terça-feira, junho 26, 2007

Não é grave

Errar é humano. Aliás, o único problema do pára-quedismo é se o pára-quedas não abre. Ele é cada trambolhão.
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O IPAR tem que ser extinto, são uns preciosistas, essa rapaziada que quer proteger o património a todo o custo.

A EPUL distribuir água é melhor ideia para resolver a insolvência financeira.

Quanto à EPUL… é normal. Quem é que já ouviu falar na EPUL? O que é a EPUL? Houve alguma vez alguma notícia sobre isso? EPUL?

Digam lá

Não se pode dizer que o governo não avisou para o problema de voltar a discutir o quarentão assunto da localização.

Não se devia dizer, mas diz-se com toda a displicência (inclusive a estimada Joana A. Dias, na TSF) e despropósito que foi o actual governo que escolheu. Seria um bom exercício de seriedade política perceber que o governo nunca, jamais, jamais, escolheu qualquer localização até à data. Agora terá que escolher. Mas, não. O actual governo não escolheu nenhuma localização.

Mas, é bom dizer que a direita, nesta matéria, dá o mote e a esquerda toca a rebote. A forma inspirada, diga-se, como Marques Mendes e Paulo Portas têm colocado a questão, garante-lhes o claro e inequívoco apoio de Jerónimo e Louçã. Alguém viu diferenças substanciais de argumentação? Mais: em alguma circunstância a esquerda lançou argumentos concretos antes da direita? Não. Sempre que a direita apareceu, o PCP e o Bloco, não se distanciaram, apoiaram. Claro, com o secundário argumento, parece que estou a ver a cara risonha do Louçã para a Judite, que Portugal só dá a volta totalmente com sério investimento público… Hipocrisia política é o tipo de cena que o Bloco adora. ADORA!

Diz o estimado Presidente da Associação Comercial do Porto que não lhe passa pela cabeça que existam preconceitos contra o facto do Presidente da Associação Comercial do Porto querer discutir a localização do Novo Aeroporto de Lisboa. Parece-me perfeitamente normal. Dei uma vista de olhos na missão da ACP e não encontrei nada sobre a óbvia missão da Associação. Parece um sketch do Gato Fedorento:

- O que é que o senhor faz?
- Eu? Sou presidente da Associação Comercial do Porto.
- Ah, sim? Tem graça, é muito parecido com um comentador de futebol… E então? O que faz a Associação Comercial do Porto?
- Basicamente defendemos os interesses das empresas de comércio do Porto. DO PORTO… DO FC… Perdão. DO PORTO, ‘tá a ver?
- Interessante. E desenvolvem actividades?
- Sim, sim. Olhe, neste momento queremos fazer um estudo sobre a localização do aeroporto de Lisboa, para defender os comerciantes do Porto.
- Ah…

Finalmente apareceu agora o brilhante Seara. Demais. Escreve um artigo, por tal não podemos confirmar se a rir, se a sério, onde tenta esgrimir os mais racionais argumentos do mundo, bastantes, assim tipo gajo racional, ponderado e argumentativo, sobre uma matéria onde se percebe que é mesmo entendido: sector aeroportuário. Um dia que o PPD volte ao poder, ali está, aliás, um bom nome para a tutela.
E acaba com a sugestão, também devidamente sustentada: Portela + 2.
Também não sei se a sério se a rir, o DN publica a charada e a TSF cobre a ideia.
Agora… Já vejo o futuro. António Capucho virá relembrar Tires e propor Portela + 3. E por aí fora.
Não podemos confirmar se a malta se encontra toda num animado jantar e se ri à fartasana:
- Ó malta! Sempre ao serviço de Portugal, hein?
- Podes crer! (gargalhada geral).
- Pá! Alguém sabe se os comunas vêm cá? Os gajos têm dado uma grande ajuda!
(Gargalhada geral).

O sempre giro PPD é um fartote. Colocaram um cartaz, no âmbito da campanha de Negrão (é bom esclarecer que Fernando negrão é o candidato do PPD a Lisboa), que diz: “OTA, Lisboa”. Ao lado dois quadrados, o de Lisboa com uma cruz.
Pergunta: se Negrão levar uma cabazada, poderemos depreender que os lisboetas preferem a OTA?
Pergunta: uma vez que todos os candidatos são contra a localização OTA, menos um, se esse ganhar, o povo de Lisboa está a dar-lhe razão?

Que delicia.

quinta-feira, junho 21, 2007

(Palavras dirigidas na celebração do meu 35º aniversário)

Boa noite!

Este ano, decidi celebrar os 14 anos que vivi com o meu melhor amigo não humano. É esta a vantagem de fazer anos: decidir o tema da festinha!
E por isso achei que vos devia desafiar para a única ambição não artística que tenho: contribuir de forma empenhada e activa para o debate e intervenção cívica na defesa dos animais não racionais.

Explicando bem o meu pensamento: a causa mais importante da humanidade é precisamente a defesa da vida humana, as condições de saúde, alimentação e higiene condignas com o nosso estatuto racional e emocional. Essa é a mais importante missão dos homens: criar condições para que todos os indivíduos da sua espécie tenham as mesmas, ou pelo menos condignas, condições de vida.

Não obstante, a causa ambiental, a defesa do desenvolvimento sustentável de um mundo com menos emissões perigosas, com mais energias renováveis, amigas do ambiente, com prioridade à defesa das zonas verdes, as urbanas e as de grande dimensão, florestas, parques naturais e reservas ecológicas em geral é um desígnio da humanidade, que não sendo o principal, também não é, seguramente, uma missão menor. Ou seja, há muito espaço disponível nas nossas cabeças para defender, discutindo, esclarecendo e agindo, em prol de um planeta habitável, bonito e sustentável.

Aquilo que eu acho que não está hoje claro, é o facto da mensagem ambiental ser perceptível para muitos de nós, mas essa mensagem em termos globais, não incluir a defesa da vida animal. Ou seja, fala-se ambiente sem se falar da preservação das espécies animais e o seu direito à vida com dignidade.

Pensei nos motivos porque isso acontece. Porque é que discutimos e agimos em prol da reciclagem, da emissão de gazes, das alterações climáticas, da civilidade em geral e a discussão em prol da vida animal está, digamos assim, secundarizada?

Das três, uma: ou não está desintegrada da temática defesa do ambiente, é apenas a minha percepção, ou não deve estar, são questões separadas, ou há um terceiro motivo, que é aquele em que realmente acredito:
A defesa da causa dos animais está envolvida em emoção e é por isso que está afastada da consciência ambiental.
Eu acho que os argumentos em prol dos animais estão desactualizados e são essencialmente pouco racionais e muito emotivos.

E é isto precisamente que temos que inverter. Temos que apostar em argumentos objectivamente rigorosos e concretos, se queremos, como julgo ser necessário, integrar a fauna no quadro genérico da defesa do ambiente.

Efectivamente, hoje, em pleno século XXI, existem novos factores que um defensor dos animais não enfrentava em tempos idos. A defesa da necessidade da esterilização dos animais domésticos, cães e gatos, é fulcral para o controlo da natalidade que aumenta mundialmente de forma desproporcionada, a defesa do controlo da existência de pombos nas cidades é crucial para a higiene pública e para a saúde de crianças, adultos e idosos e a forma como a humanidade se começa a questionar sobre a vida dos animais que servem para nos alimentar, da sua carne, ou das substâncias que naturalmente produzem… Naturalmente não! Tenho a certeza que em dez anos as indústrias ligadas à alimentação vão mudar de forma tão revolucionária que hoje é impossível prever como. Mas estou seguro: cada vez mais pessoas vai preferir produtos biológicos e animais que foram criados em círculos familiares e circunscritos e assistir-se-á à vontade das pessoas, uma vez mais, a antecipar-se às regras estabelecidas por legislação.

Na minha opinião, a grande causa, a batalha para a inclusão da defesa dos animais na temática genérica do ambiente, é justamente a salvaguarda, a defesa das diferentes espécies animais. De todas as espécies animais. Efectivamente é bom perceber que as alterações no nosso planeta também se devem aos desequilíbrios originados no desaparecimento de milhares de espécies animais. Os princípios da homeostasia e da reostasia nunca, como hoje, estiveram tanto em causa, provavelmente desde a extinção dos dinossauros.

Homeostasia é a propriedade de um sistema aberto, de seres vivos, de regular o seu ambiente interno de modo a manter uma condição estável, mediante múltiplos ajustes de equilíbrio dinâmico controlados por mecanismos de regulação interrelacionados. E;

A Reostasia diz respeito às mudanças do organismo face às alterações do ambiente externo ou interno que se instalam a longo prazo.

Numa palavra: equilíbrio. A velha história: se não houver erva, não há coelhos, se não houver coelhos, não há predadores.
Portanto: o sistema actual de perturbação e ataque permanente ao ambiente cria desequilíbrios tais que não será possível sobreviver sem os outros seres: animais ou vegetais.

Em segundo lugar vem naturalmente a dignidade e o respeito pelas diversas formas de vida. Claro que há as touradas, a pesca e a caça desportiva, as que são feitas só por desporto, sem qualquer outro objectivo, o circo e tantas outras formas de torturar e massacrar animais.
Mas muitas destas formas estão dissimuladas, escondidas na sociedade. Dou dois exemplos.

Primeiro:
Quinzenalmente mais de 50 mil pessoas aplaudem uma águia, em pleno estádio, a fazer uma habilidade. É um animal selvagem, protegido internacionalmente e que não inclui nos seus instintos, animar adeptos de futebol.
Este exemplo equivale a ter um leão a correr de um lado ao outro do relvado para ir buscar um pouco de carne. E isso, acho eu, não cabe na cabeça de ninguém, pois não?


Segundo:
Será que, em campanha eleitoral, ou fora dela, não ocorre a nenhum candidato ou presidente de Câmara que o Zoo de Lisboa é algo reprovável, muito pouco higiénico em plena cidade e cuja única solução financeira é o seu encerramento? Exactamente. Por mais tentativas que se façam, das mais originais, como ter patrocinadores de jaula, a ter um rodízio mesmo à porta, numa sanguinária ideia, grotesca mesmo, que parece que os animais entram pelas traseiras… O Zoo nunca terá salvação financeira!
O que deveria ser feito é um parque, com outro tipo de condições para os animais e noutra lógica pedagógica e de gestão, não em aberto, isso seria impossível, mas que cada área tivesse condições similares ao pátio dos leões no actual zoo, embora idealmente maior.
Esse novo Parque de Lisboa asseguraria naturalmente outro retorno financeiro e custaria à autarquia e ao Estado: Zero. Isso mesmo. A exemplo de outras permutas, uma troca da zona futuramente nobre de Sete Rios pelo investimento nesse grande parque, seria uma boa medida para a cidade.

Estes são alguns exemplos da minha única ambição política na vida: contribuir para o debate em torno da inclusão da defesa dos animais na temática ambiental.
Por isso é chegada a altura de abrir os envelopes. Convido quem se identificar com esta problemática a inscrever-se como sócio da Sociedade Protectora dos Animais. É essa proposta que hoje trago aqui. Propor-vos um pacto de união, em torno desta missão. E, mais cedo que tarde, voltaremos a falar nestes assuntos...

quarta-feira, junho 20, 2007

Esclarecimento (desnecessário)

Parece que amanhã (dia 21-06-2007) uns senhores de uma revista se vão meter com este blogue. Estranho pois existe desde 8 de Agosto de 2003 e nunca foi alvo de qualquer comentário público.

Este texto seria desnecessário, mas ainda assim, sem saber o que vão publicar, convém esclarecer.

Nada aqui publicado reflecte conversas, posições oficiosas ou oficiais, informações obtidas no âmbito do meu trabalho, das minhas relações familiares, pessoais e/ou profissionais.

Exclusivamente escrevo sobre o que leio e vejo, maioritariamente na comunicação social, mas também noutras fontes (livros, filmes e afins). Escrevo com a liberdade com que sempre o fiz, nunca ofendendo a honra e o princípio da dignidade de cada um.
Ao mesmo tempo, sei que a média de leitores diária, porque parto do princípio que nunca publicitei este espaço, dalguma forma se identifica com o que escrevo, uma vez que se mantém estável e regular. Concorde ou não, o que é outra coisa.

E manifestando a preocupação de damage a terceiros que este espaço possa causar (sim porque verdadeiramente eu sou só um peãoseco), confortou-me a expressão de um amigo meu: "os blogues são sítios onde as pessoas até podem tirar macacos do nariz".

Era o que faltava que um blogue implicasse ou reflectisse alguma posição, senão as minhas ideias, mais ou menos fundamentadas.

A boa notícia é que amanhã (dia 21-06-2007) o record de audiência deste blogue vai ser batido. Aproveito pois, para resumir 4 anos de escrita (que naturalmente não comprometem ninguém a não ser eu próprio.


Viva o Benfica!

(Apesar de ser independente): Viva o PS!

Viva a selecção nacional!

Sou a favor dos casamentos e da adopção de crianças por casais homossexuais!

Sou radicalmente contra qualquer manifestação, comentário, anedota ou acção que ponha em causa a igualdade de género, social e étnica!

Defendo intransigentemente os direitos dos animais a uma vida digna, sem tortura e sem espectáculo!

Acho que José Sócrates fará 3 mandatos e não 2, como parece ser a vontade de alguma comunicação social.

Apoiei e votei Mário Soares!

Sou Iberista por princípio e Europeísta por convicção!

Sou laico, republicano e socialista!

Sou sócio do Benfica (com quotas em atraso, confesso) e da Sociedade Protectora dos animais (com quotas em dia).

Faço hoje (20-06-2007) 35 anos de vida!

Delicio-me com Homero e com Lodge.

Sou comprometido e ainda não casei porque estive alguns anos desempregado.

Faço psicoterapia analítica há 12 anos.

Tenho uma única ambição política: contribuir para o debate em torno da defesa dos animais, numa lógica de integração na temática ambiental em geral.


Ferquento a Faculdade de Letras da Universidade Clássica, à qual concorri por ad-hoc, sem ter conseguido frequentar qualquer ano/disciplina. Para o ano é que é!

Silêncio

O Presidente do Sindicato de jogadores considerou que Joe Berardo é pobre, pelas afirmações que proferiu.

Do Benfica… nada. Um silêncio muito ruidoso…

terça-feira, junho 19, 2007

Joe cowboy

Acredita o escriba que a única hipótese de salvação do Benfica é a existência de um qualquer magnata que, não por ser caridoso e apaixonado pelo clube, mas porque veja a potencialidade do seu universo, o compre, de forma categórica e de preferência 100%.

Regozijei com a entrada em cena de Berardo, não porque vá trazer qualquer mais-valia mas porque a sua ganância pelo negócio mais cedo que tarde o obrigariam a vender o Benfica e assim salvá-lo definitivamente.

Eis que o boçal senhor resolve matar logo a boa fé com que olhei para a OPA. Primeiro, inteligentemente, não ataca Vieira. Sabe que o presidente do Benfica tem a rapaziada anónima na mão e bastaria um Deus me acuda que todos parariam Joe. Afirma mesmo que a gestão não lhe diz respeito nem vai dizer. Ya, acredito.

Mas as declarações que proferiu sobre Rui Costa são estúpidas, mal-educadas e demonstram os reais interesses do senhor. Estúpidas porque Rui Costa jogou bem a época passada, tendo sido prejudicado pelo departamento médico mais contestado do mundo do futebol e fez coincidir as suas prestações com os melhores momentos da equipa. Ao contrário de Berardo, Rui Costa não precisa do Benfica. Voltou, porque é mais que um ídolo dos adeptos. É também um benfiquista. Mais que justo uma última época para Rui Costa é útil para a equipa.
Mal-educadas porque… Fuck him? Fuck you asshole!
Por fim revelam duas coisas: primeiro o ordenado de Rui Costa (tal como aconteceu com Vale em relação a JV Pinto) causa incómodo a quem quer gastar pouco e ganhar muito. Segundo, porque, ao atacar o ídolo dos benfiquistas, Berardo pode estar a querer inviabilizar a OPA. Confirmando a teoria da especulação. Terceiro porque logo depois de dizer que não quereria Figo e Rui está velho, afirmou que não sugere nenhum jogador porque não percebe nada disso.

Sr. Joe Berardo: inteiramente de acordo. Meta lá a guita, venda a alguém que se queira rodear de quem percebe verdadeiramente de bola e cale-se.
Por falar nestas questões: o guarda-redes Cássio já assinou?

Portugal no fundo, ou o país onde o ridículo não tem limites

Desde 1999 que o Estado português tomou a decisão, estudada então há 30 anos, de localizar o novo aeroporto na OTA.
Essa decisão ficou a dever-se a factores ambientais que reprovavam o Rio Frio (a outra hipótese em cima da mesa), por causa dos impactes fortíssimos que causaria na região e consequentemente na Grande Lisboa.

Desde então, nenhum governo, nenhum técnico e nenhum grupo de empresários, subterrâneos ou superficiais, contestaram o assunto. Corrigindo: um só técnico escreveu e batalhou o assunto. O militante socialista, António Brotas, foi o único português que nunca se conformou com a escolha da OTA em detrimento do Rio Frio, solução que provavelmente ainda defende. Desligado de interesses em vender ou comprar estudos, Brotas confundiu duas coisas: a sua capacidade técnica, com a sua capacidade de decisão política. Foi, embora legitimamente, porque movido por verdadeira vocação de fé, um percursor da confusão que se viria a instalar.

O único motivo pelo qual todos os outros técnicos, empresários subterrâneos ou superficiais e partidos na oposição se borrifaram para quase dez anos de imobilismo foi um e só um: o Estado não conseguiria executar a maior obra pública de sempre. O decrescendo da economia, a recessão e finalmente a crise financeira e política de Durão/Santana/Portas levavam a que o Novo Aeroporto de Lisboa fosse uma miragem. Algo assumido, mas com nunca se concretizaria os deixava, a todos, descansados.

Este governo pegou na única questão que lhe assistia: retomar o projecto na fase em que estava. Financiar era o problema. Arranjar a solução para financiar era o caminho. Construir, o objectivo. Pronto. Tudo estragado. O país não aguenta uma decisão. Mesmo que a questão verdadeiramente secundária, embora muito importante, fosse a localização. Essa decisão estava tomada. Agora, havia que tomar as outras decisões que levassem à concretização da obra.

O Governo decidiu privatizar a ANA e com essa operação encomendar ao consórcio que a venha a adquirir, a construção e respectiva exploração, tanto do Novo Aeroporto de Lisboa, como dos outros aeroportos nacionais. Diz agora a esquerda que essa decisão prejudica os cofres do Estado. Estranha visão, a da esquerda e, ao mesmo tempo, perceptível. Estranha, porque essa posição revela algum desconhecimento do passado empresarial da ANA. Não que os resultados recentes não sejam animadores, mas estes não escondem anos e anos de dificuldades, longe de atingir os investimentos do Estado ao longo de décadas, longe de satisfazer os desígnios competitivos das economias globais. Perceptível, porque a esquerda conservadora suspeita sempre das privatizações, mesmo de sectores que não são estratégicos para o Estado, logo que não tenha qualquer vocação para os gerir.

A partir daí a preocupação generalizada, assuma-se, foi a de “demonstrar o erro do Governo”. E o “erro” consistia na opção que o Governo não tomou, a localização. Daí que desde a primeira hora, o próprio Primeiro-ministro, tenha dito na apresentação do Novo Aeroporto, a 26 de Novembro de 2006: “O Estado fez o seu papel, agora compete aos privados fazerem o seu”, abrindo claramente espaço para que se alguém tivesse algo a obstar, falasse ou se calasse para sempre. E alguém falou.


Um grupo de “técnicos” comandados pelo (estimável e competente) Professor José Manuel Viegas falou. Falaram, apresentando 8 páginas (através de um empresário subterrâneo ou superficial) que colocavam o Poceirão na comunicação social como “um estudo alternativo à OTA”. Era uma intenção de vender um estudo para a margem sul, mas já estava aí um estudo.

A seguir veio a defesa da necessidade incontornável de fazer o tal estudo. Prós e Contras debatiam diariamente. Um outro técnico fazia uma apresentação PowerPoint, espalhada em spam pela net, que demonstrava que a quantidade de terras a movimentar equivalia a não-sei-quantos campos de futebol. Demonstrava um grande lago e até uma montanha. Avisava para os terramotos e os ventos. Quarenta anos de estudos estavam assim qualificados: um PowerPoint com fundo negro demonstrava a impossibilidade de construir um aeroporto na OTA. E muitas pessoas acreditaram naquele homem. Provavelmente na sua classe é que já ninguém lhe dá crédito, depois de tamanha mentira.

O SOL, começava a sua longa missão: ajudar à destruição da localização OTA. Depois da parangona que intitulava estudo ao relatório do empresário subterrâneo e superficial, vinha agora com uma nova descoberta: a NAV, empresa que gere o espaço aéreo nacional, também “chumbava” a OTA. Assim sem mais nem menos. Claro sustentado num “novo estudo”. Tratava-se de uma “Simulação em tempo real”. Exactamente assim era enunciado o documento. Tratava-se de um relatório que simulava a capacidade de aterragens e descolagens com base nas actuais rotas aéreas, sem ter em conta que um novo aeroporto, em qualquer outra localização, vai obrigar à alteração total das auto-estradas actualmente definidas em consideração às necessidades da localização existente.

Ferreira do Amaral desdobra-se em entrevistas públicas a contestar a OTA e a sustentar a margem sul, independente do sítio exacto. O fantasma dá a cara. Mas os mesmos jornalistas que o aceitam “entrevistar” nunca relacionam a sua posição com os interesses naturais da Lusoponte de quem é presidente, nem o questionam sobre o seu envolvimento ou não na, viríamos a saber mais tarde, task force de empresários que sustentaram o tal prometido novo estudo.

Confusos? Calma, já chegaremos ao fundo. Às situações onde o país bateu no fundo, porque até aqui parecia tudo um jogo de interesses múltiplos que estranhamente confluíam no mesmo objectivo. Fazer parar o Novo Aeroporto de Lisboa.

Marques Mendes faz as figuras do costume e estranhamente retomar os últimos três anos de desgovernação, na qual simplesmente adiaram o país, é um balão de oxigénio para a sua liderança interna.

O governo, tal como afirmado a 26 de Novembro de 2006, aceita avaliar o estudo e aí dão-se as três situações que seguramente vão ser alvo de grande análise histórico/política.


O tal estudo afinal não era da CIP. Os vice-presidentes negam tal possibilidade e os directores também. Van Zeller, o empresário especialista certamente em jogos subterrâneos e superficiais, esclarece rápido. Um grupo de cerca de 20 empresários é afinal o patrocinador da iniciativa. Cada um não terá gasto mais de 25 mil Euros. O estudo de Alcochete custou MEIO MILHÃO DE EUROS.
E todos acreditamos: estes empresários não vão querer cobrar este dinheiro. Não! Fizeram-no a bem da nação. E mais. Quatro, cinco deram a cara. Os outros quinze… São bonzinhos, mas não têm cara. Levam a caridade para com o Estado tão a sério que não se revelam.


Todos os partidos políticos trazem a questão do aeroporto para a campanha de Lisboa. Mais: é o tema forte de todos os adversários de António Costa, o mais que provável vencedor da contenda.
Defendem o impensável, outra vez, todos! Todos os candidatos, menos António Costa, defendem a manutenção do Aeroporto de Lisboa. Isto quando toca à hipocrisia política não deixa ninguém de fora. O Zé faz tanta falta como o Telmo e a sua equipa é tão útil como a de Roseta: todos querem manter a Portela. É que justamente eu acho que há algo incontornável para um lisboeta. Tirar dali aquela porcaria e quanto mais cedo melhor, é fulcral. Nem que a localização seja na cochinchina. A poluição e o perigo eminente fazem parte da nossa vida diária. Era um grande favor que se fazia à cidade tirar o aeroporto daquela zona.
Afinal. Para todos os partidos, não obstante terem colocado o enfoque da campanha nesta temática, é afinal o PS que está a usar o seu aparente recuo como arma eleitoral. É o PS que se está a aproveitar do assunto do aeroporto e não os challengers do provável vencedor que colocaram o assunto na agenda das eleições.


E finalmente o comentador de futebol. E não, não me refiro a Sérgio Godinho. O outro… Um senhor chamado Rui Moreira.
Ele é simplesmente o presidente da Associação Comercial do Porto. Malta! Hello! Alguém está a ver o ridículo? O SENHOR RUI MOREIRA É PRESIDENTE DA ASSOCIAÇÃO COMERCIAL DO PORTO e defende um novo estudo para a realização do aeroporto, Portela+1.
Não, não aparece como um cidadão português, que como todos os outros, pode opinar e realizar os estudos que quiser. Não, não é um especialista aeronáutico, em construção civil, ou Obras Públicas. Não, não representa um qualquer grupo fingido de empresários nacionais. Não, não e não.
Eu imagino se a Associação Comercial de Lisboa tivesse emitido uma opiniãosita sobre o descalabro da Casa da Música, sobre as contas do Metro do Porto, sobre a localização do Estádio do Dragão.
Os Cadilhes, Sousa Tavares, Bessas e toda essa boa gente do Porto declaravam imediatamente a independência do Porto, acusando Lisboa de colonialismo. Falta Alberto João Jardim falar sobre o aeroporto de Lisboa…
RUI MOREIRA, na qualidade de Presidente da Associação Comercial do Porto defende e quer fazer um estudo sobre… a localização do Aeroporto de Lisboa. Ninguém se ri. Os jornalistas, por exemplo ontem no “Diga lá excelência”, mantêm a face e toma lá pinhões. Fale, excelência, fale. Goze aí o prato, os seus cinco minutos de fama, que o povo não nota.

sexta-feira, junho 15, 2007

Para a RTP: o Ministro das Obras Públicas é… Francisco Louçã

Seria um pouco exagerado, na semana em que a administração da RTP pediu desculpas a Cavaco por não ter transmitido na íntegra o seu discurso do 10 de Junho, não obstante nunca transmitir, totalmente, qualquer discurso político…

… Meses depois de ter anunciado e patrocinado, com a nossa milionária guita, Salazar como o melhor de todos os portugueses de sempre e de se associar e patrocinar, agora, uma peça de teatro chamada “Salazar, The Musical” (relembro que o nosso dinheirinho paga o chamariz a esta moda, não paga o bom ou mau gosto da peça, que isso não consta da promoção da televisão pública, o que significa que não importa a abordagem, mas sim o título e a reverência).

… Os spots em prime time, claro, na TV pública valem financeiramente tanto como o discurso de Cavaco: nada!

… Vir por este meio pedir à nossa querida Judite, tão escandalizada ficou com a mera hipótese de seu amado a prejudicar no lugar cativo de moderação dos debates (Elisa estava a cheirar, caso Seara avançasse), entrevistar a figura política que:

  • Teria os mais importante esclarecimentos a prestar, esta semana;
  • Os portugueses mais teriam a ganhar, em ouvir, depois de ter lutado pela opção de construir o novo aeroporto de Lisboa, tomada em 1999 e agora apenas (repito apenas) reiterada;
  • Aceitou um dado que foi considerado novo, pelo Presidente, por um estudo pago secretamente por alguém e pelos portugueses sempre descrentes com as Obras Públicas de grande envergadura (com muita razão, aliás).
  • Apresentou, a semana passada, um projecto que permitirá a mais de meio milhão de portugueses (estudantes e professores) a aquisição de um computador com aceso à Internet a preços da uva.
  • Que viu aprovado, ontem mesmo em Conselho de Ministros, o novo Modelo de Gestão e Financiamento das Estradas, documento revolucionário, que simplesmente vai permitir a viabilidade de um sector estratégico tanto para a equidade e desenvolvimento territorial, como para a economia nacional e que constitui, provavelmente, a reforma económica mais importante deste governo (sem a qual a construção de infra-estruturas rodoviárias e a própria manutenção não seriam possíveis).

Acresce que a data de ontem seria a única data possível de falar, em primeira-mão, o projecto do comboio de alta velocidade, antes de ser apresentado, precisamente no próximo dia 21, quinta-feira.

Judite de Sousa, com a colaboração da direcção de informação da RTP, decidiu que essa figura política é: Francisco Louçã. Para a RTP, o Ministro das Obras Públicas, Transportes e Comunicações.

quinta-feira, junho 14, 2007

Só um bocadinho go gopo

Os últimos 10 segundos são demais...

Claro! De quem havia de ter sido?

A culpa da vergonhosa prestação da selecção nacional de sub-21 é do árbitro. Também do sistema, a UEFA e a FIFA e do complô entre as selecções da Holanda e Bélgica que, embora há anos não nos ganhem em selecções principais, desta vez se uniram às forças satânicas do futebol para nos prejudicar.

Não! A culpa não é do seleccionador, expulso em camadas jovens, imagine-se (!), de um grupo sem ambição e sem força, especialmente física: do meio-campo para a frente só Miguel Veloso e Hugo Almeida não são mais franzinos que eu. A culpa não é de uma atitude de estrela, sem nenhum futebol consistente para mostrar.
O jogo com a Bélgica não, não foi com muita sorte que conseguimos o empate e com a Holanda não levámos mais porque não calhou.

A culpa não é nossa. É do nosso esquema mental: O SISTEMA.


Não despiciendo é o facto da “espinha dorsal” desta selecção ser a jovem equipa do Sporting. Formam um conjunto de jogadores, fruto da inexperiência, muito pouco regulares e sem poder de choque, nem capacidade física consistente. Uma coisa é ter Nani, ter Moutinho, ter Djaló. Outra é ter todos ao mesmo tempo em campo! É uma loucura. Só servirá mesmo para os nada competitivos jogos caseiros, numa liga onde, por exemplo no Benfica, a estatura e a força física são uma miragem.

Também relembro as afirmações do tutor deste grupo de jogadores, no passado fim-de-semana, ao jornal A Bola.
Paulo Bento, em plena fase de negociação com a direcção do Sporting, portanto com necessidade, não em afirmar as suas mais valias, mas em denunciar o sistema, tão querido às gentes de Alvalade, declarou que quando o árbitro Olegário Benquerença apita o Sporting, o obriga a preparar-se para jogar em inferioridade numérica. Inferioridade mental esta do Sr. Bento. Em linha com um conjunto de dirigentes de sucessivas direcções do Sporting.

É que na verdade, ao implicar os não implicados nos casos de investigação de corrupção no futebol português, os dirigentes sportinguistas, mais não fazem que o que têm feito nos últimos anos. Ajudar a lançar a confusão de modo a tentar perturbar as investigações e assim garantir a impunidade dos eventuais culpados.
Este tem sido o objectivo central do Sporting nos últimos anos: prejudicar o apuramento da verdade.
Aliando-se anualmente a Pinto da Costa e seus pares, fazendo trocas de jogadores e jantares amistosos. Atacando sem mácula os dirigentes do Benfica, especialmente desde Vale e Azevedo, justamente os que se opõem ao comboio do Norte. Denegrindo juízes sérios e honestos e defendendo com unhas e dentes os arguidos e os seus agentes na comunicação social, como Coroado e companhia.
Mentira, aldrabice e estupidez. Eis o Sporting depois de João Rocha.

Paulo Bento, claro, lá conseguiu assinar. E com juros: após as afirmações ao jornal A BOLA, toma lá dois anos. Mas descanse o treinador leonino. Esta tranquilidade só vai durar até ao natal. Depois está em pé de igualdade com todos os outros treinadores do Sporting. Caso não tenha resultados, invasão da Juve Leo à sede e demissão garantida. Este homem bestial, facilmente passará a besta. Veremos que resultados conseguirá. Só deles depende, de mais nenhum factor exógeno. Como Couceiro.

Poderá estar em marcha uma substituição na equipa técnica. José Couceiro é um perfil que agrada certamente aos dirigentes. Não tem papas na língua, não se engana e a culpa é do sistema.

segunda-feira, junho 11, 2007

Essencial e Acessório


O importante é que o Governo imaginou e realizou uma parceria que vai permitir a mais de meio milhão de portugueses o acesso a um laptop com Banda Larga móvel a preços altamente reduzidos.

O acessório é que bem vistas as coisas curto este layout… :)


sexta-feira, junho 01, 2007

Oh Vanessa, tu estás nessa?

Quem é aquele senhor ao lado da Vanessa?

Positivo
A super-atleta portuguesa de triatlo, apareceu ontem a apoiar Fernando Negrão. É, antes de mais, uma boa notícia. Sempre defendi que as figuras públicas deveriam colaborar activamente na política. Muitos que conheço, não o fazem. Ela teve coragem, portanto, é de saudar.

Considero importante que Negrão chegue ao segundo lugar. Seria mau para a Democracia se Roseta e/ou Carmona ficassem em segundo. Não por serem independentes (Sá Fernandes também o é). Mas o discurso anti-partidário de Roseta e a ilegitimidade política de Carmona são sinais negativos, não por se candidatarem, mas caso obtenham bons resultados eleitorais. Significaria que os portugueses (os lisboetas em concreto) valorizam a baixa politiquice e a hipocrisia.

Marques Mendes depende mais de alcançar um 2º lugar, que qualquer outro político português desde o 25 de Abril. Caso consiga ser o primeiro dos últimos, garante a sua continuidade. Caso não consiga será internamente ainda mais trucidado.

Tenho visto muitas movimentações do último reduto mendista no sentido de assegurar figuras que apoiem o candidato Negrão. Não tem sido fácil. Por isso uma contratação, um compromisso com Vanessa, é sempre bem-vindo.

Aguardamos agora que Vanessa colabore na campanha de forma activa e empenhada. Que não se limite a ser uma Kátia Guerreiro como mandatária. A fadista recusou todas as entrevistas, os debates e as participações políticas (em que falasse) na campanha. Por um lado, Cavaco não precisava, por outro, Kátia tinha complexos.

Fui duas vezes mandatário de juventude (Joaquim Raposo, CM Amadora, 1997 e Jorge Sampaio, Presidência, mandatário de Lisboa, 2001). Defendi, interna e externamente, como ninguém, a participação activa dos mandatários e exigi que tivessem uma intervenção política esclarecida e esclarecedora que ultrapassasse a figura de corpo presente muitas vezes adoptada.


Negativo
As primeiras declarações de Vanessa ficaram aquém deste posicionamento. Afirmou que sempre “gostou deste partido” e pior: repetiu duas vezes que apoia “este senhor, que me dá confiança”.

Vanessa! “Este partido” é o PSD. “Este senhor” chama-se Fernando Negrão. Repetindo como ela: “Este senhor” chama-se Fernando Negrão.
O pior que poderia acontecer, ao contrário da afirmação democrática de uma figura pública participar plenamente na vida política do nosso país, seria aparecer porque a convenceram, ou lhe disseram que gostar deste partido e deste senhor é uma coisa… boa.

Deveria ter apresentado as suas condições para uma política lisboeta para a juventude, um pré-programa de acção (a base de uma política de juventude para Lisboa) e uma orientação sobre o que será a campanha, do ponto de vista da Juventude.

Conclusão
Ficamos pois à espera que Vanessa não seja só uma figura de corpo presente, abafada e remetida àquilo que muitas vezes é a tentação dos candidatos de remeter os seus mandatários (especialmente de juventude) a uma condição de jarra.
Como campeã olímpica que poderá vir a ser (não esquecendo que precisará dos apoios suficientes do Estado), queremos saber as suas ideias, as suas exigências, a sua visão.
Este é um novo desafio para Vanessa. As suas capacidades de super mulher, as físicas, já conhecemos e admiramos. Agora estamos à espera da sua afirmação intelectual e cívica.

Todos diferentes, todos iguais

A semana passada, Filipe Soares Franco afirmou que manteria integralmente a equipa do Sporting para a próxima época.

Volvidos menos de sete dias, perdeu, em poucas horas, dois titulares indiscutíveis. Claro que, depois da mentira que disse, veio logo justificar em conferência de imprensa, esta vergonha. Conhecendo a massa sportinguista de base, como conheço, todos batem palmas. A próxima derrota está já, na sua cabeça, assegurada: a culpa é do árbitro, excepto se for o Pedro Henriques, o homem que afirma “não querer ter a opinião pública contra ele, ao contrário de outros árbitros”.

A culpa não é da gestão. É do sistema que está contra eles. É que o Nani, apesar de ter acordo, daqui a seis meses valia metade e o Tello, apesar de ter acordo, é, agora, persona non grata.

Soares Franco senta-se ao lado de Pinto da Costa, em todos os jogos, como todos os ex. Presidentes do SCP. Mente com todos os dentes como Filipe Vieira. Os adeptos comem e gostam. Adoram!

Todos diferentes, todos iguais.

PS- Resta-me mais uma zandingada acertada. Sempre afirmei, ao contrário da campanha mediática que o SCP criou, que Nani tinha mais qualidade que Moutinho, como tinha dito de Ronaldo em relação a Quaresma. Os factos têm-me dado razão. E relembro que sempre considerei o brasileiro Diego superior a Robinho e apesar dos acontecimentos imediatos me terem contrariado, a verdade está a vir ao de cima. Querem mais previsões sobre jogadores?