Um congresso xxx, ou, um congresso do carago
Eu gosto dos partidos, das directas, das campanhas, dos congressos. Dito isto, permitam-me algumas palavras despidas de dogmas.
O PSD viveu o seu 30º congresso. Foi na realidade uma purga política. Uma purga da guerra norte-sul, levantada por Menezes há quase 15 anos. Ontem não houve sulistas liberais nem nortenhos radicais. Houve nortenhos liberais que venceram.
Foi também uma purga da envergonhada classe dominante, uma espécie de maioria silenciosa, derrotada pelo pouco entusiasmante Mendes, a mesma que agora espera os restos mortais políticos de Menezes para assaltar o poder depois de 2009. Disso ninguém poderá vir a acusar Manuela Ferreira Leite e, portanto, é uma das, senão a grande, vencedora do congresso.
O congresso demonstrou, apesar das tentativas contrárias, o que se vai passar nos próximos dois anos. Uma liderança, um partido bicéfalo. Santana escusa de fazer teatrinhos a protestar. Sim, ele vai ser tido por ter cão e por não ter, porque foi isso que fez toda a vida política.
A vantagem pela qual eu não subestimo Menezes é a equipa que o rodeia. É um PSD, em minha opinião, mais forte que o de Barroso. Ao comparar Duarte Lima, Ângelo Correia, Couto dos Santos e Miguel Cadilhe com Morais Sarmento, Luís Arnaut e afins, percebemos bem a evolução. Eu acho-os mais fortes agora.
As desvantagens são claras. Santana e a quase absoluta ausência de propostas concretas, com excepção de umas trapalhadas muito subjectivas (Águas de Portugal, construção de 700 escolas e formação para licenciados).
Em jeito de balanço e contas do congresso e da figura que é Menezes, as perguntas que, na próxima 5ª Feira, Judite de Sousa lhe deveria colocar:
1ª: Acha o modelo de gestão de Gaia aplicável ao país? Ou seja, a realização de obra pode, a nível nacional, estar consubstanciada num estrondoso endividamento?
2ª: Defende a privatização da Águas de Portugal. Que balanço faz das Águas de Gaia, talvez a única empresa de um grande município que não integra um sistema multi-municipal? Defende para a AdP, os mesmos parceiros e o mesmo modelo de gestão da “experiência de Gaia”?
3ª: Pretende construir 700 novas escolas num projecto de parceria público/privado. Afirmou que o investimento é de 500 M€. Quanto custaria anualmente ao estado esse projecto? Para os privados entrarem, como estabeleceria um modelo de gestão que tornasse o projecto lucrativo?
4ª: O projecto de formar licenciados em actividades diferentes das que se especializaram, coloca duas questões. Será o primeiro projecto de formação no mundo que altera o objecto, sem acrescentar mais valor. Ou seja, figuradamente, um jurista licenciado aprender informática como utilizador para trabalhar em secretariado, faz sentido? Não será que é no seio da própria actividade laboral que se adaptam características a determinada função?
Formar “cerca de 300.000” pessoas não significa que deixem de ser desempregados no imediato, certo?
5ª: Continua a concordar com a construção do Novo Aeroporto na OTA?
O PSD viveu o seu 30º congresso. Foi na realidade uma purga política. Uma purga da guerra norte-sul, levantada por Menezes há quase 15 anos. Ontem não houve sulistas liberais nem nortenhos radicais. Houve nortenhos liberais que venceram.
Foi também uma purga da envergonhada classe dominante, uma espécie de maioria silenciosa, derrotada pelo pouco entusiasmante Mendes, a mesma que agora espera os restos mortais políticos de Menezes para assaltar o poder depois de 2009. Disso ninguém poderá vir a acusar Manuela Ferreira Leite e, portanto, é uma das, senão a grande, vencedora do congresso.
O congresso demonstrou, apesar das tentativas contrárias, o que se vai passar nos próximos dois anos. Uma liderança, um partido bicéfalo. Santana escusa de fazer teatrinhos a protestar. Sim, ele vai ser tido por ter cão e por não ter, porque foi isso que fez toda a vida política.
A vantagem pela qual eu não subestimo Menezes é a equipa que o rodeia. É um PSD, em minha opinião, mais forte que o de Barroso. Ao comparar Duarte Lima, Ângelo Correia, Couto dos Santos e Miguel Cadilhe com Morais Sarmento, Luís Arnaut e afins, percebemos bem a evolução. Eu acho-os mais fortes agora.
As desvantagens são claras. Santana e a quase absoluta ausência de propostas concretas, com excepção de umas trapalhadas muito subjectivas (Águas de Portugal, construção de 700 escolas e formação para licenciados).
Em jeito de balanço e contas do congresso e da figura que é Menezes, as perguntas que, na próxima 5ª Feira, Judite de Sousa lhe deveria colocar:
1ª: Acha o modelo de gestão de Gaia aplicável ao país? Ou seja, a realização de obra pode, a nível nacional, estar consubstanciada num estrondoso endividamento?
2ª: Defende a privatização da Águas de Portugal. Que balanço faz das Águas de Gaia, talvez a única empresa de um grande município que não integra um sistema multi-municipal? Defende para a AdP, os mesmos parceiros e o mesmo modelo de gestão da “experiência de Gaia”?
3ª: Pretende construir 700 novas escolas num projecto de parceria público/privado. Afirmou que o investimento é de 500 M€. Quanto custaria anualmente ao estado esse projecto? Para os privados entrarem, como estabeleceria um modelo de gestão que tornasse o projecto lucrativo?
4ª: O projecto de formar licenciados em actividades diferentes das que se especializaram, coloca duas questões. Será o primeiro projecto de formação no mundo que altera o objecto, sem acrescentar mais valor. Ou seja, figuradamente, um jurista licenciado aprender informática como utilizador para trabalhar em secretariado, faz sentido? Não será que é no seio da própria actividade laboral que se adaptam características a determinada função?
Formar “cerca de 300.000” pessoas não significa que deixem de ser desempregados no imediato, certo?
5ª: Continua a concordar com a construção do Novo Aeroporto na OTA?
Só assim para começar. Agora giro, giro vai ser Santana como líder da bancada. É mesmo o perfil. Imagino José Sócrates a esfregar as mãos de contente.
0 Comments:
Enviar um comentário
<< Home