sexta-feira, agosto 29, 2003

Big Brother Blog

Reivindicação na evocação do centésimo visitante do Estado Negação. Podem dizer que houve gente que o visitou mais que uma vez, mas o caso não deixa de ser grave!

Um gajo em plena maturação das suas faculdades, qual Figo das artes do espectáculo, chega aos trinta desempregado, deprimido e sem perspectivas nenhumas em relação ao futuro. Odeia quase tudo à sua volta_ o seu Estado, o seu meio profissional e até a rua onde mora.
Há uns anos introduz-se no mundo mágico da TV, que agora repudia, tal como se lhe apresenta, imaginado constantemente que a pode ajudar a mudar. Vive intensamente na esperança de refutar a visibilidade saloia que esta proporciona, sendo esse mais um aspecto muito negativo da TV pacóvia, limitada e estupidificante que temos e resolve criar um blog. As primeiras reacções não enganam: Em conversa com a malta tem a percepção que as sugestões são no sentido de aumentar e alimentar a audiência do blog. As principais são para melhorar as possibilidades tecnológicas, colocando links, capacidade de responder directamente, convidar pessoal para escrever textos, escrever coisas mais apelativas, sobre sexo e etc.
Cria um blog para se exilar (vide s.f.f. o primeiro texto "Errata Temporal", nos "archives") e acaba por perceber que afinal o pessoal já lhe está a medir a pila. Mais textos, mais visitantes, mais assuntos, mais pressão, mais comentários, mais tudo. Embora uma audiência média de 13,2 míseros visitantes por dia, não contando com as repetições não seguidas do mesmo PC, mas contando com o próprio, mexe-se a comunidade, porque de repente esta amostra até pode significar que O Estado Negação é útil ou, como diria um político bem colocado em qualquer partido mal colocado nas sondagens, estas valem o que valem. Basta que um visitante conte a alguém que foi ao blog, para que imediatamente essa pessoa passe a contar como potencial visitante. Se toda a gente que visita falou a duas pessoas a audiência eventual é de 26,4 e por aí fora.

Efectivamente coloquei um pequeno "Counter" no canto inferior esquerdo do blog. Não só o pessoal não reparou muito na coisa como esse processo constituiu a minha segunda incursão (a primeira foi o próprio blog) no mundo da programação informática, obviamente cheio de percalços e embora tudo me tenha sido fornecido de forma simplificada (isto é um exagero, foi mesmo chave na mão) por um site deste tipo de coisas. Logo as reacções dos desenfreados colegas bloguistas, que podia saber on line quem está on line, ou simplesmente registar todos os que visitarem, bastando para isso mais meia horita de rapinanço informático e paciência digital. É neste contexto absolutamente globalizado que um "um gajo na plena maturação das suas faculdades" vive agora velhas e novas dúvidas:
1º- Quem sou? O blog enquanto acessório da terapia psicanalítica deveria ajudar a encontrar esta resposta. Não é o que faço, como faço e porque faço (embora esta também seja fundamental) é que mais: em que estrutura se baseia a minha personalidade, quais as suas origens e que repercussões têm no presente e no futuro;
2º- O que é que andei a alimentar estes anos todos sobre mim? Quem é esta gente pensa que sou? Porque esperam de mim exactamente aquilo que não sou? Porque menti convincentemente tão bem nos últimos dez anos?;
3º- Querem mais bailarico? Mais presenças giras, como as que fiz nos freak shows que fiz por guita, mas que saí sempre enganado e sem um tusto? Ou querem que eu esteja na vida e no blog como aí estava, porque se calhar até sou aquele tipo divertido?
4º- Ou será que um pouquinho de seriedade e reflexão fazem de mim um misto de político e intlectualóide de esquerda, como se pensar e pior mesmo pensar diferente seja um crime de lesa pátria. Porque é que não me identifico e aceito o Estado tal como ele é e parto para a inconsciência? Para a Negação.

Existem três soluções à vista:

A) Começo a ofender os visitantes e passo a uma audiência de 1 por dia, contando comigo. Chamo-lhes burros e estúpidos, que me metem nojo e que não valem nada. Faço textos sobre as tradições escatológicas na culinária urbana, começo a elogiar o governo do Zé Manel Trauliteiro e do Paulinho Incendiário (a rapaziada perguntou porque é que chamei incendiário ao Paulinho no 2º texto nos "archives", provavelmente sugerindo que era uma colagem repescada aos acontecimentos que estávamos a viver. Acontece que essa crónica carece de continuação, onde defendo que "Paulinho Incendiário queimou muitos amigos da maioria dos seus colegas ministros"), adiciono fotos sacadas na net, que ninguém quer ter no historial do seu PC, faço citações do Tino de Rãs, do Donaltim e do Luís Delgado e misturo, nos textos, as mesmas substâncias que a maioria das discotecas do Estado mete no whisky. Peço aos amigos da Caixinhas que me ensinem a programar vírus que lixem o PC a todos e elejo o Henrique como guru da Negação, fazendo dissertações filosóficas sobre alguns das suas mais brilhantes expressões: "F**** a C*** ao cavalo", "Vacina anti-rectal", "Empresta aí 10 carapaus de santola", "Passarinho que assim chalreia já comeu muita minhoca" e "Vamos ali a baixo beber meio toque de Ratax". Em vez de um Grande Arquitecto do Universo, a Negação é inspirada esotericamente num outro, também arquitecto, que explicará como fazer sexo anal com uma prostituta, sem preservativo, nem risco de apanhar SIDA, uma vez que no final "uma labagem com xabão ajul e duas de água, permite que o potáxio constante no xecular bálsamo mate qualquer bicho. Isto confirmado por um director de infecto contagiosas";

B) Crio um blog de mega audiência, que atrairá milhares de cibernautas e consequentemente muita publicidade, tornando-me rico, qual J.K. Rowling e a criança bruxa e vendo bilionariamente os direitos de "Bernardo's way- a remarcable journey of a born loser, that becamed number one writer in the world, via internet". Instalo imediatamente diferentes sistemas de participação, a partir do princípio visitante/participante e lanço os temas: "O que fazem e o que pensam os BB antes de entrar para a casa?", "Onde deve ser o casamento de Catarina?", "Quem é realmente melhor? Emanuel ou Ágata?", "Qual o melhor programa de cultura em Portugal_ "Há horas felizes", "SIC 10 horas" ou "A hora da Gi"?", "É contra ou a favor a interrupção voluntária do coito?", "Aprenda a inverter as previsões dos Signos do Zodíaco e faça as suas próprias", "Viva a arte em Portugal! Guia para melhor compreender a tourada, o body painting, o piercing, os amoladores, os sapateiros tradicionais, os calceteiros, os ranchos folclóricos e todas as outras consideradas eruditas de acordo com programas de TV e rádio muito conhecidos" e "Porque é que os não patrióticos acham que vivemos no 3º Mundo, inclusivamente defendendo que a Polónia e a Rep. Checa nos vão ultrapassar rapidamente em tudo? Só porque têm níveis de literacia incomparavelmente superiores? Deixem-me rir!". Crio votações constantes e se possível expulsões de visitantes pelos outros, estabelecendo uma dinâmica de adversidade/empatia, que revolucionará a Internet nos próximos dois anos. Os servidores Google, Altavista e etc. lançam-se numa panóplia de desenvolvimento de sistemas que permitirá aos utilizadores expulsar outros, através de sites e blogs com campanhas contra utilizador A ou B, levando a serem retirados os direitos de utilização perpétuos aos excluídos, podendo, para aqueles que vivem da Web, criar novas situações de miséria e suicídio e desenvolvendo um sistema de prémios (quem liderar rankings de expulsar pode ganhar uma mega casa em Miami, por exemplo) e de castigos (quem liderar reincidências de ser expulso pode perder o PC, o carro ou até a casa e nalguns países legislar-se-á a expulsão como crime e a pessoa será condenada a penas variáveis). Proporciono um sistema de encontros de amizade e sexo, aliciando os utilizadores com a criação de um call center, que iludirá os mesmos através da aliciação abrupta. Faço-me amigo do JP Pereira e ele mete um link do Estado no blog dele, não lhe retribuindo o favor quando os papéis se inverterem. Compro o piso de cima (para quem não sabe a D. Maria morreu) e giro uma empresa (Estado Negação SGPS) com 200 funcionários que exploro e despeço a gosto, assediando as mulheres, proibindo todo e qualquer direito sindical e cultivando piadas rácicas e ordinárias.

C) Mantenho as coisas mais ou menos na mesma. Escrevo quando me apetecer, não faço alterações tecnológicas, declaro que é um espaço das minhas ideias sobre o PS e o Benfica, livre para quem responder por e-mail, mas continuando o lápis azul naquilo que não me interessar publicar. Os temas do costume: "Obrigado João César", "Porque é que o pessoal lê na casa de banho?" e "Porque é que os namorados não se beijam?". Continuarei a perder oportunidades de trabalho, que por mais miseráveis que sejam me dariam para me sustentar, a embebedar-me aos sábados para esquecer e a questionar algumas coisas sempre que finalmente lá arranjo alguma coisa para fazer. Essas questões são exteriorizadas. Bebo Frize de limão, faço publicidade gratuita e perco mais tempo a jogar computador e ver sites com mulheres nuas que a escrever. Imagino filmes que escreverei (que nunca sairão da gaveta), cursos que tirarei (nos quais nunca porei os pés) e desempenhos fantásticos de personagens clássicas (os quais nunca farei).

O Estado Negação é ainda assim arriscado. Imagino a Polícia Judiciária entrar-me pela casa dentro com um mandato de captura de um qualquer juiz com aspecto de cow boy, porque não só não colaboro com a produtividade do país como ando a aliciar outros que em vez de produzirem passam o tempo a ler os textos publicados. O processo torna-se um escândalo mediático e são indiciados 13,2 arguidos (a minha defesa protesta no Supremo, alegando habeas corpus, porque não se sabe quem é o 0,2, mas sem resultados positivos). Para além disso defendo ideias subversivas e revolucionárias, concordantes geralmente com o Partido Socialista (Ferro é implicado, embora eu nem seja militante, nem ele me conheça de lado nenhum) e tenha um historial no meu PC muito suspeito: fotografias de mulheres vendidas ao proibido mundo da pornografia. Constam ainda do processo (segundo fonte ligada à investigação) chamadas telefónicas eróticas, feitas há mais de quatro anos, mas que ainda não prescreveram. Não existem indícios recentes de lenocínio ou frequência de prostituição.
Preso preventivamente, saio em desgraça. Junto-me com Florbela Queiroz num negócio: linhas telefónicas de tarôt e consigo uma entrevista no Herman TVI. Troco um Fiat Uno com 25 anos e mais algum em cash por uma roulotte em segunda mão, que transformo em cozinha ambulante. Vendo couratos, farturas e traçadinhos em feiras regionais de agro pecuária e eventos similares. Redescubro a cultura do Estado e até gosto. Reencontro Floris Papagaia (divorciada de um magnata da pirotecnia tradicional) e casamos com promessas minhas de nunca mais possuir fotos esquisitas... "Até já nem tenho computador, fui expulso!", acrescento. O que faria Figo, "na plena maturação das suas faculdades"? Umas fintas? Não chega.



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segunda-feira, agosto 25, 2003

Feed Back (6)

"No público online de hoje vem uma notícia sobre um centro de acolhimento de míudos em Trás-os-Montes, dirigido por um padre que não só os abusava, mas também ao q parece, alugava os putos para fora (o chamado take-away).
Topa este excerto da notícia:
"Na senda da suspeita, a valência de acolhimento temporário foi suspensa, a 1 de Março, pelo período de 180 dias. Os inspectores defendem o seu encerramento, numa lógica de partilha de responsabilidades. A psicóloga do centro, Sílvia Queirós, "crê que as funcionárias da instituição sempre souberam do comportamento do padre Zeferino relativamente aos abusos sexuais e outros comportamentos irregulares, mas não falam porque têm medo dele e de perder os seus empregos".
As funcionárias sabiam desta merda e não denunciaram por medo de perderam a merda de um ordenado mínimo! A pobreza material e imaterial é das merdas mais tristes...
Hasta!"
CM (29-08-03, por e-mail)


"Já percebemos :-(
Passou-te a febre do blog. Que pena! Não dava guita mas era um bom estímulo, para ti e para quem te lê...
Beijinhos. Espero que voltes!"
OB (20-08-03, por e-mail)


"Bom dia miúdo? Como é?? A pessoa está a ficar agarrada aos teus contributos diários! Já há uns dias que não pões nada de novo no blog. A tua audiência precisa. Se perdes esta...
Bom trabalho. Bjs. Se precisares de temas, tenho imensos em carteira :-)
OB (27-08-03, por e-mail)


"Humberto - porque não experimentas também por o teu endereço mail cada vez que escreves posted by Humberto (como a caixinhas tem no blog dela - já viste?). Acho que começas a atrair uma audiência externa e tens q alimentar esses parasitas......
Bjs"
CM (26-08-03, por e-mail)


"Pois é, começo a achar que, por vezes, encontro-me em situações menos "normais". Apesar de o nosso amigo HB exagerar em certos pontos, não posso deixar de concordar com ele quando fala da minha ambivalência de amizades. De facto conheci um judeu e passado 8h e 22m estava a dançar com um alemão. Para além deste acontecimento, cinco dias depois é que foi o caldo entornado... conheci o maluco do canal 21."
SC (25-08-03, por msn)


"Parabéns pelo banho de cultura e humor que se vive no teu blog. Dispenso o futebol, mas não deixa de ser cultura.
Estranho alguma coisa chamar-se "blog"! Quer dizer exactamente o quê? ...blogs à parte, disseste que voltavas na Segunda. Segunda dia 25? Até agora não voltaste...espero que voltes!
assino: uma das tuas amigas de merda"
CC (25-08-03, por e-mail)


"Vi este filme na 6a à noite. Pepón Nieto é um actor estupendo!
Vale a pena.
"Descongélate" de Félix Sabroso e Dunia Ayaso.
Beijinhos"
AR (25-08-03, por e-mail)


"Caro amigo,
Parece-me que cometes um pequeno erro ao afirmar que és contra o Filipão. Tu és Benfiquista, e o que distingue um Benfiquista é que o único adepto que só tem um clube,
o BENFICA . Um Benfiquista não é um anti-Sportinguista ou anti-Portista, um Benfiquista gosta do Benfica. E é bom não esquecermos que o 2º maior clube Português ( o anti-benfica ), tem 4 milhões de adeptos, e os seus adeptos são muito mais fervorosos na defesa do seu anti-clube do que qualquer adepto do Sporting ou do Porto.
Mas escrevi-te este e-mail para te dizer que aquele espirito de que falas, não tem a ver com o Humberto Coelho, nem com os adeptos nem com a simpatia mútua. Tem a ver com os factores externos ao jogo ( vulgarmente chamados "chamuça" ) de que não vou falar, não vá a Florisbela estar a ler.
Um Abraço "
LP (22-08-03, por e-mail)




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sexta-feira, agosto 22, 2003

Feed Back (5)

"Caro Amigo,
E agora algum de Verdadeiramente Vergonhoso!!!!!!!!
Dois "Outdors", situados na convergência da R. Alexandre Herculano com a R. Braancamp anunciam.
1- " Espero que tenha reparado a R. Alexandre Herculano tem um novo pavimento, valor da obra 100 Mil € . " C.M.L.
2- " Espero que tenha reparado a R. Braancamp tem um novo pavimento, valor da obra 123 Mil € . " C.M.L.
Como se não bastasse perto do cruzamento da R.Castilho com a R. Braancamp um terceiro "cartaz" a falar outra vez de alcatrão.
Se isto só por si já é mau, pior é perceber que a R. Braancamp já foi alcatroada no fim de Julho, esteve durante duas semanas sem marcações no pavimento e esta noite teve direito a finalmente ser marcada o que claro não podia ser feito sem 3 grande anúncios.
Mas como tudo isto podia não ser suficiente, verifico com grande admiração, que pelo menos o troço da R. Alexandre Herculano, entre a R. Castilho e o Largo do rato não foi pavimentado e as marcações de tão sumidas ninguém as vê.
Onde é que param os 100 mil € ?
Será que o custo da impressão e montagem dos Cartazes estão incluídos nas verbas de adjudicação?
E já agora, será que eu deveria colocar um cartaz a dizer " Senhor Presidente, já reparou que eu já paguei a contribuição Autárquica". Um abraço"
L.P (22-08-03, por e-mail)


"Caro Amigo,
O seu Blog, ou pelo menos o seu email passou a ser para mim, como que um provedor do cidadão.
Deixo-te este ( e o anterior ) desabafo como "dica" para o texto "Exmo xôr Lopes"
Hoje e depois do "regabofe dos cartazes", assisti a mais uma cena...
Tanto a policia como a Emel, têm nos últimos meses efectuado um grande esforço na tentativa de disciplinarem o estacionamento na zona do Marquês de Pombal.
E na verdade este esforço tem resultado uma vez que o número de viaturas "espalhadas" pelos passeios tem diminuído. No entanto, estranhei que mesmo nesta altura estival em que a circulação está tão facilitada, o trânsito por estas bandas continuasse tão "encrencado". E vai daí deitei mãos à obra e fui investigar.
Realmente a policia multa, realmente a policia chega a bloquear automóveis em 2ª fila e com os quatro piscas ligados, mas...
... O problema é que para quem sobe a R. Alexandre Herculano e vira à direita para a R. Castilho , encontra um rua preparada para 100 metros mais à frente ter um semáforo ( no cruzamento com a R. Braancamp ) com um temporizador que permitirá a passagem pelas duas faixas disponíveis de cerca de 15 a 20 carros por cada "Verde", no entanto logo no inicio da Rua e bem na esquina está um departamento da Policia Judiciária e... os seus funcionários por serem policias têm o direito "constitucional" de estacionar na curva bem no meio da faixa da direita. nos primeiros tempos ainda pensei que seriam estacionamentos ocasionais, mas com o andar da "investigação" concluí que os ditos carritos não só estavam ali quietinhos todo o dia, como ainda os seus proprietários para evitarem problemas com os seus colegas da outra policia, deixam no tablier um placa que os identifica como POLICIA JUDICIÁRIA.
Claro que o estrangulamento das vias disponíveis para circulação provoca um congestionamento permanente não só da dita Rua como das suas circundantes, uma vez que desta forma por cada "Sinal verde" apenas conseguem passar 6 ou 7 carros.
Um abraço."
LP (22-08-03, por e-mail)


Amigas e amigos:
Efectivamente preparo o "Exmo. Xôr Lopes", mas enquanto não está pronto muita malta vai aguçando o apetite. Ao LP o muito obrigado pelo empenho e inteligência, que têm ajudado muito O Estado Negação.
Ponham os olhos neste bom amigo, que prepara o seu blog, que dará muito que falar.

O Treinador ausente da bancada

Dificilmente irei aos jogos de Portugal, no Euro. Não porque não consiga arranjar bilhetes, ou não apoie incondicionalmente a selecção. Mas sou contra o Filipão. Não concordo com as suas opções, com a sua falta de respeito (convocar e pôr a jogar o Bruno Vale é cuspir na cara dos adeptos da selecção. É dar um borrifo no espírito da selecção e na identificação anteriormente sentida pelos adeptos). Esta nomenclatura federativa é mentirosa (onde está o treinador português, que a mim não me interessa que o seja ou não, eles é que prometeram), falhada (Mundial 2002) e muito melindrosa para o meu gosto!
Como já leram (texto "Os meus amigos", scroll down, ou clicar em archives) estive no Euro 2000, em todos os jogos da selecção, exceptuando o da França (o General até acha que fui eu que dei galo) e vivi o verdadeiro espírito, com o treinador Humberto Coelho a evidenciar ambos respeito pelos melhores jogadores, pelos adeptos e pela simpatia mútua. Àquele tempo era impossível alguém assobiar Rui Costa (como no jogo de estreia do Deco_ outra medida estúpida contra producente, até do ponto de vista futebolístico, basta atentar à segunda parte do jogo com o Cazaquistão), uma vez que independentemente do estádio ou da cidade o povo estava a 100% com a equipa.
Mas este texto não é para falar das porcarias do costume. É para me deliciar com as minhas opções.
Como não passaremos a primeira fase, aqui está a solução para sermos Campeões da Europa.

Convocatória (obviamente sujeita a alterações por lesão):
1- Vítor Baia
2- Paulo Ferreira
3- Rui Jorge
4- Fernando Meira
5- Fernando Couto
6- Costinha
7- Luís Figo
8- João Vieira Pinto
9- Pauleta
10- Rui Costa
11- Hugo Viana
12- Ricardo
13- Jorge Andrade
14- Petit
15- Hélder Postiga
16- Capucho
17- Nuno Valente
18- Tiago
19- Ronaldo
20- Simão
21- Nuno Gomes
22- Beto
23- Miguel
24- Moreira

Em stand by:
Nelson
Ricardo Rocha
Abel Xavier
Ednilson
Quaresma
Bosingwa

Equipa titular *:
1- Vítor Baia
23-Miguel
3- Rui Jorge (*2- ou 20-Simão)
4- Fernando Meira
5- Fernando Couto
6- Costinha
7- Luís Figo
8- João Pinto
21-Nuno Gomes
10-Rui Costa
18-Tiago (*2- ou 22-Beto)

*- em 4x1x3x1
*2- em 3x4x2x1

Primeira opção defensiva: Jorge Andrade
Primeira opção de meio campo: Hugo Viana
Primeiras opções ofensivas: Ronaldo e Capucho
Primeira opção de ataque: Hélder Postiga

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Feed Back (4)

"(...)escusas de aprobeitar as minhas ideias da reportagem dos cegos
(...)
eu xou da redaxão
(...)
o texto está muito bom
(...)
e gosto muito desta última parte
(...)
a única coisa que acho é que deves ser menos cacique
(...)
vou sp dizer isto, apesar de tu sp refutares(...)"
FLORISBELA (22-08-03, por msn)


"Li com muito interesse o teu último texto.
É difícil descrever este sentimento de raiva e de impotência que tenho dentro de mim.
E, apesar de tudo, há qualquer coisa que me "impede" de ser mais pro-activa e de contribuir realmente para a tragédia. Muitos de nós, limitamo-nos a comentar o que se passa à nossa volta mas no fundo chego à conclusão que nos tornámos pessoas egoístas e viradas para dentro - parece que só nos interessa o nosso e os nossos. Aqui em España passou algo muito similar com o desastre do Prestige.
Custa-me admitir mas sinto que pertenço a uma sociedade desprovida de sentimientos para com os outros e com o ambiente (e apesar de procurar contribuir no que está ao meu alcance, dou por mim a justificar-me com esse tal sentimento de impotência e com outras "desculpas" do dia-a-dia).
É irreversível o restabelecimento da fauna e da flora desses hectares queimados... e depois... tentamos salvar o LINCE Ibérico http://www.salvalince.com/ (em Portugal a população de linces rondava os 50 exemplares... há 6 meses atrás... e hoje???).
Apesar da "preguiça solidária" a que estamos sujeitos procuro não limitar as acções de apoio a: forwards de emails solidários ( talvez para tirar o "peso da consciência" - realmente há quem os leia e procure uma solução?); dos 3€ que deixamos na caixa do supermercado sempre que nos deparamos com aqueles cartõezinhos de ajuda alimentar, ou dos clicks nas páginas de solidariedade para ajuda aos países mais desfavorecidos... etc...e ainda há aqueles que "vão mais longe" e depositam nas contas bancarias determinada importância para as calamidades ambientais que sofrem Países como o México ou as Honduras, etc...
Mas e o nosso PORTUGAL? sempre muito solidários com os outros e nós? e as nossos crianças por adoptar? (ou é mais "exótico" adoptar um oriental ou um africano?) e os nossos idosos que estão sós em casas de repouso (os que estão)? e...e...?
e agora ... as nossas FLORESTAS? o verde? Há 2/3 anos a Serra de Sintra ardeu uma vez mais, dessa vez... uma grande parte da "reserva natural". Hoje... existem urbanizações e mais concretamente uma que está na estrada do Guincho quase a chegar à Malveira... urbanização estilo "alto standing", que além de horríveis e complemente desenquadradas no espaço... estão em cima de terreno queimado!! é uma vergonha e enquanto não existirem leis realmente severas nada mudará !! Aqui em Espanha passava-se algo similar há uns anos... na Galicia. Todos os verões se queimavam hectares e hectares de floresta... até que alguém decidiu "vestirse los pantalones por los piés" e proibir terminantemente a construção num prazo de 10 a 15 anos (como mínimo). Ouvi dizer que essa lei existe em Portugal - sinceramente desconheço e ignoro se é ou não verdade, mas se existe... não se aplica, portanto é o mesmo.
Aqui ficam umas palavras de alguém que procura "fugir" dessa "epidemia de preguiça solidária".
AR (20-08-03, por e-mail)


"Fiquei tão contente de ver o teu texto sobre os fogos! - é que a tua última reflexão tinha a ver com o perverso mundo do futebol, que num golpe de mestria ideológica do status quo português (tão superior a qualquer banho de consciências digno de um ditador da América do sul) acabou por se tornar no único fórum político de interesse nacional.
Acho que a mensagem do aproveitamento da solidariedade pelas televisões, como instrumento de autopromoção, é mais do que nunca relevante. Como é que os directores das televisões - esses senhores que têm o domínio da cultura comercial popular em Portugal - ainda têm cara de sair à rua quando tudo - o mundo rural e a inteligência humana - está a arder?
Beijinhos"
CM (20-08-03, por e-mail)

quarta-feira, agosto 20, 2003

Já tinha ardido

1_ Em inícios de Agosto um grupo de Bombeiros, na frente de um incêndio em Leiria, comunica com o Comandante, no Quartel.
Informam-no que determinado grupo já jantou, mas que eles ainda não o puderam fazer. Chegam duas pessoas com frangos assados para vender. O Comandante autoriza a compra, salvaguardando a necessidade de factura, "que depois resolvo" (dica do TB, ouvida em rádio amador).
Este ponto de partida leva-me a algumas reflexões, sobre O Estado Negação: negação de infra-estruturas, negação de solidariedade, negação de seriedade.
A ideia de um país que ardeu emocional e intelectualmente há muito.
O País pegou fogo. Durante dias e dias, um outro país assistiu, pela televisão, à destruição de vidas. Para além disso verificou-se também a perca de bens materiais, menos importantes, mas que causam danos quiçá irreversíveis, a muitos que já pouco ou nada tinham. O prof. Marcelo, nas "Conversas em Família", traçou um dos poucos comentários acertados e não cacicados que se lhe puderam ouvir: "o país urbano ficou chocado com a desgraça do país rural". Percebeu-se que existem dois países, embora não tão díspares como imaginamos.
Já muita coisa foi dita sobre as causas, os responsáveis, o regabofe das indisciplinas sucessivas entre agentes activos de combate preocupados com a pequena política, a extraordinária posição de Eduardo Ferro Rodrigues ante a não exploração da ineficácia assustadora do Governo, os planos de recuperação, os planos de um futuro promissor no combate aos incêndios, casa assaltada trancas à porta, os meios magníficos das televisões a captarem imagens espectaculares, que inclusivamente servem para impressionantes promoções a "campanhas de solidariedade", o envolvimento do PR, do PM, dos PC e todos os "Pês" possíveis e imaginários, tudo devidamente escalpelizado por jornalistas, comentadores, opinion makers e... Sempre a mesma merda!

Mas observei algo de extraordinário, que me impressionou muitíssimo e que não sei se sei explicar.
Muitas das pobres vítimas, quando interpoladas pelas televisões demostravam uma profunda tristeza misturada com uma impotência atroz e na sua maioria (aqui vem a revelação que tive) uma grande vontade de chorar. A maioria daquelas pessoas que haviam perdido entes queridos (e mesmo os míseros bens, muitos deles de subsistência) transpareciam algo diferente de um choro compulsivo. Mostraram-me aquela sensação que tínhamos quando éramos pequenos e em algumas circunstâncias queríamos muito chorar e simplesmente não conseguíamos, ficando um meio caminho terrível, que provavelmente denunciava (aos coleguinhas, à professora, aos familiares) que na realidade não estávamos a chorar, mas queríamos, queríamos chorar, muito, muito, porque estávamos muito tristes, porque não havia solução, porque tudo estava perdido, nunca mais voltaria atrás, antes de ter acontecido... Mas por algo inexplicável não conseguíamos. Saía algo perto das lágrimas de crocodilo, mas sem ironia ou fita, porque a vontade de chorar era real, mas não conseguíamos. Mesmo em adultos procuramos muitas vezes "soluções" para chorar, encontramo-las em filmes, ou na música (erudita por vezes, outras aquela música que nos recorda algum momento, eventualmente mal passado, mas que não esqueceremos), quando a lágrima nos vem aos olhos e pensamos que chorámos por causa do filme e não pela nossa angústia, pela nossa mágoa, pela nossa solidão. Mas não foi bem isso, que imaginei ter observado. Imaginei ter visto a mesma sensação de estar a ver um filme "B" e que por acaso a coisa até está a correr bem e que por acaso até me calhava bem dar uma choradeira, mesmo que desenfreada, mas começa a correr mal, tudo muito denunciado e perco a vontade, ou por outra a oportunidade e já não choro. Pior ainda se o filme for verdadeiramente bom, este timing é fatal se não choramos no momento certo, a trama vira e continuamos a gostar sem ter conseguido. É mais perto desta última sensação aquilo que me foi transmitido por grande parte das vítimas dos incêndios.

Estas sensações levaram-me a um outro plano. Esclareço que não tenho, nem li, nenhum estudo psicológico ou sociológico, sobre estas questões, pelo que se trata de pura intuição. Associação?
Imagino que somos um país de gente muito triste, que vive em grandes dificuldades emocionais. Nem perante a grande desgraça somos capazes de chorar. De chorar realmente, sem meios caminhos. Imaginei, que especialmente os velhos de Portugal têm uma grande tristeza latente, guardada numa vida de puro sacrifício e abnegação, sem qualidade, nem carinho, nem fantasia, nem imaginação nem vontade de se desafiarem intelectualmente, ficando só com aquilo que lhes é servido, pois não existem forças para mais. Forças. Para ver outros mundos, que são descritos e inventados nos livros, nos filmes, nas pinturas ou esculturas dos loucos visionários, que os procuraram e acabaram a "(...)imaginar outros mundos (...) para esquecer como é doloroso este em que vivemos. (...) Ainda não havia percebido a imaginar outros mundos se acaba por mudar até este.(...)" (Umberto Eco, in "Baudolino", pág. 95, Edi. Difel). Nada resta senão viver a realidade tal como se nos apresenta, sem tirar nem pôr.
Quanto desta constatação chegou aos mais novos? Dependendo de quão, muito seguramente. Na nossa idade temos muitos subterfúgios, alguns eficazes (proximidade, diversidade, alguma liberdade individual, formação mínima) outros menos (herança democrática falida, falta de sentido revolucionário, excesso de oferta em oposição à dificuldade em procurar por via da confusão entre o essencial e o despiciendo), mas quem, no universo dos portugueses consegue viver com os seus afectos esclarecidos? Será um problema de todos, no mundo inteiro?
O atraso intelectual leva seguramente ao atraso emocional. Que fazer? Não faço a mais pequena ideia. Julgo que a solução estará naturalmente no indivíduo, mas que o meio (família, escola, país, mundo, por esta ordem) ajuda, ajuda. Ou seja com as pobres famílias que temos, a escola que vamos tendo, o país que tivemos e vamos ter, neste "mundo de ferro e aço", restas-te a ti próprio.




2_ Esta situação (dos fogos) leva-me a uma outra dimensão, a dimensão da Tanga (vou enumerar de forma blogesca, porque isto é realmente de menor importância, em relação ao descrito).

a) O Governo declara Estado de Calamidade e o Zé Manel explica que o faz excepcionalmente, uma vez que este enunciado só está previsto na lei ser activado após a catástrofe ter acontecido, pois as verbas destinam-se a cobrir danos e não a combater a ocorrência. Isto em plena devastação pirómana. Após muito dinheiro retirado à prevenção de incêndios. Com todo o universo de entendidos a exigir a declaração de Estado de Emergência, de forma a accionar um plano de combate com inúmeros meios técnicos e humanos e com o comando centralizado;
b) Para tal (Estado de Calamidade) disponibiliza 50 milhões de Euros;
c) A Comissária da EU Anna Diamantopoulou vem a Portugal e o governo informa que prevê prejuízos na ordem dos 1000 milhões de Euros. De forma irrepreensível a Comissária declara que a EU agirá imediatamente, ou seja assim que o Governo fizer um levantamento real dos custos. A EU prepara-se para disponibilizar dinheiro, cobrindo parte dos custos de danos materiais sofridos, sem olhar a questiúnculas nem pró-formas;
d) Aqui já há um pequeno problema técnico de negociação: se os custos rondam os 1000 milhões de Euros, e se se pretende que a EU se chegue à frente com 400, ou 500, não é muito inteligente disponibilizar só 50, uma vez que o pessoal pode desconfiar desta discrepância;
e) Entretanto nesta verdadeira relação e vocação transatlântica (que custou milhares artigos aos cronistas do regime), GW Bush parte de férias para o Texas, porque está com saudades da terra onde bateu todos os recordes de assassínio colectivo enquanto Governador, (152 condenações à morte, visitar s.f.f. o imperdível www.bushkills.com ). Os seus colegas Rumsfeld, Cheney e afins não são contactados, porque eles é que precisam de nós em ocasiões especiais (umas guerritas aqui e acolá) e nós não, mesmo em catástrofe, porque temos os otários aqui do lado;
f) Aliás Rumsfeld só serve mesmo para ajudar Paulinho a credibilizar-se, tendo como missão para o garante das boas relações entre os dois países, deslocar-se a Portugal sempre no dia a seguir a testemunhos sobre confusões de hotéis em Braga e Jaguares meio marados, nunca em caso de assuntos sem importância, como uns fogozitos sem expressão;
g) Todas as campanhas televisivas e afins de solidariedade metem-me nojo. Como exemplo dou aquele da RTP passar em rodapé que já tinha angariado 35 mil Euros. As estações, bancos e telefónicas, parecem nitidamente querer aproveitar toda esta situação, especialmente as primeiras, para tematizarem mais uma carrada de espectáculos Pimba em directo (reparem os custos que têm estas operações) com cantores de muito bom gosto, antes de começarem as Operações Big Brother. O ruído causado não ajuda nada e as campanhas desviam as estações de uma das coisas úteis que deveriam fazer: dar voz às populações nos períodos de rescaldo e reconstrução, porque mostrar só enquanto está a arder e a malta está a gritar é bom para as audiências, mas o pós situação pode efectivamente colocar alguma pressão na opinião pública e nos poderes decisórios;
h) Para os que estão chocados, aqui está a minha humilde contribuição. Em qualquer país civilizado o Governo (através do Ministério da Solidariedade) iniciava uma única mega campanha, com uma só conta e um só número, usava a sua influência junto dos operadores (televisões, rádios, jornais, etc._ sim porque o poder não serve só para nomear Administradores na Lusa, RTP, RDP, comentadores na TVI e futuramente na SIC, serve também para ser exercido em prol do bem comum) e, se não quisesse correr riscos de acusação de aproveitamento, entregava a gestão da campanha a uma associação independente que recolheria não só dinheiro, mas também bens de primeira necessidade, materiais de construção (mais uma vez o poder não serve só para angariar dinheiro partidário...), mão de obra e voluntariado logístico (bancos de tempo, por exemplo) definido regional e localmente, conforme a oferta e as necessidades. A causa humanitária passava a ser uma só e não uma espécie de causa criada por cada benemérito Director de Estação, a fazer lembrar os perversos documentários sobre cegos, incluídos no Jornal Nacional, em pleno lançamento da novela da gémea ceguinha...;
i) As tragédias, infelizmente acontecem. No passado as cheias na Lagoa das Furnas (Janeiro de 1998) e a queda da ponte Hintze Ribeiro (Março de 2001), só para dar os exemplos mais recentemente chocantes, exigiram um esforço suplementar do erário público. Isto não é nada de novo. É o mínimo que se pode tentar fazer. É o que se espera que se faça!

terça-feira, agosto 19, 2003

Feed Back (3)

"Só li agora "Os Meus Amigos". Uma ficção interessante e séria (uma coisa que muita gente pensa que tu não és...). É agradável olharmo-nos por fora, através dos olhos dos nossos amigos. Os outros textos estão também carregados da oportunidade e sarcasmo que te é conferido. Eu tenho a sorte de partilhar contigo estes momentos e muitos outros onde a tua sagácia e sentido de humor imperam. Acredito que tenhas voado por muito mais...
Um abraço,"
O SARGENTO (19-08-03, por e-mail)


"Caro Humberto,
É com alguma pena que vejo o meu nome referido entre os teus amigos sem que de alguma forma o tenhas denegrido. Senti-me triste e marginalizado uma vez que sou praticamente o único que não feres com uma crítica acutilante. Exijo uma qualquer compensação ou um pedido de desculpas público.
Cumprimentos cordiais,"
VILIE (14-08-03, por e-mail)


"Parece que o texto "Os meus amigos" foi realmente um êxito. Parabéns!
É engraçado como dei por mim a pensar nele. É um excelente presente (regalo) para os amigos. Obrigada pela parte que me toca.
O texto faz-nos pensar nos nossos pequenos grupos como lhes chamas e isso é muito interessante porque nos permite reviver momentos e pensar nas pessoas que por alguma razão não fazem parte da nossa vida quotidiana mas que têm um espaço reservado no nosso coração e memória.
go ahead. bjs."
AR (14-08-03, por e-mail)

segunda-feira, agosto 18, 2003

Porquê Benfas, porquê?

"Pró ano é que é! Se mantivermos a equipa, pró ano ninguém nos agarra!" Podem achar que esta foi uma frase que ouvi a época passada, mas não. Ouvi-a depois do jogo com o Boavista, este domingo (17-08-03, 0-0).
O Benfica está na pior fase desportiva, financeira, directiva e futebolística de toda a sua história! Em ano de centenário é altura de me opor aos Benfiquistas que continuam a estragar o clube, essencialmente uma boa parte dos votantes. E porque são estúpidos!




Vieira- o futuro presidente.

Um grupo de sócios, oriundos de várias correntes de pensamento e de diversas maneiras de estar no Benfica uniu-se com um único objectivo: derrotar João Vale e Azevedo. Em boa hora o fizeram, ultrapassando todos os interesses, colocando acima de tudo o seu benfiquismo, esquecendo até (como se viria a comprovar) a necessidade de ter um Projecto para o Benfica. Era preciso avançar e avançar a todo o custo, para terminar uma péssima gestão a todos os níveis, especialmente aquela a que sempre me opus_ a Desportiva! Lembro-me da série de disparates que se cometeram, da armada inglesa, à dispensa de João Vieira Pinto, do rasgar contratos (independentemente da razão para tal ou não, qualquer direcção deve gerir as heranças ou então fundar outro clube) ao estilo pouco democrático verificado, eventualmente exercido internamente, numa lógica do "quero, posso e mando" que por ignorância profunda do seu protagonista nos levou às piores classificações e resultados desportivos da história do Glorioso.
Desse grupo não fazia parte Luís Filipe Vieira (LFV), um furacão que invadiu o Benfica e cujo único contributo será a quase destruição do clube por via da delapidação patrimonial absoluta, inédita, que passará às gerações futuras um Benfica detentor de nada: os terrenos já foram todos, os jogadores não lhe pertencem, os contratos diversos de exploração de marca (televisão, patrocínio desportivo e merchandising) comprometidos para períodos até dez anos! (Ainda me lembro de se discutirem as regras de contratação por parte de Direcções, que não deveriam ultrapassar o período de Exercício, até por motivos éticos_ quem vem a seguir fica sem margem nenhuma, uma vez que tem de honrar os contratos e o dinheiro já foi gasto).
Vieira, após uma actividade profissional oculta (terá sido espião??), veio do Alverca, clube que durante a sua gestão passou de satélite do Benfica (daí que vários jogadores tenham lá sido colocados com o objectivo de ganharem experiência competitiva) a um clube autónomo que herdou, vá-se lá saber como, esse património de jogadores e passou a servir de ponto de passagem de alguns para o FC Porto, com a conivência (pelo menos, porque do resto ninguém tem provas) de Vieira, que passou, por exemplo, Deco para o rival das Antas, hoje unanimemente considerado o maestro dos sucessos transatos. Vieira era (ainda é?) sócio dos três grandes, numa nítida perspectiva de poder negociar com todos, sabe-se lá o que é que o futuro nos reserva, quem sabe até se ligado ao dirigismo desportivo, numa porta que eventualmente se venha a abrir. Abriu-se.
Vilarinho desesperado com o que acabava de encontrar e com total ausência de um projecto consistente e mobilizador, conhece Vieira, através de Bibi (tudo malta muito aconselhável, grandes nomes do Benfica, que não me envergonham nada, especialmente por desempenharem papéis relevantes), ironias do destino. LFV não se candidatou a nenhum cargo, passou a exercer funções profissionais no clube (para todos os efeitos um funcionário do Benfica, por via dos legitimamente eleitos) e pôs em prática o seu plano maquiavélico, que tinha três grandes linhas de orientação:

1º_ Dotar o Benfica de jogadores de renome nacional (outra visão da espinha dorsal) e internacional. Esta foi a sua única medida mais e menos positiva_ como em tudo se correm riscos, a presente estratégia trouxe factores positivos e negativos e só com o passar dos anos poderemos aferir se efectivamente algo de bom nos aconteceu.
LFV fez um acordo tácito com José Veiga que permitiu a contratação de Simão, Nuno Gomes, Pedro Mantorras e Tiago (que entretanto já mudou de empresário), que enobrecem a nação benfiquista, uma vez que se tratam indiscutivelmente de jogadores de grande classe e promissor futuro.
Ao mesmo tempo: este acordo de exclusividade, afastou Jorge Mendes (de Quaresma, Ronaldo e Postiga) e outros empresários, o que numa lógica de mercado do futebol actual é profundamente discutível e;
Obrigou o Benfica a comprar uma série de trutas como JM Pinto, Zahovic, Drulovic, Peixe, Fernando Aguiar, Éder, Cabral e muitos outros que se encontram na lista de dispensas, ou emprestados, ou à espera de colocação, ou etc., etc., às custas do Benfica, em quantias de dinheiro incalculáveis, das transferências, dos salários, de parte dos salários e por aí fora! Como resultado, agora percebem os benfiquistas, o plantel ficou desequilibrado, fragilizado e o mais fraquinho dos três grandes.
À partida para a presente época esperava-se (inclusive o treinador esperava) que LFV equilibrasse a equipa, contratando os tão esperados reforços, que nunca vieram, à excepção de Alex, por sua vez preterido por João Pereira (bem vindo!), por sua vez nunca utilizado na pré época, lançado às feras logo num jogo oficial, mas a essa parte já lá irei.

2º_ Construir um estádio novo. Acho piada porque me opus. Antes de mais porque me opus ao regabofe de estádios novos como cidadão e primeiro devemos ser cidadãos e só depois adeptos de clubes e é por essa inversão que qualquer ladrãozeco pode chegar a presidente de um clube... Lembro-me de ir à catedral e terem andado a descarnar fios e caiar paredes, para que parecesse que o estádio estava podre! Tenho amigos que acham que o anterior governo esbanjou muito guito e apoiaram o estádio novo como única alternativa possível. Espero que compreendam porque é que Guterres avançou para os estádios: o futebol manda no país e, infelizmente, não há nada a fazer!
O Benfica tinha na altura um passivo de 18 milhões de contos, perdia (agora ninguém faz ideia) 1,5 milhões de contos por ano com o futebol e este investimento rondou mais ou menos 25 milhões de contos, sendo a participação do estado na ordem dos 8 milhões. Explicaram-me alguns economistas que só investindo se pode encaixar receita, mas como não é a minha área eu nunca entendi como é que um estádio novo gera receita per si. Ou seja, achei eu na minha ignorância (e disse-o na Assembleia Geral em que se decidia a construção ou não, vitória do sim, com 95%) que para gerar receita a única hipótese era o Benfica nos próximos dez anos (já passou um) vencer seis a sete campeonatos e passar pelo menos cinco vezes à segunda fase de grupos, da liga dos campeões! Ironia das ironias nem uma época inteira passou e já não há crédito para ir à banca buscar dinheiro para jogadores... Claro! Os project's finance estão esgotados no estádio! Que ficará às moscas: relembro que o Benfica tem batido todos os seus recordes de afluência aos jogos, pela negativa. Aliás pergunto: como está a decorrer a tão proclamada venda de lugares, que permitiria encaixes de milhões? Quantos lugares já foram vendidos? Quais as campanhas de marketing previstas para?

3º_ Afastar todos aqueles que se opusessem ou simplesmente quisessem clarificar os processos de Vieira. Assim, mais uma situação incompreensível, quadros superiores de benfiquistas, que se candidataram aos mais diversos cargos dos órgãos sociais, oriundos da política (diferentes partidos), da banca, da gestão e de outras áreas da sociedade civil, viram a sua coragem de emprestar solidez e confiança ao clube (porque esse era o ponto quando Vilarinho concorreu), destruída... por um funcionário. LFV aprontou-se a despedir membros dos órgãos sociais do Benfica pelo jornal, estilo muito próprio, que ninguém pode censurar mas que não serve para ser presidente do SLB.

Mas LFV, que goza de um "prestígio" assustador nos militantes benfiquistas, será facilmente presidente. Não sei se gozará de tanto na opinião da massa associativa no seu todo. Mas nos votantes mais ou menos fixos, parte com quarenta por cento de vantagem em relação a Luís Tadeu (segundo) e Jaime Antunes (terceiro) de acordo com uma sondagem do jornal Record. Esta oposição cometerá um grande erro se não se apresentar numa só lista: a de dividir e fraccionar aqueles que estão descontentes com LFV. Corre atrás da partidarização lançada por Vilarinho, quando declarou que os órgãos sociais tinham decidido apoiar o PSD. Luís Tadeu lidera um movimento de esquerda e Jaime Antunes de direita. Embora o venham a negar, basta ver o perfil dos seus correligionários em cada um das listas e perceber claramente esta divisão, salvaguardando os independentes de uma e outra lista, que obviamente existem.
Independentemente de o Benfica passar ou não à liga europeia, dos reforços ou da humilhação de os ver fugir, LFV ganhará tranquilamente as eleições, por causa do mesmo único sentimento que perpetuou a ditadura de Salazar por décadas: os outros podem ainda ser piores. Mesmo com a oposição do treinador da equipa de futebol, os benfiquistas vão preferir ficar com os dois, o que, já se vê, será impossível!


Camacho- mais um para o cemitério

A seguir a Toni (o campeão de 93/94, não o situacionista baralhado da penúltima época), Jose Antonio Camacho (JAC) foi o melhor treinador do Benfica na última década. Mas não vai acabar esta época como treinador do SLB!

Camacho entrou no Benfica de forma brilhante: comparou-nos ao Real Madrid (o que nos tempos que correm é um elogio e no passado seria uma ofensa) imprimiu um estilo dinâmico e empreendedor à equipa e conquistou os adeptos de forma unânime, a exemplo do que aconteceu com todos os seus antecessores, exceptuando Artur Jorge: Ainda recordo confiança do universo benfiquista à volta de Autuori, Manuel José, Souness, Heynkes e Jesualdo. Nunca gostei de nenhum deles, embora reconheça alguns méritos a Heynkes, até à altura que dispensou João Vieira Pinto, o meu craque preferido de sempre, a seguir a Fernando Albino Chalana (Nota: Nunca vi jogar a pantera, mas reconheço que é o maior por motivos que até ultrapassam o futebol).
Mas JAC começou a esticar-se de forma, que temo, irreversível. Em vésperas do jogo com a Lazio, o seu empresário disse à comunicação social que "se JAC soubesse que era assim, nunca teria assinado". Isto é um profundo erro estratégico: Se efectivamente mentiram a JAC, este deveria aguardar o desfecho da eliminatória com os romanos, para tornar público o teor da sua contratação e não anunciar a falta de cumprimento da palavra, nem referir que lhe faltam 4 jogadores, porque o seu objectivo primeiro é transmitir total confiança aos jogadores que dispõe_ este foi o pior aspecto do Benfica no jogo com a Lazio: a falta de auto confiança. JAC falhou totalmente essa missão nos aspectos internos e externos da gestão desse aspecto preponderante (reparem por exemplo o jogo do FC Porto com o Braga: não jogaram um caracol, mas sentiam sempre que iam ganhar o jogo e ganharam!). O seu segundo objectivo seria ganhar poder negocial, através da qualificação.
Durante o defeso já JAC tinha falhado redondamente: criou um tabu (à espera do Real? eu acredito que sim, obviamente) que comprometeu seriamente toda a preparação da equipa para a meta a que se propunha. Em vez de preparar a pré época com o know how que possui (JAC já fez preparações para campeonatos do Mundo e Europa), andou a ganhar tempo. Como resultado o Benfica preparou-se para jogar a Liga dos Campeões com dois jogos (!) eficazes (Panathinaikos e Sporting) e quatro jogos completamente ridículos (Belenenses, Boavista, Leixões e Moreirense) para não falar dos juniores do Nyon e do jogo cancelado! Isto revela, uma vez mais, que nem JAC consegue inverter a tendência amadora que impera no clube em que se anunciam grandes contratos de cedência de imagem únicos no Mundo, mas não se consegue colocar o clube a participar em torneios internacionais, que correspondam aos pergaminhos do Benfica (como por exemplo o World's Championships, nos EUA; o torneio de Amsterdão, Holanda, etc.) e que permitiriam uma preparação coerente com o objectivo Liga dos Campeões.
JAC finalmente, neste emaranhado de confusões, começou a meter os pés pelas mãos com os jogadores. A imperdoável dispensa de Ednilson (haverá aqui mão de empresários?), a utilização de Fernando "Thomas" Aguiar na equipa titular (Santo Deus), a não utilização de João Pereira na pré época (até para testar e rotinar, porque a estreia do miúdo correu muito bem, mas se calhar teria corrido excelentemente) e a mais grave de todas: gestão do caso Roger. Aqui JAC assinou a sua sentença de morte.
Em primeiro lugar Roger foi dos melhores elementos em campo, contra a Lazio. Em segundo Zahovic, não serve nem nunca serviu ao Benfica. Em terceiro se Roger tem problemas disciplinares fora do campo, isso resolve-se facilmente com uma boa estrutura, porque no FC Porto não existem esses problemas (excepção feita a Serginho, jogador de outra dimensão, mas também convém arranjar um bode expiatório, até pela exagerada dimensão do plantel). Em quarto lugar nunca vi, em qualquer equipa do Mundo um jogador ser dispensado por cometer um erro dentro de campo, senão meu Deus, Argel era crucificado e Zahovic após o jogo com o Boavista, a vencer 25 mil carapaus de santola e falhar dois golos de baliza aberta ia treinar com os infantis. Em quinto Roger não fez falta no lance do golo de Milhailovic: o movimento do Menino do Rio tem dois tempos. Efectivamente Roger salta com o braço levantado mas a bola toca no peito e depois ressalta casualmente para o braço (esclareço que este é um movimento técnico muito usado uma vez que os jogadores procuram fazer uma concha com o peito e o ombro para dominarem a bola, acrescido de impulsão, daí o braço naquela posição, daí a ilusão da falta. Recomendo que vejam o lance antes de pensarem sobre este comentário). Em sexto e último lugar Roger é um jogador novo e tem um grande futuro futebolístico à sua frente. Esperemos que desta vez LFV não o encaminhe para as Antas, mas temo que um dia mais tarde esse venha a ser o seu destino!
Assim, com as constantes declarações e irritações de JAC, é normal que não consiga ter a influência positiva nos jogadores, especialmente nos que mais precisam. Qualquer dia dispensamos o Simão porque não quis ser despromovido. Isto é ser pobre e mal agradecido!


Última Nota: Estratégia

O Benfica não forma um jogador de grande classe desde Rui Costa. Gasta anualmente 350 mil contos em formação. O Benfica precisa urgentemente de arranjar um conteúdo para o centro de estágio, em construção. Para tal deve procurar um sistema de formação moderno, inspirado nos exemplos do Ajax e do Auxerre (felizmente que saiu gorada a contratação do benfiquista Ricardo, senão Moreira, o único fruto da cantera do Benfica, estava no banco).
Não será possível conciliar Camacho e Vieira. Os sócios terão de escolher. Eu escolho Camacho. Por isso apoiarei Tadeu.
(Já devia ter sido pensado, mas) A equipa profissional de futebol tem de ter condições normais de trabalho de alta competição (não é andar a cancelar treinos porque os iniciados do Massamá estão a utilizar o campo, ou os juniores do Caldas), bem como códigos de conduta rígidos e determinados pelos responsáveis, definidos pelo clube. Esta é uma regra transversal, portanto a utilizar a todos os níveis.
Ao departamento de comunicação cabe responsabilidades diferentes de certas piadas ditas na sala de imprensa sobre prostituição, copos e strip tease. Compete-lhe definir uma ampla estratégia de concertação com os adeptos, promovendo o clube e as equipas, de forma a aumentar e divulgar as actividades e consequentemente a adesão do universo benfiquista. Este departamento tem de devolver o clube às massas!
O Benfica deverá ser um clube ecléctico, que manterá uma presença influente nas diversas modalidades, competindo à direcção arranjar as formas modernas de viabilização da prática das modalidades. Não se percebe como é que se faz um estádio novo, com um pavilhão e uns meses depois se propõe aos sócios acabar com as modalidades. LFV e seus pares destruíram a equipa de ciclismo e a de hóquei e nada fizeram pela de basquete e andebol, mas salvaguardaram que o Futsal vivia sem custos para o Benfica. E eu pergunto: e as outras não podem seguir-lhe o exemplo? E sem custos significa sem receitas, uma vez que cedemos o mais importante_ a marca?



PS- As referências a pessoas (jogadores, treinadores, dirigentes e etc.) são no plano estritamente profissional, salvaguardando ambos o plano pessoal dos mencionados e a minha liberdade de expressão.

quarta-feira, agosto 13, 2003

Feed back (2)

"Tás na boa, tás na boa, tchananana, tchananana... é assim puto.
Por incrível que possa parecer, dou por mim a visitar a tua página e ler todas as coisas que são ditas (escritas...).
Qual não foi o meu espanto, um destes dias quando visitava o teu site, quando deparei com uma acusação gravíssima feita à minha pessoa. Quero esclarecer que não sou fanador de filmes! Há que dizer as coisas com frontalidade. Não há direito. Hás-de cá vir pedir filmes que depois eu digo-te como é!
Tenho uma lista nova, um destes dias mando-te.(...)
Abraço puto e curte bué, sabes bem como é a cena!"
TB (13-08-03, por e-mail)


"Caro "Sub-amigo" Humberto!!!!
Foi com algum espanto que li o teu texto "Os meus amigos". E falar em espanto talvez seja pouco para frases como esta "Como qualquer pessoa nesta situação tenho tendência a tentar procurar novos grupos que me salvem deste", que incoerência meu amigo, ou será que já te esqueceste da tua única afirmação histórica "...que não se pode mudar de grupo, uma vez que nascemos, crescemos e vivemos sempre no seio do grupo envolvente e jamais o poderemos abandonar ou trocar".
Em relação aos comentários desagradáveis que proferes em relação à generalidade das pessoas que por razões insondáveis te continuam a aturar, só te tenho a aconselhar que evites escrever qualquer texto, para publicação ou não no "Blog", enquanto estiveres sob o efeito de "chamuças ingeridas na véspera".
Na leitura atenta que fiz desta pequena "preciosidade" detectei algumas imprecisões e omissões, que a seguir detalho.
1- Aquilo a que chamavas "Banda", ( e que recordo especialmente pelo gosto que tinha de jogar futebol em cima do contentor que servia de camarim), foi em má hora contratada para tocar em Maio de 1995.
2- Na referência futebolística que fazes esqueceste-te de Nuno GolOs.
3- No fim do texto dizes " PS- Excluí a família por causa das hereditariedades ainda não totalmente definidas... ". Comecei por pensar que se tratava de um comentário político, no entanto depois de uma analise mais aprofundada conclui que mais uma vez a "Chamuça" te tinha traído, é que o primeiro sub-grupo de que falas é "O pequeno grupo dos irmãos" .
4- Detectei com alguma surpresa que não tens nenhum grupo ( ou sub-grupo ) de ex-namoradas . Será que elas estão por aí camufladas dentro de algum "grupito" ou mesmo espalhadas por todos os grupos.
5- Em relação à tua surpresa por só teres reunido todo o teu grupo de amigos uma vez, não te preocupes, logo que decidas abrir os cordões à bolsa e materializar em Festa o teu feliz matrimónio, os teus amigos vão reunir-se de novo.
Um abraço e espero que não apareças em breve que a garrafeira não aguenta.
FORÇA BENFICA
P.S. Já agora uma opinião mais, tal como noutro comentário foi dito, talvez esteja na hora de "arranjares" melhor o Blog, é que tal como está é uma grande confusão."
LP (13-08-03, por e-mail)


"Que agradável surpresa, tive esta manhã,
depois de visitar o "Estado Negação" e ver que figuro na lista dos teus amigos (apesar de egoísta).(...)
Beijinhos ao Jaqué - que definitivamente não é albino."
AR (13-08-03, por e-mail)


"(...) Desculpa lá não te responder, mas não tenho tempo nem para me coçar. E o que me importa é o Benfica! (...)"
MS (12-08-03, por telemóvel)


"Ecolog*,
Pois tenho que te dizer que esta estratégia de escreveres sobre o teu mundo de amigos foi muito bem esgalhada. Não só pelo conteúdo que é de ir às lágrimas, de tão bem "apanhado" que está, como pelo efeito: agarraste a tua principal audiência (neste momento, claro). Enfim, é o chamado ter o público nas mãos (com a vantagem deste não sujar as mãos - graçola fácil).
Apesar de nem sempre te deixarmos participar nas conversas e de basicamente arrastarmos quem nos anda por perto para a intriga e desgraça, ainda conseguimos inspirar boas iniciativas. Não digas... já sei que o mérito é todo teu pq, apesar de tudo, consegues retirar o melhor que há em nós!
*já pensaste criar weblog temático?"
PA (12-08-03, por e-mail)


"(...) Dei ontem uma espreitadela ao teu blog. Vejo q continuas mto entusiasmado
Não dava para pores alguns textos em hyperlink, em vez de estarem todos disponíveis na mesma página?(...)"
CM (11-08-03, por msn)


"Se voltar a Portugal este mês não perderei a oportunidade de ver o espectáculo Trifásico!!!
... ainda estou a ler os vários textos... between meetings and phone calls.
Acho muito interessante... considero que tens imenso que aportar e gosto de ler o que escreves. Confesso que tenho dificuldade de perceber determinados textos, e além disso em España não se "fala" de Portugal (I depend on net news and some weekend newspaper - caríssimo - to be updated on my country... but the truth is that in Portugal (I was there these last 2 weeks, one does not hear about anything rather than "incendios e football").
Beijos."
AR (11-08-03, por e-mail)


"Ora aqui está a prova, de que ser-se um jovem empreendedor (antigo marginal- pequenos delitos- só...) tem os seus resultados. Vamos lá a mudar as cabecinhas deste país, que à pala destes francesismos, (imagina que ainda não se deu conta ,que "cêntimo" não existe em português...ou é Cent., ou então digam centavo!) anda quase tudo muito à toa!! Abaixo os laranjinhas...dá cabo deles... eheheheh!!
Força e um grande abraço"
GFT (10-08-03, por e-mail)

terça-feira, agosto 12, 2003

Os Meus Amigos

Para melhor conhecer alguém, nada melhor do que perceber com quem anda metido. A lista de personagens que envolve o meu mundo não é nada apreciável. Quero aqui deixar claro que sou como sou por causa destes amigos que me prejudicam diariamente. Se por acaso alguém tiver um grupo de amigos aconselhável e que possa partilhar comigo, envie para hbproducoes@netcabo.pt. A gerência do Estado Negação agradece.

O conjunto dos meus amigos forma um grande grupo que dificilmente se reúne todo. Aliás, acho que só se reuniu na celebração do meu trigésimo aniversário (20-6-2002), o que ainda é pior porque vivo uma verdadeira morte lenta, saltitando de pequeno grupo em pequeno grupo, em vez de levar com uma machadada definitiva.



O pequeno grupo dos irmãos

Este grupo é o mais importante e o mais pequeno. A Cris, irmã mais velha do grupo, que cuidou muitas vezes de mim quando eu era pequeno (portanto uma das mais responsáveis pelo estado a que isto chegou) que é uma pessoa extraordinária, muito afectiva e uma excelente pianista e professora dos cantores do Conservatório de Música de Lisboa. O Lápá, o mais novo, que tem ao longo dos anos sido um companheiro de muitos jogos de computador, projectos teatrais e outros devidamente arquivados nas pastas que consideramos como "as pastas que nunca se farão". O meu pai tentou alargar este grupo, mas não teve muito sucesso...



O pequeno grupo de Florisbela

Florisbela é a minha mulher. Eu juro que não tive culpa: apaixonei-me e quando percebi no que estava metido, já era tarde. Ela é muito obcecada pelas coisas da casa: obriga-me a fazer a cama todos os dias, despejar sempre o cinzeiro que se encontra na janela da cozinha (único sítio que se pode fumar, embora também isso vá ser proibido) e colocar sempre a loiça suja na máquina, mesmo que seja só a do pequeno almoço. Nunca deixar o carregador no hall de entrada, único espaço permitido para recarregar telemóveis, nem não deixar os estores devidamente semi fechados. Ela é uma pessoa muito querida e doce, que eu gosto muito e que me obriga a ficar com ela porque comecei a perceber há pouco tempo que sofre de problemas muito graves: apanhei-a um sem número de vezes a fazer companhia à sua própria roupa, ficando horas a olhar para a mesma depositada em cima da cama; passeia dois cães e um gato, que na realidade são duas representações em quadro e quando confrontada com este estranho movimento, respondeu que estava a ver como é que ficavam em diferentes sítios da casa e fala frequentemente para as pessoas da televisão, sem perceber que não a podem ouvir nem ver. Fala muitas vezes com pessoas não presentes (a senhora das flores e outras). Florisbela, dona de um óptimo sentido de humor, é actualmente recordista relacional absoluta, num período que chega aos três anos (!) com interrupções nunca superiores a cinco minutos. Arrastou para a nossa relação um conjunto de energúmenos dos quais não me consigo livrar: Lau Lau uma psicótica em estado grave, que habita no Reino Unido, que casou com um rapaz espectacular, inclusivamente do clã McGregor, que ela arrastou para o desemprego e consequente miséria com promessas de grandes projectos na imobiliária. Espinho um D. Juan dos nossos dias, em estilo hippie, devidamente credenciado no Bloco de Esquerda e frequentador de livrarias e associações subversivas como a Abril em Maio e outras e de espaços de divulgação cultural e da palavra do senhor (Karl Marx, entenda-se). Florisbela, Lau Lau, Espinho e eu, passámos um extraordinário e imemorável Agosto de 2000 e às custas de um operador telefónico!
Deste grupo fazem ainda parte a Careca, uma hipocondríaca que arranja problemas imaginários para chamar a atenção de Florisbela, exercendo uma influência muito negativa contra mim, o seu esposo Murphy, um inglês perito em intriga, que oculta a sua identidade política e a Minsten que aparece quase todos os dias em nossa casa para jantar e falar das novelas e do namorado, sem que eu possa sequer ouvir, quanto mais intervir, tendo-as inclusivamente apanhado na casa de banho a conversar, só para me manterem à parte!
Acrescente-se o Manel que é um amigão, fora as suas posições fascistas (é mais apoiante da direita que os próprios militantes) e um benfiquista dos sete costados, que deve ter alguma quota na Super Fute, pois apoia incondicionalmente o Sr. Dr. Vieira (o Dr. é uma piada para o universo benfiquista). O Manel infiltrou-se na minha empresa para me prejudicar, tendo dado como pretexto que viria ajudar, obrigando-me a despedi-lo com inúmeras justas causas. Sua mulher Psio, inventou uma história de depilações criativas (golfinhos, águias, xadrez e etc.) só para enfeitiçar malta de outros subgrupos. Essas depilações nasceram do universo criativo deste casal de embustes.
Outra malta se junta a estes, como a Seiçuna (taromante profissional), as primas, os primos (TB fanador de filmes), a Peixa (cujo marido é do FCP, se alguém acredita), a Orsen (mulher que desviou um promissor engenheiro informático, de seu nome Matos, para as ruas da amargura) a comadre Guida e esposo Luís (que têm uma filha excelente que é a Sofia e outra com três anos que é uma terrorista internacionalmente procurada, a Bui Bui) e mais uma série de malta que me tortura, como a Mary (mãe de duas crianças de cinco e três anos, Tomás e Diogo, ambos do Benfica, que me batem e me põem à baliza) e sua irmã Madalena que já me tentou matar duas vezes.



O pequeno grupo antigo

Aqui estão incluídos os meus amigos mais antigos, exceptuando os da escolinha. TC é um DJ no desemprego que dormiu muitas vezes em comboios estacionados na estação do Rossio e na sala da Associação de Estudantes de Benfica. Quando se embebeda é capaz de vomitar a andar e ainda continuar a conversar. Detém uma colecção infindável de CDs e cultiva bandas alternativas australianas que só gravaram um disco e colaboraram num filme também alternativo. Inscreveu-se na Escola Superior de Cinema aos trinta anos com o objectivo de engatar miúdas de vinte. Conseguiu e casou com Sara, dez anos mais nova. Ela é uma pessoa fixe mas trata-o muito mal, dizendo que ele quer esconder a careca e outros piropos do género e cultiva um mau perder assustador a jogar à batota.
Ana é a instigadora dos jogos de azar no seio deste pequeno grupo. Já fez várias tentativas para recuperar do jogo, mas sem sucesso. É mãe de duas crianças espectaculares, a Ritinha (aos cinco anos já assaltou várias estações de gasolina) e o Tomé (que finge ser bom aluno, tirando boas notas, mas na verdade é um marginal do skate). O Dr. Coutinho também me prejudicou: sugeriu-me que envergasse por uma carreira nas artes do espectáculo, desvinculando-me da saúde mental, para a qual sinto que nasci e para a qual sinto que tinha muito a dar, quando me curar! Dessa época fiz-me amigo do Silva, mas esse já desapareceu há muito e felizmente.
Conheci o TC num curso para aprender a ser especial e único, no qual também participou Gongas (e a Alcina, casada com Ló que ambiciona ser realizador de filmes no mínimo estranhos, que moram na Expo e quando convidam pessoal para jantar exigem que se leve os frangos), um cantor Rock, que me forçou a fundar uma banda e a conhecer o país, a dar concertos e a ganhar guita viva... Estragámos tudo quando fizemos um CD, o que é estranho para a história de uma banda de sucesso. Nessa altura conheci o Vilie (ex. tocador de órgão, actual craque de conteúdos), o Ruissól (baixista, encantador de fêmeas) e o Espanhas (uma mega estrela no mundo da TV). Passaram por lá outros músicos, mas estes foram os fundadores. O mánáger era o Mateus, que ajudou extraordinariamente nas questões comerciais porque era parecido com o Charles Bronson e vinha do mundo do trapo.
Depois entrei para esse meio maravilhoso da TV do qual quero urgentemente sair, mas que aqui e ali me vão tentando primeiro domesticar e enquadrar e depois convidar para pertencer e conheci o Carlos um realizador formado nos EUA, com méritos fantásticos, que me obrigou a pós produzir um programa em Barcelona e aí ir todos os fins-de-semana, durante quase dois meses. Foi uma ida lá baixo, bastante desgastante! Este é o meu único amigo no meio televisivo, embora conheça muita gente com quem me dou, profissionalmente, muito bem.
Paralelamente conheci a Ana R, que sempre apoiou a banda e as incursões no teatro, de forma provavelmente pouco generosa, portanto egoísta. Há uns anos partiu para Espanha onde trabalha e Portugal tem melhorado muito desde então!



O pequeno grupo da Escolinha

A Fi é a mais antiga, pertenceu a outro subgrupo, o do Passos Manuel e trocou-me pelo guarda redes de Andebol_ o Mosca! Felizmente não conheceu os de Benfica.
Primeiro o Zé, fiel companheiro da Associação, que não raras vezes me espetou uma faca nas costas nas diversas conspirações da política juvenil. Hoje é jornalista desportivo. Bem feito!
A Guida (outra que não a minha comadre) fez uns desfalques e foi viver para o médio oriente, transformando-se de mulher emancipada em mulher reprimida pela burka e outros costumes locais. Guida arrastou atrás de si Paulo, a quem sedou para o convencer a entrar nesta aventura. A Ana que passa a vida a investigar e a escrever, sem que nunca se perceba se ela própria vive ou não, a Sónia que fez de Julieta (eu era o Romeu) numa adaptação escolar, para depois denegrir e ofender o meu nome nos círculos teatrais e afins_ A Sónia é uma das pessoas com quem contracenar mais prazer me deu. O Tiaguinho que investiga sociologia, após uma adolescência dedicada a ser a própria matéria e o Tsé Tsé, que passou de bom aluno a um absoluto e irreversível marginal, tendo inclusivamente sido visto na companhia de más. O Trigueiros (que competia em brutalidade com a única pessoa decente deste subgrupo_ o Vá Vá, retirado no Algarve há muitos anos) que da última vez que o vi estava igual a si próprio, o que é bastante suspeito e o Luís que se dedicou aos computadores depois de uma adolescência a sonhar com a Patrícia F (desaparecida em combate), da qual nasceram danos irreversíveis como o de ter sido o primeiro e único a casar. Aliás, coincidência ou não, ninguém da restante malta casou, pois passam o tempo a mudar e enganar parceiros...
Aqui conheci o Mário P exilado também, em Paris, porque se dedicou à composição de música contemporânea, ignorando o simples facto de que, em Portugal, só alinhamos em actividades estritamente produtivas. Ele (juntamente com o Zé) foi o meu melhor amigo à época, pelo que a sua partida e consequente afastamento teve como principal objectivo desenraizar-me da minha adolescência, aumentando assim o meu estado depressivo.
Conheci ainda o Victor, com quem preparo um espectáculo de teatro, que é um péssimo companheiro, tentando sempre comer a cena e tendo-se lembrado de mim para o papel como segunda escolha e o Paulo, a quem estupidamente já dediquei um texto.
Alguns professores também considero "amigos da onça" (Zélia, Marcelo, etc.) mas não constam porque os tenho tentado esquecer.
Outros amigos da época (Isabel D., Tiago C., MK e João S.) meteram-me o gosto da política e também não merecem qualquer menção.



O pequeno grupo AAL

De todos o mais nefasto! Conheci-os quando pertenciam à Associação Académica de Lisboa e contrataram a banda para tocar, por volta de 1993 (afinal foi em 1995, dica do LP).
O General é quem comanda as tropas. Por ser brilhante, envergonha toda a gente quando se fala dos mais variados assuntos. O Sargento que só está bem se houver uma pequena mentirinha ao barulho, com o qual trabalhei alguns anos, deteriorando a nossa amizade, salva pela maturidade de ambos. Quer é Zambujeira do Mar e festanças e trata mal os filhos, colocando-os em actividades lúdicas, em vez de os fechar saudavelmente em casa (Fon Fon pratica surf e Nô Nô bailado). A sua mulher Ana ajuda-o a ser um conspirador, pondo defeitos em tudo sempre que é convidada para jantar! E finalmente o LP (já conhecido comentador do Feed Back do Estado Negação) que é um alcoólico em último grau, levando-me à desgraça todos os sábados, porque durante a semana trabalha (desde as oito da matina) e não sai. Empresta jogos de PC, fazendo demonstrações atractivas em sua casa, para depois entregar só o CD de jogar, omitindo o de instalar. Cabrões destes deviam ser fuzilados!
Com estes três farsantes passei um Junho de 2000 fantástico, na Holanda a assistir ao jogos de Portugal, quando na selecção se jogava à bola, em vez de rezar e ouvir o Roberto Leal. Aqui o Sargento surgiu com a ideia de que queria "mudar de grupo", uma vez que eu e o LP não queríamos beber por causa de uma chamuça que havíamos ingerido de véspera. Expliquei ao Sargento que não se pode mudar de grupo, uma vez que nascemos, crescemos e vivemos sempre no seio do grupo envolvente e jamais o poderemos abandonar ou trocar. Fiquei para sempre refém destas mesmas palavras. De qualquer forma, por esses excelentes momentos, obrigado ao João Pinto, ao Rui Costa e ao Figo (por esta ordem)_ vocês é que deveriam ser os meus amigos.
Deste grupo fazem ainda parte o Mendes (ex. cantor de metro, descobriu outra área interessante no subsolo_ os parques) e sua esposa Carla que manda nele e o agride fisicamente (têm um filho fantástico, o Ricardo, que espero não estraguem, o que será muito difícil). O Luís e a Anita (que também têm um bebé que nunca me mostraram, sabe-se lá porquê) e o Ricardo S (que tem a mania de me ir buscar ao hospital sempre que me estampo de carro_ uma única vez e não ia a guiar) fecham este subgrupo de criminosos.



Como qualquer pessoa nesta situação tenho tendência a tentar procurar novos grupos que me salvem deste. Daí que no Brasil tenha descoberto o António e a São que me pareciam espectaculares e afinal são iguais aos outros todos (aliás a sua filha Susana pôs em causa a segurança nacional tendo feito amizade com malta de Israel e da Palestina ao mesmo tempo).
Tentei também ser caddy para ver se conhecia outro tipo de malta, mas desisti antes de tentar.
Já não sei o que fazer... Com amigos destes quem precisa de inimigos? Frase, acabada de inventar, bem apropriada...

Por causa de tudo isto recorri à terapia. Aí conheci a Dra. Deolinda, que me tenta explicar por que é que eu não devo sentir culpa, isto simplificando, mas na realidade desde 1996 não sinto que muita coisa tenha mudado. Bem talvez goste mais dos meus amigos, mas pergunto: e isso é bom?
Assim o meu melhor amigo é o Jaqué, o meu boxeur branco (muitos dos so called amigos insistem em ofende-lo, dizendo que é albino) com o qual mantenho uma relação extraordinariamente saudável, com alguns desaguisados naturais de quem se conhece há onze anos. Apesar de algumas discussões, cada um apresenta o seu ponto de vista e as coisas acabam por se resolver. Percebem? Como dois seres se podem entender? Basta que ora ceda um, ora ceda outro. É fácil.

PS- Excluí a (restante, dica do LP) família por causa das hereditariedades ainda não totalmente definidas...

sábado, agosto 09, 2003

Trifásico, ou o Mestre em cena, ou o Contador de Histórias/Palhaço

1- Até ao final do presente mês de Agosto, o espectáculo Trifásico (textos de Luísa Costa Gomes e Paulo Matos e colaboração criativa(?) de Carmen Santos) é imperdível! Todos os sábados no Wonder Bar do Casino do Estoril.

Paulo Matos nasceu na vila de Tortosendo, concelho da Covilhã, em 1960 (43 anos). Mudou-se para Lisboa em 1974 (com 14 anos) para terminar o ensino secundário. Coincidindo a descoberta da Lisboa metrópole com o período revolucionário, dedicou-se a variados movimentos de dinamização política, não tanto por vocação para a mesma (mais concretamente no sentido estritamente partidário, tal como a conhecemos), mas por vontade de participação num momento de construção criativa, que marcaria Portugal até aos nossos dias. Foi por essa via que descobriu o teatro, se apaixonou (dizem que à primeira vista) e decidiu que essa seria a sua profissão.
Terminou o Conservatório Nacional de Teatro, hoje Escola Superior de Teatro e Cinema (www.estc.ipl.pt) em 1981 e foi escolhido pela direcção da altura (rezam as crónicas por ter sido o melhor aluno) para uma bolsa do Governo Francês. Esta simbólica situação marcou toda o seu percurso, uma vez que "a experiência de Paris", o tornou num agente cultural inicialmente francófono (penso que com o evoluir da sua vida essa tendência se universalizou), bilíngue (que lhe permite ler e falar correctamente e especialmente traduzir da língua francesa) e um out sider do corporativismo teatral português, ligado às companhias "lançadas" pelo próprio 25 de Abril. Ironias do destino...

"A experiência de Paris" levou Paulo Matos a frequentar a conceituada Escola Jaques Lecoq_ provavelmente o mais importante pedagogo do teatro da Europa Ocidental no séc. XX.
Apaixonado pela actividade física, Jaques Lecoq, praticou natação, ginástica (barra fixa e paralelas) e salto em altura antes mesmo de se dedicar ao teatro. A partir da sua experiência como actor e encenador e depois de leccionar no Piccolo Teatro de Milão, abre a sua própria escola em Paris, em 1956. Lecoq desenvolveu a, por si, denominada "Geometria do movimento corporal" que o conduziu à concepção da "poética do movimento de um do corpo no espaço", génese de toda a sua teoria teatral que podemos encontrar no livro "Les Corps Poétique", Actes Sud-Papiers_ 1998. (Procurei se havia tradução em português, mas não fui bem sucedido, pelo que não posso garantir. Aliás, na Internet, a pesquisa sobre Lecoq torna-se desesperante dadas as milhares de referências de actores que estudaram na escola, ou de outras escolas que lhe seguem o método). Jaques Lecoq faleceu em 1999.

Paulo Matos obtém o diploma de "Maítrise" (4º ano) de Estudos Superiores de Teatro da Faculdade de Paris III. Participa em estágios sob orientação de Ariane Mnouchkine (Encenadora do Théâtre du Soleil), Giogio Strehler (1921-1997, Encenador fundador do Piccolo Teatro de Milan_ 1947 e também Senador e Euro Deputado Italiano) e Peter Brook (Londres, 1925). Trabalha com Lluis Pasqual (Encenador Espanhol, nascido em Reus em 1951) e Philippe Hottier (Téãtre du Phénix).
Em Portugal já participou em espectáculos dirigidos por Jorge de Silva Melo, Joaquim Benite, Carlos Avilez e João Lourenço, entre outros.
Encenou autores como David Mamet, Vicente Sanches, Gildas Bourdet, Terry Johnson, etc.
Leccionou no ensino secundário e actualmente é professor de interpretação cénica na Escola Superior de Música de Lisboa.



2- Trifásico é um espectáculo de stand up comedy, ou de comédia a solo como o seu intérprete gosta propositadamente de chamar. Isto porque Paulo Matos não se limita a uma sequência de gags, mas recria todo um mundo mágico, com cenários e espaços diferentes, assim como a uma série de personagens inspiradas em figuras reais ou simplesmente inventadas.
A essência do espectáculo é o sentido da vida, desde o nascimento do universo ao do indivíduo, passando pelo contacto com extra terrestres, o nosso alter-ego, digo eu (dica da DSC), do Latim à língua portuguesa (o momento mais cómico), da psicanálise a Deus, etc., etc.
No início o actor multiplica-se em personagens saídas de um original universo, onde a sua formação em Paris é evidenciada e com o decorrer do tempo verifica-se que o texto "ganha a cena", ou seja se torna no elemento cómico, chegando a um ritmo diabólico e infernal.
É um verdadeiro teste às capacidades físicas e técnicas de um actor. Trifásico é, também, uma verdadeira lição do melhor actor português!

No passado dia 18 de Julho Paulo Matos celebrou 25 anos de carreira (termo que odeio, prefiro de percurso, ou de profissão) e por isso aqui ficam os parabéns, com votos de óptimas realizações pessoais e profissionais, especialmente no futuro Pequeno Teatro de Lisboa...



3- Para aqueles que não sabem, Paulo Matos foi meu professor de Teatro na então Escola Secundária de Benfica, hoje Escola Secundária José Gomes Ferreira.
No oitavo ano e três (dois no sétimo) após a minha estada no Passos Manuel, o Conselho Directivo decidiu não aceitar a minha matrícula, acto que poderá até nem ser muito legal, mas que veio decididamente a mudar a minha adolescência, pois o ingresso em Benfica transformou um miúdo quase marginal (nada de grandes crimes: uns furtos nas mercearias e supermercados circundantes, umas penduras no eléctrico e umas cenas de pancadaria, quase sempre relacionadas com a bola) num jovem empreendedor que chegou a Presidente da AE, apesar dos laranjinhas nos terem destronado a seguir e embora o excelente trabalho, reconhecidamente, realizado. Falarei mais tarde, pormenorizadamente de todo esse período.

Dizia eu, que no oitavo ano, frequentei o núcleo de teatro do Passos e embora não tenha então realizado qualquer espectáculo, gostei da experiência. Foi por isso que me inscrevi em Benfica, por que era das poucas escolas com opção de Teatro, a mais perto de onde morava. Grande Vaca!

quinta-feira, agosto 07, 2003

Exmo xôr Lopes: (work in progress)

E lá vai de gafe em gafe, todo contente por aí fora até Belém. Onde?
Pois que, honra lhe seja feita, o senhor até já ganhou eleições na Figueira, em Lisboa e provavelmente na Faculdade (Será? E contra o Zé Manel? Que confusão!).

Acontece que perdeu sempre no partido. Entre si e outro, os seus próprios pares preferem sempre outro! Seja quem tiver sido. Está decidido. Cavaco é o candidato da Direita.

quarta-feira, agosto 06, 2003

Tanta coisa, tanta coisa e afinal até gosto dos Anjos (work in progress)

1- Speaking with the Angel (edição original de Nick Hornby, Penguin Books 2000; "Conversa com o anjo" edição teorema_ outras estórias, Maio de 2001, tradução de Miranda das Neves) é a mais recente leitura que fiz do autor de Fever Pitch, High Fidelity e About a Boy.
Trata-se da reunião de doze pequenos contos, escritos por outros tantos escritores, imaginamos nós sempre, amigos do editor. Pelo menos conhecidos.

Não queria percorrer exaustivamente cada conto, para poderem desfrutar do prazer individual da leitura, mas uma referência aos que mais gostei:
- PQM, de Robert Harris (nascido: 1957 em Notthingam, autor de Fatherland e outros): a partir da declaração ao parlamento de um primeiro ministro envolvido numa panóplia de confusões hilariantes que se tornaram públicas e o embaraçaram, bem como à nação (RU). Crítica social Q.B. à mediatização presente nas sociedades modernas, em estilo ligeiro, ritmo rápido e imaginação abundante, perceptível nas inúmeras situações vividas pelo protagonista.
- Últimos desejos, de Giles Smith (nascido: 1962 em Colchester, autor de Lost in Music e outros): a ilusão de uma cozinheira ao serviço dos prisioneiros do Corredor da Morte. Uma ideia excelente para questionar ligeiramente a Pena Capital, mas mais profundamente uma proposta para desanuviar a angústia da nossa (dela) morte.
- O Departamento do nada, de Colin Firth (nascido: 1960 em Grayshott, actor britânico que trabalhou em vários filmes como Bridget Jones's Diary e The impotance of being Earnest, entre outros): de novo a morte (!). Uma criança comum com dificuldades de integração social e familiar tem a avó como contadora de histórias mágicas e confortantes. Os seus medos de infância, a relação com os pais, irmão e os outros miúdos fazem-no imaginar que o mundo envolvente é o Departamento do Nada, do qual só se sai no quarto da avó combalida... Salvo pelo antes temível cangalheiro da localidade... Escrito como se fosse o pensamento da criança, não a escrita bem entendido, o Departamento é um exercício inspirador.
- Mamilocristo, de Nick Hornby (nascido: 1957 em Maidenhead, obras citadas no início do presente): falarei mais detalhadamente desta short no ponto 2. Nota importante: quem não leu o livro deve prosseguir a leitura, mas saltar o ponto dois e passar ao três...
- Depois de me ter atirado ao rio e antes de me ter afogado, de Dave Eggers (nascido: Sabe-se lá quando e onde, autor de A Heartbreaking Work of Staggering Genius e outros): um conto delicioso contado "na primeira pessoa"... por um cão. Nunca me tinha ocorrido a forma como os cães olham para o mundo e para o seu dia-a-dia, embora tenha vontade de filmar o POV do Jaqué... Narrativa com ritmo fantástico, não fosse o protagonista "um cão veloz" e "um foguete". Deliciosos comentários dos esquilos às corridas e brincadeiras caninas. Interessante a ideia que o tempo da morte, não é afinal um momento.
- Lucky Bitch, de Helen Fielding (nascida: Sabe-se lá quando em Yorkshire, autora de Bridget Jones's Diary e outros): pensamentos divertidos de uma senhora caída na casa de banho da sua casa. A negação da 3ª idade e suas consequentes limitações. As mulheres conhecem-se bem e às suas mães, nem falar...
- Culpa Católica (sabes que a adoras), de Irvine Welsh (nascido: 1958 em Leith, Escócia, autor de Trainspotting e outros; recomendo vivamente o site: www.irvinewelsh.net ): Joe, um homofóbico inveterado começa a ter sonhos homossexuais. Na realidade está morto e sem o perceber imediatamente está condenado a comer gajos por tempo indeterminado. Que mais dizer? O autor é uma super estrela ponto.
- Caminhando Contra o Vento, de John O'Farrell (nascido: 19?? em Algures_ presumivelmente em Maidenhead, autor de The Best a Man Can Get e outros): nem simpatizei muito com o estilo, nem com o desenrolar desta última short. Mas a ideia de um homem que luta para que viver da sua profissão (mimo) deve, moralmente, estar aqui... Um pouco a minha história. Um pouco a de todos?

A tradução pareceu-me algo descuidada. Mesmo sem ter lido/comparado com o inglês original, percebi umas irregularidades como "os All Saints" (referência à girl band inglesa), por exemplo.
A capa portuguesa é inacreditavelmente estúpida! Um anjinho retirado de um qualquer quadro renascentista (ainda por cima só vem mencionado o nome do autor desta proeza e nenhuma referência à obra surripiada). Recomendo que vejam as capas das edições inglesa e americana em http://hem.passagen.se/lmw/department_of_nothing2.html e percebam a ideia de infância/urbanidade proposta pelos editores estrangeiros, desenvolvidas de forma diferente. Hello! Planeta Terra? Hello! O livro não é sobre os anjinhos! Nem foi escrito no séc. XIV! Hello! Não é Shakespeare, ou John Ford! Para além de que o nome de John O'Farrell está mal escrito...

Ando há dois dias na net à procura das datas e locais de nascimento dos autores mencionados. A única coisa que encontro são opções de compra de telemóveis, acessórios para automóveis e sexo, seguros de vida e viagens ao paraíso.
Acabou a identidade.

Uma última dica. Em http://shop.conservatives.com/author.jsp?ID=171 podem comprar o livro The Best a Man Can Get sobre os dezoito anos que um apoiante do Labour Party passa sem ver o seu partido no poder...
Perceberam? É o site do Conservative Party e inclusive apresenta o autor (John O'Farrell) como candidato do Labour a Maidenhead, em 2001. Aliás, foi nesta localidade que passou a infância com o seu amigo Nick Hornby. Não são cabeças feitas, são muito bem feitas.

(continua)


"(...) Felizmente, não tenho que me justificar perante si, porque tudo o que fez foi comprar um livro que quer ler, um livro que contém uma dúzia de novos contos de alguns dos seus escritores preferidos, e a sua doação foi, espero gratuita. (...) Pode lê-la (esta introdução), mas não me importo se não o fizer. Vai tirar lucro do seu investimento, de uma maneira ou de outra.(...)"

"(...) (Por exemplo, a proposta desesperada e imprudente da Inglaterra para a Taça do Mundo de 2006 foi apoiada pelo dinheiro da Lotaria, enquanto a TreeHouse * não.) (...)"

Nick Hornby, in "Introdução", CONVERSA COM O ANJO, págs. 11, 12 e 15


*NHB- TreeHouse é uma instituição de caridade "pequena", que gere um escola para crianças autistas profundos e um dos seus alunos é Danny Hornby, filho do autor.

Feed back (1)

"Como sabes não gosto de política, portanto não me interessa..."
NG (07-08-03, pessoalmente)


"Meu caro… Garanto-te q mereces resposta… mas já não será hoje... Abraço"
MS (07-08-03, por e-mail)


" Ha! Gostei do teu texto, e acho a ideia óptima. Estás mais contente com o funcionamento da coisa?
Acho que o teu texto (Errata Temporal) precisa apenas de uns links. Tens uns saltos conceptuais q eu entendo pq te conheço... mas podia ficar ainda melhor com uma aspiradela de migalhas..."
CM (06-08-03, por msn)


"Oh! Zé Stinky! Tu és um bocado cacicado... Agora vou passear o quadro do cão."
OB (06-08-03, pessoalmente)


"Boa! Já escreveste imenso, fogo! Depois leio quando tiver um tempinho. Boa sorte para o teu weblog. "
NG (05-08-03, por e-mail)


"Meu amigo,
Obrigado pela citação, mas já agora permite-me acrescentar, continuo a não entender a "Máxima" do Zé Manuel, "Se não falarmos estes estúpidos nem se vão lembrar". É que mesmo apelando à minha mais profunda consciência cívica, não entendo porque é que tenho, de com os meus impostos, suportar o ordenado do professor e a manutenção da escola primária, onde aquele puto ranhoso de Trancoso estuda. E porque é que eu tenho de participar nas despesas do Hospital de Chaves?
Eu que nem uso hospitais públicos ( olha a minha sorte ). Mas para estas perguntas tenho uma resposta muito evidente. Pago porque vivo em sociedade. E sem dúvida que a saúde e a educação são direitos constitucionais e que conferem qualidade de vida aos cidadãos. Mas!!!!! e agora assim, será que as acessibilidades não são um direito constitucional? Seja como for eu mesmo não as utilizando já as estou a pagar, ou qual é o nome dos acessos aos novos estádios? E com que dinheiro é que estão a ser construídos?
Comecei bem disposto, e com a intenção de te felicitar, e acabo revoltado por continuar a ser o estúpido que paga para usar ( e por isso muitas vezes não uso ) e paga para os outros ( que não querem ou que não podem pagar aquilo que eu uso ) usarem o que eu não uso.
Sem mais, deixo-te um abraço pelo teu Weblog ( quem me dera ter um )."
LP (05-08-03, por e-mail)


"Acho uma excelente ideia para um gajo que tem coisas a dizer, como é o teu caso.
O texto está muito giro."
JMP (05-08-03, por e-mail)


"já fui. e tem para lá uns textos difíceis de digerir que agora não vou conseguir ler."
ASM (05-08-03, por e-mail)

terça-feira, agosto 05, 2003

Zé Manel o trauliteiro, Paulinho o incendiário, Zé Luís o emplastro do Zé Manel e Nossa Senhora Manuela (parte 1)

Umas dicas para a eterna e infindável discussão Esquerda vs. Direita. Querem os neo-liberais que essa discussão desapareça. Pois tal é impossível, porque no conjunto dos ideais ela fará sempre e cada vez mais sentido.
Mas serve o presente para falar do estilo. Portanto qual novela mexicana esqueçam o que importa e aí vai.

O rapazito Zé Manel (porra isto tem sentido de Estado! É é o da Negação!) tem uma certa origem política conhecida e nunca refutada no MRPP, o que só abona a favor dele, embora nunca de lá devesse ter saído, porque o Garcia Pereira anda meio aborrecido por sustentar sozinho este partido histórico (ideologicamente, entenda-se) ancestral de método do Bloco, trauliteiro de raiz, inimigo caceteiro do PC, que continuaria a ser, não fossem as varizes e Parkinson's de ambos. É que eu não vejo vantagem em mudar de política, está bem, mas manter o jeito RGA, AGA e afins. Basta olhar para os debates públicos do Zé Manel na Assembleia.

O Zé Manel é o primeiro Primeiro Ministro que chega com dois papéis aos debates: o das funções para que foi indigitado e o de comentador. Na primeira resposta a interpolações, imediatamente esclarece que "pois o debate não vos está a correr bem" e "claro, já perderam o debate". A inveja do seu antecessor no partido, bem se vê. O Zé está para a política como o Benny McCarthy está para a bola. Aliás deveriam, por decreto, suspender o Campeonato da Super Liga e as eleições para Presidente da República, porque os vencedores já estão auto proclamados e encontrados em todas as sondagens. Não tem piada tentar forjar o Desporto e a Democracia, indo a jogos e a votos!

Tudo começou quando o Zé Manel decidiu que tinha que convencer, de forma trauliteira e eficaz, o povinho que o Guterres gastava muito. As más medidas ou ausência de boas, agora praticadas, dos governos dos socialistas:
1º- O emprego excessivo pode causar danos de pacificação social irreversíveis;
2º- Para controlar o Déficit o princípio do utilizador/pagador é essencial nas estradas. Um cidadão de Castelo Branco não tem de pagar a utilização da CREL, embora um utilizador desta deva pagar a utilização da A23 por um de Castelo Branco (dica do LP);
3º- O I.V.A. a 17% é para gastadores! O I.V.A. tem sempre de ser a 19%. Os que já pagam têm de pagar mais, porque não se consegue que os que não pagam paguem;
4º- O anterior Governo nomeava os seus Boys, andava em grandes carros e o actual governo também. Os socialistas tentavam uma certa descrição nesta matéria o que só confirma o sentimento de culpa justificada. Agora as nomeações, ordenados e condições são feitos à ganância porque o Povo sabe que esta rapaziada é séria e a Nossa Senhora Manuela é muito rigorosa!;
5º- As reformas do Estado nunca feitas, foram agora anunciadas, inclusive aquelas que todo o espectro de comentadores imparciais nacionais (dois, segundo o último censo) considera que nunca passarão à prática, ou seja todas! Esta mesma opinião é partilhada pelos comentadores ex. oposição, actualmente pró regime (entendam-se os restantes);
6º- Por exemplo a RTP. Esse verdadeiro ex. cancro é agora uma estação de referência, inclusive passando muitas touradas das várias delegações da casa de pessoal da empresa, Mini-Torneios, Torneios, Mundialitos, Mundiais e etc. de Futebol de Praia e esse excelente programa infantil "Floresta Mágica", porque temos de ter noção da intelectualidade vigente no país, inerente às crianças. Sem desfasamentos acabou-se finalmente o Acontece, para aqueles que andavam a dizer que o Ministro Boxeur tinha recuado em toda a linha. Tomem lá para aprender!;
7º- Por exemplo a Justiça. Diz-se que a justiça anda doente... Pois. Se não houvessem tantos suspeitos, arguidos, testemunhas e afins ligados ao PS, a justiça estava saudável. É que se as magistraturas agora actuam não é pela razão simples que assumem que antes não actuavam, ou se agora não há influências que antes havia. É que a tese das cabalas é só para atirar areia para os olhos do povo! Os culpados nas autarquias, na pedofilia, metro e tudo mais estão à vista. E não digam que, dentro do espectro político, não são só do PS!;
8º- O corte em 2003 de 65% das verbas destinadas à prevenção aos incêndios, revela que em muitas áreas o Estado era gastador, aliás o próprio ministro da Agricultura apressou-se a explicar que "isso é tudo menos o mais importante" (Jornal de Negócios, 05-08-03). Ah leão;
9º- Felizmente que se mantém um controlo absoluto e eficaz nos meios de comunicação, uma evolução natural da época panfletária e caceteira. "As conversas em família" com o Prof. Marcelo foram devidamente repostas sem interlocutores (era o que faltava), bem como os célebres e divertidos "cima/abaixo", devidamente cacicados em quase todos os órgãos da Imprensa Escrita, pondo sempre o Zé Manel e os ministros em cima e a malta da esquerda em baixo! Embora esta última prática tenha tido início por volta de 2000, ainda ninguém se queixou o que confere a justeza e necessidade social da mesma (atenção: nas entrevistas, a malta da direita tem sempre que se queixar que a imprensa é de esquerda senão tudo isto perde o efeito).

Aqui fica o primeiro agradecimento ao Zé Manel:
Como chalenger do ex. Primeiro Ministro, o actual deveria ter apresentado, explicado e sugerido como fazer. Deveria ter um projecto e um caminho para Portugal_ Não! Toca a pôr o país nas covas. Atirou-nos para o pântano. Para a tanga. É que se fosse num país civilizado poderia ser muitas coisas menos o que é.
Não, éramos uma merda tão grande, que mesmo depois continuou a visão do Abismal_ Portugal dos Pequenitos, essa grande obra do Salazarismo e que tão bem reflecte o que somos.
Agora, agora não, sempre foi tarde. Vá. Fica lá com um cargo e não chateies muito mais. Livra.
Ah! O agradecimento é porque o Zé é o primeiro inspirador do presente. Mas não é o único...

(Continua)

Errata Temporal

Os textos que aqui forem publicados não serão sujeitos a qualquer censura. Não há bom senso, independência, isenção ou critério editorial que os valham. Para além do meu próprio.
O presente representará o que penso e é o receptor de vómito_ a pia que me manterá (esperançosamente) distante daqui.
O Estado Negação é o meu exílio político.
Quando voltar virei de carrão vermelho e construo uma casa à medida: azulejo a condizer e águias de pedra na entrada.

Porque é que Sófocles (496 a 406 a.C.) não viveu, assim... Mil e quinhentos anos mais tarde? As chapadas que D. Afonso Henriques (1109 a 1185) deu na mãe tornavam-se épicas, Édipo não passava de um amblíope em estado grave e Portugal vinha para as bocas do mundo, por Sigmund Freud (1856 a 1939) e não por Carlos Queiroz (o treinador e não a Testemunha Jeová: http://sapp.telepac.pt/carlosqueiroz/ , nem o assistente do Departamento de Informática: http://www.isr.uc.pt/~carloqrz/ ) cerca de setenta anos depois... Em vez da Independência do Condado Portucalense, Afonso contentar-se-ia com a fama e os seus proveitos, como constantes conferências em orgias medievais e afins.

Provavelmente seria um território pertença de Espanha, de características independentistas, salvo aquele paraíso ilhéu que na contemporaneidade, comandado por Alberto Juan Rardin Conde de las Maderas, se identificaria com a governação de Aznar, por "não haver tecnocracia", nem "coluna de esquerda no pensamento estatal", nem sequer dúvidas sobre as provas apresentadas antes da guerra por Bush e Blair.

A anexação de Espanha pela EU far-se-ia calmamente, embora alguns protestos do HB (Harri Batasuna), FPLEIRDER (Frente Portuguesa de Libertação e Implementação do Regime Democrático E Republicano, com notórias dificuldades financeiras e graves lacunas no GCIMPCA_ Gabinete de Comunicação, Imagem e Marketing, Panfletarismo, Cartazes e Anúncios) e PDA (Partido Democrático do Atlântico_ para a independência dos Açores), que por sua vez conseguiria duplicar a sua votação no Município de Portimão em eleições Europeias (nas últimas: 14 votos, 0,09%; passaria a 28 votos, 0,16%) mantendo a orgulhosa não eleição nem possibilidade de tal alguma vez vir a acontecer.

Os porcos não despejariam para os rios, nem os donos. Todos eram inseridos em programas de higienização de choque.

As putas fariam alergia quando misturadas com vinho verde e por isso os políticos por precaução raramente sofriam de diarreia compulsiva ou intelectual.

Os touros seriam considerados Escarradeiras Públicas, pelo que se aconselhava a presença de touros nas ruas o que aumentaria a produção dos ganadeiros_ todos com títulos de Lord para cima. O povo viveria contente: em vez de filas intermináveis de trânsito, o ir e vir para o trabalho tornava-se numa alucinante Corrida de Pamplona Diária, com o pessoal todo a fugir e a escarrar nos touros. Assim, a qualidade de vida aumentaria.

Finalmente seriam proibidas piadas de origem fluidica.