas desisti antes de tentar.
Já não sei o que fazer... Com amigos destes quem precisa de inimigos? Frase, acabada de inventar, bem apropriada...
Por causa de tudo isto recorri à terapia. Aí conheci a Dra. Deolinda, que me tenta explicar por que é que eu não devo sentir culpa, isto simplificando, mas na realidade desde 1996 não sinto que muita coisa tenha mudado. Bem talvez goste mais dos meus amigos, mas pergunto: e isso é bom?
Assim o meu melhor amigo é o Jaqué, o meu boxeur branco (muitos dos so called amigos insistem em ofende-lo, dizendo que é albino) com o qual mantenho uma relação extraordinariamente saudável, com alguns desaguisados naturais de quem se conhece há onze anos. Apesar de algumas discussões, cada um apresenta o seu ponto de vista e as coisas acabam por se resolver. Percebem? Como dois seres se podem entender? Basta que ora ceda um, ora ceda outro. É fácil.
PS- Excluí a (restante, dica do LP) família por causa das hereditariedades ainda não totalmente definidas...
1 Comments:
Lembras-te do Rato do Passos Manuel?? O Teu a migo de tantas moinices, o guarda redes, tu eras o Chalana!Pois sou eu!! O Pedro Costa, Escreve-me kostinha38@hotmail.com
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