sexta-feira, março 31, 2006

Paridade

O país político jubila com a Lei da Paridade na qual o PS propõe a obrigatoriedade de inclusão de um terço de mulheres nas listas para eleição de cargos públicos e o Bloco vota a favor.

Antes de mais duas observações políticas. Ao contrário do seu actual líder, José Sócrates, a direcção do grupo parlamentar demonstra o seu estilo cinzentão e light, herdado quiçá do seu líder espiritual Sampaio e faz uma proposta aquém do que seria útil e conveniente ao país.
O Bloco revela o seu lado maquiavélico ao apoiar a proposta na linha de uma ideia que há muito sustento. Os seus dirigentes espreitam a oportunidade de vir a formar uma coligação governamental com o PS nas eleições de 2009, caso o governo mantenha esta propensão para revitalizar o país, sacrificando as benesses e mordomias de uma função pública desfasada e desadequada.

Sou obviamente a favor das quotas por via de um pensamento elementar. Todas as discriminações positivas que surjam para repor justiça, são bem vindas.

Agora como se chama paridade à imposição de um terço é para mim um mistério mais que matemático. Paridade deveria ser a imposição de igualdade absoluta.

Paridade
do Lat. paritate
s. f.,
qualidade de par ou igual;
parecença;
semelhança;
estado de câmbio ao par;
equivalência.

quarta-feira, março 29, 2006

Em defesa de Benquerença


Ainda ontem, uma semana volvida sobre o jogo Porto-Sporting os artistas do costume, no caso os comentadores do programa Trio de Ataque da RTPN, voltaram a falar das incidências da arbitragem.

Para mim este é um assunto difícil. Em primeiro porque detenho alguma informação privilegiada que não deve ser usada sem ser pelos visados e porque há um ano atrás o mesmo árbitro foi vítima de forte contestação, por causa de um lance no Benfica-Porto, não havendo até hoje a certeza absoluta que a bola entrou na baliza de Baía, tão somente a convicção dos adeptos.
Em segundo porque observo no desenvolvimento do jogo no Dragão o espelho miserável, triste e absurdo do nosso país. Desde logo a comunicação social. Ao dar voz no rescaldo a Coroado, Dias Ferreira, Jorge Gabriel, Alfredo Barroso e tantos outros está não só a gratificar a incompetência e a falta de inteligência, como está a servir a ausência total de objectividade e isenção a que estão obrigados os responsáveis dos órgãos de comunicação social. No fundo, trata-se de alimentar a polémica pura e dura sem olhar a meios para obter um só fim dividido em duas formas: ganhar audiência (pensado ridiculamente que o povo quer sangue a todo o custo, mas esquecendo que ganhando a quota dos menos esclarecidos se perde a grande quota dos que querem perceber e pensar o jogo de forma construtiva) e instaurar um clima de confusão para o final do campeonato, renhido como está.

Fernando Pessoa esclarece no seu manifesto "O provincianismo português" que existem três classes de pensadores. Essa segmentação crítica não deve ser confundida com a divisão social, embora o seu génio tenha atribuído linguisticamente categorias semelhantes. Basicamente existe o povo pensante, ou seja aqueles que não pensam e se limitam a repetir o que lhes é transmitido. A classe média que só consegue optar. Toma uma posição, contrária ou favorável e a sua reprodução não é por via dos seus próprios argumentos, mas por via da mensagem original, ou melhor da sua percepção. Finalmente a Escol, ou seja a elite dos pensadores, que racionalizam por si próprios, entendem e interpretam as matérias e realmente pensam. Dentro desta elite existe anda a Escol da Escol, ou seja o espaço para os génios. Categoria à medida do seu criador...
Efectivamente na política, no desporto, na ciência, nas artes, enfim, na vida, somos diariamente confrontados com estas classes pensantes, sendo doloroso aos que tentam pensar (e não quer dizer que consigam) falar com o povo, pois que de cassetes se tratam, que não conseguem senão reproduzir, desbobinar o que ouviram o amigo da "Bancada Central" dizer, que ainda por cima coincide com o que disse Jorge Coroado, esse rapaz que tinha um futuro brilhante como árbitro e nunca saiu da cepa torta. Talvez tenha agora o seu momento de glória, falando mal dos que sabe melhor que ninguém são sérios, porque se encontra a soldo sabe-se bem de quem e isso não é muito dignificante, nem honesto, pois não? Quem é afinal e como demonstraremos o verdadeiro homem que se encontra entre a desonestidade intelectual e a vigarice absoluta?

O jogo de futebol tem uma certeza absoluta: o erro do árbitro fará sempre parte. E não é só o futebol. Todos os desportos que tenham juiz, excluem-se por exemplo jogos como o Curling, vão ter sempre erros da arbitragem. E repare-se nos problemas de mentalidade. Nos Estados Unidos, em que o desporto é indústria maior que em todos os outros países, essa questão nem sequer se coloca no órgãos de comunicação e na opinião pública. No Futebol Americano as equipas podem pedir o visionamento vídeo de determinada decisão. No caso da decisão estar certa a equipa é penalizada, pelo que raras as vezes, aliás só acontece mesmo em finais desesperados das partidas onde as equipas técnicas arriscam tudo para inverter resultados, se recorre a esse expediente. Depois a NBA. No basket americano os juizes tomam mais decisões que nos jogos de futebol e portanto erram mais. No entanto ninguém fala sobre os erros, exceptuando os dois comentadores da Sport TV, que se fosse feita uma aferição selectiva de comentário, facilmente se verificaria que dedicam mais comentários à arbitragem que ao resto do jogo, que por acaso é tudo! Lá está a mentalidade.
Num jogo de futebol um árbitro toma, em média 450 a 500 decisões e se errar em 5 lances, significa que falhou muito pouco. Num jogo com prolongamento chega a tomar 700 decisões.
Aliás é engraçado ver como ainda sobre o jogo do Benfica com o Super Barcelona se procura enfatizar o alegado erro do árbitro, porque vi as imagens e não tenho 100% a certeza objectiva que Motta tenha tido intenção ou tenha sequer movido a mão e se esqueça os clamorosos erros de Moretto que atribuíram de mão beijada 3 lances mortais ao ataque catalão. E se um jogador de campo toma bastantes mais decisões que as que aparenta (posicionais, de passe, de remate, etc.) é pacífico que um guarda-redes tem menos, mas tão importante, influência no jogo, a não ser que falhe como as casas.

O mesmo se passou no Porto-Sporting. Porque não dizer que João Moutinho, apesar de excelente futuro jogador, não esteve à altura naquele momento decisivo onde se pedia mais experiência que talento?

Três lances, essencialmente, causam a indignação sportinguista. E antes que desatem a estapafurdar saibam que me informei antes de escrever.
1º mão de Bosingwa: segundo as leis do jogo seria um erro crasso mostrar (o segundo) amarelo ao atleta. Quando há mão a advertência só deve existir se cortar a linha de passe, se evitar um golo, ou se for mais uma de uma série de transgressões sucessivas do atleta. O que se passou é que Bosingwa procurou evitar que a bola saísse do terreno de jogo, portanto decisão acertada de Olegário Benquerença.
2º mão de Pepe: sem dúvida que o auxiliar, ao ter visto mal o lance, ou seja ao considerar que a bola bateu no peito do atleta, errou. Um erro normalíssimo, frequente e que só é um caso porque todos vimos em repetição aproximada que efectivamente o defesa cortou o lance com a mão. Acontece que no final achei, como os sportinguistas, que era pénalti. Nada mais errado. Livre directo sim, cartão amarelo com certeza, pénalti não há certeza. Será que os crentes conseguem ver fria e objectivamente que não há nenhuma certeza sobre se a falta é dentro ou fora da área?
3º segundo amarelo a Caneira: incrível. A rapaziada nem sequer se apercebeu que nesse lance houve 4 amarelos, aos jogadores que se excederam nos protestos. Decisão óbvia e correcta. Mas como a malta acha que Bosingwa deveria ter sido expulso e que só Caneira é que viu o amarelo no lance da confusão, então o árbitro e não nós, errou. Mas quem efectivamente errou foi Caneira, até mais que os outros, que por estar amarelado deveria era estar fora daquelas cenas vergonhosas. Nesse lance há uma situação inicial com Meireles, mas nem nas imagens se depreende bem o que aconteceu.

Eu, benfiquista de todos os costados, andava estupefacto com a reincidente atitude de dirigentes e adeptos em relação aos últimos jogos do clube. A única situação grave quanto a mim foi a não expulsão de Paulo Machado no jogo da Reboleira, simplesmente porque o árbitro viu e não exibiu o respectivo cartão vermelho aos dois minutos de jogo. Tudo o resto é normal e faz parte. Mas para que saibam, os técnicos não consideram o lance que dá origem ao golo do Guimarães (toque no braço de Flávio Meireles) como faltoso, embora admitam que caso o árbitro tivesse visto pudesse ter assinalado transgressão por sugestão derivada da dificuldade de avaliar a intenção num lance capital. Mas como vêem não há uma verdade absoluta. Já para não falar que com o Braga, Petit faz claramente pénalti sobre o adversário e ninguém fala. Assim como Wender morde o rabo (mau gosto na escolha anatómica) do benfiquista e não há caso e assim sucessivamente. Os dirigentes e paineleiros só fazem casos quando lhes interessa e normalmente são os grandes clubes que têm acesso garantido e carta branca para arranjar confusão.
Não obstante hoje um erro do árbitro é a nosso favor, amanhã é a desfavor. Já os erros dos jogadores não são aleatórios. Se um jogador nosso ou treinador errar, prejudica-nos, se for o adversário, beneficia-nos. Excepção para Giovanni. Às vezes engana-se e faz golo ):

Agora o Olegário. Antes de mais apesar de preparado para viver estas situações, acredito que não sejam fáceis. Ao colocar-se a opinião publicada contra ele, está-se a perverter algo importante. Estão-se a ilibar por omissão os verdadeiros corruptos e desonestos do futebol. E isso custa mais que tudo o resto. Independentemente daquilo que se pode pensar e dizer e saber, eu sem qualquer informação sobre o caso Apito Dourado tenho uma certeza, se quiserem uma convicção: haverão pessoas mais investigadas, escutadas e averiguadas que os árbitros e dirigentes, estando ou não nos processos? Claro que não. Tenho a convicção que Benquerença, Pedro Proença, Duarte Gomes, Luís Guilherme e Cunha Leal, só para citar os que são mais contestados justamente pelos arguidos e seus mandaretes, sem que nada se lhes possa apontar porque têm uma postura séria, digna e honesta, foram também alvo da Polícia Judiciária e do Ministério Público a par dos que prevaricaram. Fazem aliás parte de um grupo de forte personalidade e com determinadas características, herdadas de Vítor Pereira, que procuram através da sua atitude e dignidade, limpar e afastar os pequenos cancros que vamos tendo no nosso futebol, com origem antiga e exponencia nos idos anos oitenta.
As pequenas histórias que Olegário me conta, ligadas à postura dos atletas em campo, às reacções de dirigentes (por exemplo onde está a tal exposição que Veiga ia fazer à FIFA e à justiça portuguesa? Se eu fosse radical até diria que Veiga já pediu desculpa por todas essas parangonas que ofereceu à Bola e ao Record) e a paixão que tem pelo jogo dariam naturalmente um livro muito interessante, mas talvez não para todos porque de faca e alguidar não há nada. Ou seja a postura faz as pessoas e obriga os seus pares a respeitarem e seguirem as regras da verdade desportiva.
Um outro exemplo foi o lamentável e triste falecimento de Miki Fehér. Jogadores do Benfica e do Guimarães, dirigentes, adeptos, até os adversários Mourinho e Reinaldo Teles. A todos foram dedicadas comovidas e solidárias e justas diga-se palavras de animo e estima. E o árbitro? Sobre o momento vivido pelo árbitro numa situação limite da sua vida, alguém pensou, escreveu, se comoveu? Alguém escreveu "um abraço fraterno ao árbitro do jogo pelo momento difícil que está com certeza a passar". É sintomático. É como se nos momentos de congregação não existisse, só nos de divisão. No dia fatídico em que perdemos Miki Fehér o jogo não teve arbitragem.

Olegário Benquerença faz parte do Grupo de Elite de árbitros da FIFA. É o único português e será naturalmente o que representará Portugal nos grandes eventos do futebol: Champions (onde já apita), Europeus e Mundiais. Pena que para além de um ou outro parágrafo em rodapé, os jornais não tenham feito uma entrevista, publicado uma opinião, explicado num só artigo o percurso exigente, os níveis qualificadíssimos de avaliação e todas as restantes implicações que levam um português a estar num restrito grupo mundial.

É claro. O que é para toda esta gente opinadora estar entre os melhores dos melhores? O que interessa aos jornais e TV's sei eu. E felizmente sabem os leitores do Estado.

terça-feira, março 28, 2006

Are you talking to me?



(A MINHA FEZADA PARA HOJE)

sábado, março 25, 2006

A Angústia do Guarda-redes

Nunca como nesta temporada os guarda-redes foram tanto o centro das atenções. Os três clubes grandes passaram por convulsões profundas e as suas balizas foram, ao longo da época, envoltas em polémica e sururu.

O primeiro foi Ricardo titular discutível por toda a nação, da selecção nacional. Peseiro não hesitou em tirá-lo da baliza, fruto das suas próprias características, mas também e porque de um jogo colectivo se trata, do desacerto defensivo de um Sporting desfalcado de Enakarhire, Beto e Rochemback.
Ricardo aparenta ser um bom rapaz, humilde e respeitador, aspectos valorizados por Scolari, mas um guarda-redes muito fraco fora dos postes e que por ter 30 anos se torna difícil acreditar em qualquer margem de progressão nesse aspecto do jogo.

Depois a vergonhosa novela de Moretto desencadeada por Luís Filipe Vieira. Nunca na história do Benfica, talvez nem na de um clube desta dimensão, um presidente se desloca ao Brasil para contratar um guarda-redes. Apesar da nação benfiquista ter jubilado com esta operação de macho, pensando que estávamos a dar uma estocada em Pinto da Costa, a verdade dos factos hoje é que quem se está a rir é o presidente do FCP. Efectivamente o envio de um empresário ao Brasil serviu simplesmente para sob valorizar um atleta de fraco nível, que até por causa de toda esta situação se encontra com absoluta falta de auto confiança e se torna no responsável número um da inacreditável curva descendente da equipa desde que chegou e ocupou a titularidade. Verdade que perante a lesão de Moreira (o melhor de todos os mencionados e o que disputará a baliza portuguesa com Bruno Vale) e a de Quim, competiria ao Benfica contratar um guarda-redes temporário, futuro suplente e esse na minha opinião seria Mora do Rio Ave. Mas é preciso não esquecer que Yannick era um quadro do Benfica que foi comprado ao Alverca e dado ao Estoril, naquelas operações para mais tarde recordar José Veiga.

O maior guarda-redes português de todos os tempos, Vítor Baía, também passou por calafrios quando Co Adriaanse o relegou para suplente de Helton (aí está um bom e barato suplente). Trata-se do jogador de futebol de todos os tempos que mais títulos venceu. Claro que isso para Scolari não tem importância. Os acontecimentos no estágio na China têm sido soprados para a opinião pública como o motivo central do seu afastamento mas para mim não é despiciendo o facto do guarda-redes ter sido testemunha de António Oliveira no diferendo jurídico com a FPF. Além disso não há-de ter sido só Baía o mal comportado, outros houve que passaram impunes. E acima de tudo é preciso não esquecer o regabofe que Oliveira sempre permitiu como seleccionador e que seguramente não se verifica com Scolari, o que é mais que motivo para pensar que o seu método disciplinador incluiria Baía.
Isso mesmo aconteceu recentemente no FCP. Testado por Adriaanse, Baía experiente, não tugiu nem mugiu. Aguardou com paciência de Chinês. E volvidos dois meses, aí está Baía na capa de todos os jornais, considerado como herói azul e o responsável pela eliminação do Sporting, na final antecipada da Taça 2006. Óbvio que o Porto seria o justo vencedor, não porque tenha jogado melhor (o Sporting bem ao estilo de Peseiro jogou mais bonito) mas a verdade fria e dura é que o FCP teve muito mais oportunidades claras de marcar. E Moutinho, o herói lagarto, claudicou ante o experiente Baía.

Por estes motivos o FCP leva vantagem para o equilibrado final que se avizinha. É a angústia sportinguista e benfiquista perante os guarda-redes que têm.

segunda-feira, março 13, 2006

Teodoro não vás ao sonoro

Aqui está Portugal. Talvez eu esteja errado. Toda a opinião publicada se indignou por Mário Soares não ter cumprimentado o Sr. Presidente Cavaco Silva.

Em primeiro lugar Mário Soares não tem de ir além daquilo que lhe é democraticamente exigido: estar presente num acto de posse tão ridículo, quão o é o nosso, imberbe e estupidificante.
Mário Soares e Ramalho Eanes, independentemente das posições que tomaram nas últimas eleições, são os Presidentes de Portugal e teriam de ser os primeiros a cumprimentar o novo presidente, como será evidente na segunda posse de Cavaco, com Sampaio em primeiro plano. Onde esteve Ramalho? Em segundo lugar deveriam ser os chefes de estado presentes e só depois o resto da panóplia.

Soares esteve democraticamente presente, mas genuinamente ausente. Por tal facto pedimos perdão e desculpa. Talvez aqueles que gostam dos valores que Mário Soares sempre defendeu percebam que é bom que o Pai da democracia não entre na hipocrisia a que nos levou a este estado do sistema.

Este pequeno texto, não tem no entanto a ver com este grande problema que os jornais levantaram, as parangonas, os sound bytes. Tem simplesmente a ver com o Senhor Teodoro.

Confesso que aquela subida da escadaria com a família me meteu nojo. Depois assim que viu a porta do palácio, Cavaco esqueceu logo a netinha. Antes, a presença dos bonitos da família, os que não envergonham e que são fotogénicos, na primeira fila das galerias. Seu pai, sozinho, na coxia.

O cargo de presidente é unipessoal. Não vivemos em monarquia porque cheira a ranço e a famílias ornamentadas para as fotografias das revistas cor-de-rosa. Mas a incluir os seus familiares para a pose, então deveria estar o mais importante.

Para o povo português foi pior Mário Soares não cumprimentar quem não lhe interessa que o novo Presidente, com a cirúrgica cooperação do protocolo, fazer esquecer a presença do seu próprio pai. Dá para perguntar:
e o Sr. Teodoro, cumprimentou Cavaco Silva?

terça-feira, março 07, 2006

Chapadas Evitáveis

Quando falo com os meus amigos sobre José Mourinho tento transmitir que há um profundo lapso no português mais bem sucedido no futebol mundial.
Ninguém compreende que eu critique a sua falta de desportivismo, de pôr os valores da competição saudável acima de tudo. De utilizar o seu efémero estatuto de melhor do mundo para evidenciar os aspectos positivos do jogo. Todos acham que Mourinho faz bem em disparar para todo o lado, porque, dizem, faz parte da sua estratégia global.
Ao contrário, penso que o treinador português teria tudo a ganhar com ser um exemplo para os milhares de adeptos, de todas as condições e idades, se tornasse a sua comunicação positiva e desportiva.

No momento em que escrevo estas palavras não imagino o que vai acontecer em Camp Nou, no jogo de hoje. Mas para mim há já um vencedor antecipado. Frank Rijkaard leva clara vantagem sobre o seu oponente. É a isto que me refiro e as repercussões são visíveis.

segunda-feira, março 06, 2006

Piadas Curtas

O segredo da Montanha das Costas Partidas
O número dois da Al-Qaeda apelou, via gravação áudio, à rebelião, à violência, ao ataque aos países ocidentais e ao boicote aos países envolvidos no caso caricaturas. Qual é a novidade? Qual é a piada?
A piada é que afirmou que não só ninguém no diabólico ocidente põe em causa o holocausto como ninguém critica os homossexuais. Aí estão duas causas para dedicarmos dez segundos e se calhar inverter alguns dogmas. Como não morreram milhões de pessoas vítimas dos nazis, é altura de matarmos uns quantos gays e lésbicas. Só há um problema: como não há gays na Al-Qaeda, tudo de macho para cima, como legitimar o tiro nos cornos que merecem?

Colisão
A minha mãe está há anos num processo litigioso com a empresa que comprou a que trabalhava e cujo processo de aquisição foi por ela controlado e exemplarmente conduzido, num negócio de mais de vinte milhões de carapaus europeus. Aproveitaram uma ausência por motivos oncológicos, que felizmente se resolveram perfeitamente, para lhe transmitir que o seu posto de trabalho foi extinto, que é o expediente que as empresas utilizam para despedir a eito.
Existem dois processos: o principal, referente ao despedimento em si e um paralelo, referente às horas extraordinárias cumpridas anos a fio, sem remuneração, nem acerto e danos morais causados.
No primeiro processo, eventualmente perdido por falhas técnicas, o recurso encontra-se na Relação há dois anos e já há uma decisão. No entanto, há um ano que a Juíza redactora não redige o acórdão porque está de baixa.
No segundo, o julgamento começaria hoje, em primeira instância, mas outra juíza não compareceu por estar de baixa a partir de hoje.
Claro que se desejam rápidas convalescenças para este estranho par coincidente. Mas o que é giro é que ninguém diz nem faz nada. Quando é que as coisas avançam, alguém substitui as senhoras, há prazos limites? Claro que sim.
Como a minha mãe costuma dizer: "quando vejo na televisão mais um caso mediático, já sei que isso representa mais atrasos para o meu processo". Não pensarão assim a maioria das vítimas da Justiça portuguesa?

Boa Noite e Boa Sorte
Uma incrível notícia do sempre divertido Correio da Manhã, faz juz àquilo que, pelo menos 700 mil de nós, esperávamos.
Podem não acreditar mas, dos 2000 convites endereçados, já há mais, mas muito mais de 50 confirmações de adesões à bonita festa da tomada de posse do próximo Presidente. Sejamos rigorosos: 53!
Como se não bastasse é favor verificar a qualidade dos aderentes. Só vos digo um nome. Cliquem-lhe em cima e confirmem: Kátia Guerreiro estará presente.

Capote
O bonito, criativo e sugestivo título do Record de hoje, é uma homenagem à piada. Se fossem muçulmanos os lagartos saiam já para a rua. Como são bons cristãos, aguentam-se e dão a outra face.
Cheiro de Koke. Lindo!