sexta-feira, novembro 14, 2008

Bom dia, boas novas!

Hillary Rodham Clinton poderá ser a próxima Secretária do Estado do Presidente Obama. Esta é uma fuga lançada por dois altos dirigentes do Partido Democrata que, anonimamente, denunciaram à imprensa a possibilidade. Poderá fazer parte da estratégia de Clinton, é certo. Mas não deixaria de ser uma boa nova.
Bill Richardson e John Kerry estão na corrida. Hillary seria, sem dúvida, melhor escolha.

terça-feira, novembro 04, 2008

Obama minuto a minuto

O outro 4 de Novembro. O de 2004 (Precisamente quatro anos!)


Não restam dúvidas: Barack Hussein Obama (Honolulu, 4 de Agosto de 1961) será o próximo presidente dos Estados Unidos da América.
Nem um mega atentado em solo americano, ou uma declaração de apoio por Osama Bin Laden (estratégia utilizada em 2004) podem, nesta altura, inverter a vitória de Obama. Mais: obterá um resultado estrondoso, tanto no voto popular, como no número de grandes eleitores: serão mais de 300 (sendo necessários 270), podendo ganhar estados tradicionalmente “Republicanos” como o Nevada, Virgínia, Florida, Colorado e até, imagine-se, o North Dakota. Para além dos “Swing states” (Estados que, ao longo da história, mudam consoante o contexto e os candidatos e que são verdadeiros indicadores do “estado de espírito do eleitorado) como a Pensylvania, Michigan e New Hampshire. Poderá eventualmente não conquistar o Ohio.

Como tudo começou
A paixão por Barack Obama aconteceu, tal como, provavelmente, à generalidade dos americanos e dos cidadãos do mundo, por mero acaso. De uma coisa não me escapo, com algum orgulho, confesso: terei sido o primeiro português a apontar Barack Obama como próximo presidente, num premonitório post no meu blog, a 4 de Novembro de 2004.
Dois dias após a derrota de John Kerry, procurei na Internet, quem seria o melhor candidato democrata em 2008. Uma típica fuga para a frente. Perante o desalento de mais uma vitória dos falcões, eu tinha que encontrar um sinal, alguém que me inspirasse a pensar que em 2008 tudo seria diferente.
Não existia youtube (registado a 15 de Fevereiro de 2005 e lançado experimentalmente em Maio do mesmo ano) pelo que, à data, não tinha assistido ao Keynote speech de Obama na Convenção Democrata de Boston (Julho de 2004). Aliás, depois de vários textos e discussões com amigos, foi estrondoso assistir à sua intervenção verdadeiramente inspiradora. Ecoaram-me as suas palavras nos discursos das primárias: “What began as a whisper has now swelled to a chorus that cannot be ignored, that will not be deterred, that will ring out across this land”.
Porque provavelmente a impessoal e pouco científica virtual pesquisa, assim implica, verdadeiramente o que me impressionava, era afinal de contas, aquilo que veio a contagiar os americanos e o mundo: o seu percurso académico (Universidade da Columbia e Harvard), a sua ascensão do voluntariado comunitário ao senado do Illinois, a derrota para governador, a gigantesca vitória de 2003 para o senado Nacional (70%), a sua oposição à guerra, o combate ao lobbie, as medidas contra as alterações climáticas… E uma foto. Uma simples foto onde discursa algures em Chicago, já Senador nacional, para um grupo de crianças num ginásio de uma escola.
Este homem, como diria Mário Soares, no “Espírito do tempo”, conseguiu, inicialmente via Internet e depois via todo e mais algum meio, do telemóvel, ao cartaz iconográfico e do laptop ao postal, transformar o invejoso sussurro, que só alguns de nós partilhámos, num coro sem precedentes na história da América.
A 4 de Novembro de 2004, também eu pronunciava, de forma básica, aquilo que nos espera amanhã: “Future Hope”, era o título, com a foto (a tal) e uma simples legenda. “Barack Obama, Senator of Illinois”.
Outras figuras eram recorrentes, na minha, então preliminar, busca pela pessoa certa: Hilary, Al Gore, Howard Dean, John Edwards. Mas eu escolhi a 4 de Novembro. E recordo, com sorriso, as maiores discussões que tive desde então contra o mundo: contra as possibilidades, contra o preconceito em relação à capacidade de escolha do povo americano, contra aquela que é a mulher política mais conhecida do mundo, contra o seu estatuto afro-americano, contra o seu nome, contra um veterano prisioneiro no Vietname, enfim e de novo. Contra todas as possibilidades!
Foi contra essas possibilidades que estive no Invesco Field, em Denver, no maior comício de aceitação de sempre, onde a 28 de Agosto, juntamente com mais de 80 000 pessoas, Obama aceitou ser o candidato do partido. E dessa magnífica experiência, que jamais esquecerei, uma palavra para a esperança do povo americano. A sua alegria nesse dia marca a esperança que nos contagia.
Na verdade, para mim, a minha “jornada improvável” chegara também ao fim. Foi quando verifiquei que também em política, às vezes, os sonhos se podem tornar realidade.

A sua avó, Madeline Dunham, desempenhou um papel importante nesta verdadeira fairy tale. Padeceu na véspera do dia em que o menino de sorriso afável que criou se torna no homem mais importante do mundo.
Finalmente impressiona-me muito a permanente, repetida, abordagem de muitos portugueses, na rua, na família, amigos, que me dizem: “vamos lá ver se não o matam”. No consciente esta é uma afirmação que revela preocupações étnicas. Lá por trás está uma verdadeira comparação a John Kennedy. Obama é, como dizem os republicanos, um homem único numa geração.

segunda-feira, novembro 03, 2008

Manuela Jesualdo Ferreira

Um azar nunca vem só.

O meu azar: ia escrever algo sobre a imperceptível crónica de Manuela, Sábado no Expresso, intitulada “Investimento Público”. Afinal a ideia foi gira: criar, num artigo enigmático, uma espécie de teaser para a entrevista de Domingo à TSF e DN. Gostava de conhecer o brilhante autor da ideia: “Escreves umas palavras sem esclarecer o que pretendes, a malta cai em cima e no dia a seguir respondes”. Brilhante.

O azar do cabo-verdiano e do ucraniano: por um lado Cabo-Verde, todos sabemos, não deve aspirar a ser mais que aquilo que é para Portugal: um bom paraíso fiscal para bancos manhosos. Por outro, Manuela, respondeu claramente aos radicais de direita, que ao longo de décadas denunciaram e perseguiram os nossos imigrantes na Venezuela, França, Brasil, Estados Unidos, Canadá, Suiça, Luxemburgo.

O azar dos aeroportos que nascem numa só fase: Manuela é a favor de um aeroporto construído por fases. Contra o luxo do TGV. Sobre as estradas, nada. Não é contra nem uma? Uma só? É portanto a favor de todas. Os autarcas do PSD agradecem não ter que correr com ela antes das eleições de 2009.

O azar de Manuela: quando decide falar, logo o malandro do governante decide nacionalizar um banco, acabando de imediato com qualquer espécie de projecção da referida entrevista, com excepção da gafe xenófoba. Vendo bem, se lermos a entrevista, Manuela teve foi sorte em não ver replicado o conjunto de baboseiras sem substância que a aconselharam a dizer.

Disponibilidade imediata

No mínimo, Miguel Cadilhe falhou ao não conseguir resolver os problemas do BPN. Repito: no mínimo.

Isto significa que tem disponibilidade imediata para ser candidato a primeiro-ministro, caso Luís Filipe Menezes recupere a liderança do PSD e leve o seu plano (um líder, um candidato) avante.

Agradáveis Manifs

Com as actuais dificuldades de mobilização dos sindicatos, em contraste com outros tempos, acaba por ser bastante agradável tê-los à porta, especialmente porque a ausência de manifestantes é compensada por uma aparelhagem sonora de grande potência e boa qualidade (qual carro sonoro roncante?).

A escolha musical é também de qualidade aceitável. Obrigado.

sábado, novembro 01, 2008

Já agora

Com a devida vénia à generalidade de comentadores/analistas/paineleiros/jornalistas, o interessante nas eleições na América não são os resultados na Florida, Pennsylvania ou Ohio. Muito menos noutros swing states, há muito resolvidos: Michigan e New Hampshire. Também há estados tradicionalmente republicanos já estão do lado de cá: Virginia, North Carolina e Colorado.

Giro, giro é ver como vão votar os bastiões vermelhos: Montana, North Dakota e Georgia. E Arizona, meus Deus! Esse resultado pode ser histórico. Arizona vai dar uma música de sucesso ao mundo, ah pois vai.